Para Você

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Kate Reed

Caminho pelas ruas de Salerno enquanto três caras me acompanham por trás e Dante bem ao meu lado mexendo no celular com uma cara bem séria.

-Preciso ir no banheiro.- falo parando.

-Rápido, ainda tem muita coisa pra fazer.- ele olha para um dos caras.

Entro em um restaurante pequeno e vou até o banheiro acompanhada pelo cara, fecho a porta na cara dele e passo a tranca para ele não abrir a porta enquanto eu estiver pensando em algo.

Vejo que tem uma janela e percebo que posso passar por ela, me agacho tirando os sapatos e logo subo em cima do vaso para conseguir alcançar a janela.

Sorrio quando ela abre facilmente até o fim e coloco a cabeça para fora vendo que deve ser o beco atrás do restaurante, rapidamente eu consigo passar pela janela e meus pés tocam o chão.

Espero um pouco para ver se não vem ninguém correndo atrás de mim, respiro fundo e começo a andar lentamente até o final do beco como se nada estivesse acontecendo.

Quando percebo que ninguém está me seguindo começo a andar mais rápido, entro na primeira loja que encontro e vejo uma mulher lendo uma revista de caras seminus.

-Oi, posso usar seu telefone?- pergunto apoiando minhas mãos no balcão.

-Non parlo inglese.- ela fala com uma voz idiota e isso me faz bufar.

-Telefono, devo usare il telefono.- falo a mesma coisa.

Ela revira os olhos e me empresta o próprio celular, começo a digitar o número da minha casa com os dedos tremendo e coloco para chamar.

-Alô.- Cody que atende.

-Oi, cara, preciso falar com o papai, ele tá aí?- falo rapidamente.

-Oi, Kate! Por que você desapareceu?- ele fala tristonho.

-Eu explico tudinho depois, mas eu preciso falar com o papai!- passo a mão pela testa.

-Vou chamar ele.- Cody parece correr.- Pai! É a Kate...

-Onde você está?- ele pergunta desesperado.

-Em Salerno, aquele maluco..."

Alguém segura minha mão e afasta o celular do meu ouvido, olho por cima do ombro e vejo que é Dante. Ele pega o celular e coloca em cima do balcão.

-Vamos.- ele começa a me puxar.

-Espera.- tento parar.- Por favor, Dante, eu preciso falar com eles.

-Vai falar quando você não sair por aí pulando janelas.- ele parece bem irritado.

-Eu vou gritar.- falo quando vejo o carro.- Eu vou gritar e a polícia...

-A polícia?- ele sorri divertido.

-Sim, eu vou gritar e eles vão acabar com você...

-Vai gritar para a polícia?- ele franze as sobrancelhas escuras.- Pra eles me prenderem.

-Sim.- minha voz não é tão segura quanto antes.

-A polícia, meu bem, obedece a mim.- ele me coloca dentro do carro e depois o cinto.

Fico calada e ele fecha a porta, engulo em seco antes dele entrar e sentar ao meu lado um pouco mais afastado. Aperto minhas mãos e percebo que estamos voltando.

Mexo a cabeça e olho para a janela vendo as casas e lojinhas passarem rapidamente, nem consegui falar direito com o meu pai, nem mesmo falar que eu estava bem.

Ela Não É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora