Conversa

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Dante Bernadi

-A gente vai entrar por aqui.- passo o dedo pelo lugar, estamos vendo o mapa de Salerno.

-É mais longe do começo da cidade.- Bruno circula onde temos que ir com uma caneta vermelha.

-Vamos precisar ser discretos.- Pietro coça a barba, cansado.

-Não vai dar.- Kate cruza os braços.- Eles vão reconhecer vocês na hora, gente.

-Temos que arriscar.- Pietro murmura.

-Acham que colocar óculos escuros e um boné vai adiantar?- ela olha para mim.- Isso não vai acabar bem, Dante, precisamos de outro plano.

-Esse é o melhor plano que temos até agora.- levo a mão até a dela e meu dedo acaricia a pele da palma da mão.- Vamos conseguir...

-E se entrarmos por outro canto?- ela olha para o mapa e tira a mão da minha.

-Ele só vai deixar nesse ponto.- Pietro balança a cabeça.

-E se a gente pular por aqui?- ela circula um canto.- Não tem estradas e podemos roubar o carro de alguém que trabalhe cuidando dos containers.

Me aproximo por trás dela e vejo a ideia, quando vejo Bruno e Pietro também já estão vendo se é possível dar certo e ainda passarmos pelo canto menos vigiado.

Subo a mão até a cintura dela e aperto, Pietro olha para mim e assente dizendo que pode ser feito. Olho para Bruno e ele mexe a cabeça concordando.

-Ok, vamos entrar por aqui.- murmuro.- Mas vamos ter que levar roupas, se pularmos na água e depois não conseguirmos ficar quentes....vai ser ruim.

-Minha mãe tem malas que não molham na água.- Kate me observa.- Podemos pegar uma menor e colocar nossas roupas dentro para puxar.

-Certo.- Bruno sorri.- Vamos voltar mesmo.

-Finalmente, casa.- Pietro se joga em uma cadeira.

-Casa.- beijo a cabeça de Kate e ela deita a testa no meu ombro.

Acaricio seus cabelos e sorrio lentamente sentindo que tudo vai ficar bem, e quando tudo isso acabar vou mostrar a ela tudo que tem na cidade. Nossa cidade.

♧︎︎︎

Kate Bernadi

-Acho que essa deve servir.- falo mostrando uma bolsa preta discreta.

-Ok, é só deixar bem fechada que a água não entra.- minha mãe explica calma.

-Certo.- coloco a bolsa em cima da cama.

-Tem certeza que você vai?- pergunta cruzamento os braços.

-Vou.- assinto.

-Tome cuidado.- ela segura meu rosto.- Não vá fazer maluquice. Você sempre foi pé no chão, continue sendo.

-Eu sei, mãe.- sorrio sentindo ela beijar meu rosto várias vezes.

-Assim que puder usar um telefone, me ligue.- ela beija minha testa mais uma vez e então me aperta nos braços.

Afundo meu rosto e me encolho em seus braços, minha mãe acaricia meus cabelos e balança a gente para frente ou para trás como se eu fosse um bebê.

-Não acredito que você cresceu.- ela sussurra.- Depois de tudo o que aconteceu você foi uma luz na minha vida, Kate.

-Não foi o papai?- levanto a cabeça e ela sorri.

Ela Não É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora