Seguro

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Kate Bernadi

Respiro fundo e coloco uma mecha fina atrás da orelha, encaro aquele ponto da privada e pisco várias vezes tentando saber se eu vou vomitar mesmo ou não.

Tive que ajudar o médico a costurar de novo o ferimento e Bruno estava sentindo muita dor, então ele ficou gritando enquanto isso. Eu não aguentei antes de correr para vomitar.

Disse que queria lavar as mãos e me tranquei no banheiro, vomitei o almoço todo e acho que ia vomitar o que nem tinha, mas parece que já controlei.

-Ok.- respiro fundo.- Ok, tudo bem.- me levanto.

Vou até a pia e lavo o rosto, respiro fundo várias vezes e saio do banheiro. Dante está limpando a arma enquanto Pietro encara o doutor ao chegar o pulso de Bruno.

-Preciso de ar.- explico indo até a porta.

-Vou com você.- Dante parece preocupado.

Ele segura minha mão e beija o topo da minha cabeça enquanto vamos até a porta, assim que abro meu queixo cai e eu tenho vontade de chorar.

Ainda segurando a mão de Dante, pulo nos braços do meu pai e ele parece respirar aliviado enquanto carícias minhas costas, percebe que eu ainda estou segurando a mão de Dante e me solta.

-Você está bem, querida?- ele afasta meus cabelos do rosto.- Está ferida?

-Não, mas Bruno está.- aponto e ele olha.- Me diga que trouxe um médico melhor.

-Ei!- o médico levanta.

-Coloquem ele no carro.- meu pai pede e dois caram entram.- Com cuidado.

-Meu pai mandou você?- Dante pergunta.

-Eu estava por perto.- explica calmo.- Vocês vem comigo, vamos pegar o jatinho.

-Para onde vamos?- Pietro pergunta enquanto saímos.

-Não é seguro dizer aqui.- meu pai abre a porta do carro e eu entro.

Olho para trás e Bruno é colocado no outro carro com Pietro, Dante entra ao meu lado e aperta minha mão, meu pai entra no banco do carona e olha para nós enquanto o cara dirige.

-O que aconteceu?- ele fica mais sério.

-Invadiram o hotel com armas pesadas e muitos caras, não consegui defender tudo e mandei Kate com Bruno.- Dante começa.

-Mas Bianca achou a gente, ela entregou a localização e atirou em Bruno e....eu atirei nela.- limpo a garganta.

-Você fez bem.- Dante fala baixo ao meu lado.- Protegeu Bruno.

Olho para meu pai e ele parece estranhar a relação que tenho com Dante, como se não esperasse tudo isso em dois meses, mas até eu fiquei surpresa. Ele vai superar isso depois.

-Estamos aqui há uma semana.- Dante explica.- Pegamos um médico e ele tentou tratar Bruno.

-O jatinho tem tudo que ele precisar e vocês podem descansar, vai demorar umas três horas.- meu pai olha para mim.- Tem certeza que está tudo bem? Você parece pálida.

-Eu só....estou preocupada.- tento sorrir.

-Você está bem, garoto?- ele olha para Dante.

-Sim.- Dante mente.

Como se toda vez que a gente tomasse banho ele não ficasse parado e encarando o chão, como se lembrasse de tudo que aconteceu no hotel.

Olho para Dante e me aproximo dele para beijar sua bochecha, ele sorri para mim e beija minha testa. Então me trás para perto e me sinto segura como sempre.

Ela Não É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora