Feliz

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Kate Bernadi

"-Mas está tudo bem por aí?

-Claro.- passo os dedos pela mesa de jantar.- Na verdade, tá tendo uma festa lá fora.

-Uma festa?- meu pai pergunta.- Não deveria estar descansando?

-Não, não.- sorrio olhando para a janela e vendo que eles estão se divertindo.- Estou bem. Muito bem.

-Sua avó morreu mesmo?- ele pergunta.

-Sim, dei um tiro na cabeça dela e Dante queimou ela.- explico.

-E os outros, as pessoas que a ajudaram?- ele parece ainda tenso.

-Pietro e Dante acharam eles em uma reunião e os mataram, eu matei um deles também.- mexo no vestido branco.- Na verdade, foi Dante, mas ele já estava morrendo quando Dante o matou.

-O importante é que estão mortos agora.- ele fala mais calmo.- Você está segura mesmo, querida?

-Sim, muito segura.- encosto meu corpo na mesa.- Na verdade, tenho uma novidade.

-O que é?- ele parece curioso.

-Vou começar na faculdade de moda.- explico.- Dante falou com uns contatos e vou começar na segunda.

-Isso é maravilhoso, querida.- ele parece estar sorrindo.- Você merece isso.

-Obrigada.- sorrio.- Cadê a mamãe?

-Calma.- ele demora um tempo.

-Seu pai me contou.- minha mãe fala animada.- Estou muito feliz, Kate, você vai adorar...

-Eu sei.- ajeito uma mecha do meu cabelo.

-Não queremos prender você, deveria aproveitar a festa.- ela explica.

-Mas não aproveite tanto!- meu pai grita.

-Ok, amo vocês.- mordo o lábio.

-Amamos você também. Se cuide."

Desligo o telefone e coloco em cima da mesa enquanto vou lá para fora, o espaço onde colocam os carros agora é todo iluminado por luzes de natal e tem todo tipo de coisa por aqui.

Tem um bar na ponta e até montaram um palco, onde Bruno já subiu três vezes para cantar a mesma música. Grito surpresa quando Bruno me puxa para dançar e rio quando ele bate as costas em um cara.

-Deveria maneirar na bebida.- falo enquanto ele me conduz.

-Eu estou muito bem.- ele sorri.- Mais feliz que nunca.

-Mais bêbado que nunca.- corrijo.

-Você também deveria estar, comemorar que tudo isso é nosso de volta.- ele aponta para a casa e o pessoal.

-Eu quero me lembrar de comemorar.- rio quando ele me gira.- Não levantar amanhã e não saber o que aconteceu.

-Bem, gosto não se discute.- ele franze o nariz.- E você está com Dante, então essa frase se aplica dez vezes mais.

-Nossa, mas você é um perigo bêbado.- sorrio enquanto ele vai dançando comigo.

-Diga isso para os outros.- ele cantarola.

-Eu não achei que fosse morrer dançando.- começo a acompanhar a música.

-Melhor forma de morrer.- ele fala animado.

Coloco minha cabeça para trás e rio, uma risada alta de verdade, acho que tem um tempo que não faço isso e hoje parece muito fácil de rir. Nunca mais quero parar de rir assim.

Ela Não É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora