Despedida

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Kate Bernadi

Olho envolta e tento me lembrar de onde eu ouvi o barulho pela última vez, não quero sair daqui de perto e nem quero perder dessa vez.

Respiro fundo e começo a dar passos curtos até os arbustos, ouço algumas risadas e grito de raiva quando vejo um deles saindo do esconderijo.

Corro com tudo que tenho e o agarro antes de tocar a estátua que combinamos que seria o ponto, ergo ele do chão e toco gritando o nome de Liam.

-Não vale!- ele bate os pés no chão.- Você me segurou!

-Você não falou que era proibido.- coloco as mãos nos quadris.

-Mesmo assim, já está meio que subtendido.- ele balança a cabeça.

-Você não sabe nem o que essa palavra significa.- dou um peteleco na testa dele e Liam fica vermelho.- Agora, cadê Cody?

-Irmãos não traem irmãos.- ele ergue o queixo.

-Eu sou sua irmã.- toco o peito e ele me ignora.- Irmã mais velha.

-Sou leal ao Cody.- ele me encara com os olhos azuis da minha mãe.

-Ok, então.- me ergo e olho envolta.- Acho que não vou mais convidar para passar as férias lá na Itália.

-O que?- ele fala fino.

-É, pois é...

-Ele tá ali!- Liam aponta.

-Qual é!- Cody se ergue com raiva.- Juramos não trair um ao outro!

-Ela vai me levar pra Itália de novo!- ele grita também.

-Você é um bocó!- Cody vem andando.

-Não me chame de bocó.- Liam cruza os braços.- Kate...

-Não pode chamar ele assim.- tento não rir.

-Posso sim.- Cody faz bico.

-Tá, então vamos jogar outra coisa.- meus pés tocam a grama e eu afasto os cabelos.- Que tal se vocês forem pegar o material do baseball e a gente joga um pouquinho?

-Ok.- os dois parecem se animar e vão se empurrando pelo caminho.

Os observo com um sorriso e grito quando alguém me pega por trás, assim que me viro pronta para atacar vejo que é Dante e ele começa a rir de mim.

-Isso não foi engraçado.- apoio minhas mãos em seus ombros.

-Desculpa.- ele beija meus lábios.

-As coisas já estão prontas?- pergunto enquanto ele me abraça.

-Sim, saímos hoje de noite.- ele sussurra.- O helicóptero vai levar a gente direto para o navio de carga e o amigo de Pietro vai deixar a gente escondido até o canto de pular.

-Ok.- sinto minha mãos tremerem e ele se afasta me observando.

-Última chance para desistir.- percebe que estou nervosa.

-Idiota.- empurro ele e Dante sorri.- Eu vou.

-Vai sim.- assente.

-Dante!- os meninos chegam com as coisas.- Você vai jogar com a gente?

-Não sei jogar isso.- ele balança a cabeça.

-Nunca é tarde para aprender.- falo sorrindo e ele me encara.

-Ok.- ele cede.

Os meninos comemoram e começam a ensinar ele de forma animada, cruzo meus braços os observando e aproveitando a folga da animação excessiva deles.

Ela Não É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora