17. Caminhos sem Volta.

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Lucas.

Demorei novamente pegar no sono. Achei que ela talvez fosse me mandar mensagem, pedir pra reconsiderar, pra não a deixar. Mas depois da foto com a Suzanna talvez fosse pouco provável que isso acontecesse. E conhecendo a como conhecia, sabia que ela não viria atrás de mim.
Me acalmei um pouco, tentei não lembrar dela. Mas peguei o celular e fiquei lembrando de tudo que a gente viveu em tão pouco tempo e em quão intenso foi.

Amanheceu demoradamente. Acordei mais cansado do que fui deitar. Fui pra cozinha tomar um café e encontrei meu pai já cedo, bebendo seu chá.
_Bom dia pai. _Digo.
_Bom dia filho. Quase não dormi.
_É eu também.
_Eu imagino. Filho, estive matutando uma coisa aqui. _Diz ele pousando a xícara na bancada. _Você não acha estranho terem tantas fotos suas com Ayla? E por que motivo te pediram pra se afastar dela?
_Não sei pai. O Yan ele gosta ...
_E se não for o Yan, Lucas?
_Por que pai? O que o senhor está insinuando? _ Pergunto.
_Qual o motivo Lucas?
E uma luz acendeu na minha cabeça.
_"O namorado intrometido dela".
_ Exatamente.
_Pai a pessoa que fez as ameaças sabe que eu sei.
_Mais uma vez você está certo Lucas.
_ Então como o Yan saberia?
_Filho, pare de pensar no filho do Solon. Agora pense comigo, porque a polícia sabendo de tudo não move um dedo?
_Bom me disseram que não tem provas suficientes.
_ Haaa querem mais provas do que um bunker lotado de cocaína? Só podem estar de brincadeira!!!! Vou entrar em contato com uns amigos meus da Interpol, e ver o que consigo descobrir. Agora tome seu café e vá Lucas, para não se atrasar. E tome cuidado.
_Pode deixar pai._Digo e sigo para o trabalho. Na esperança de ver como estava Ayla.

Ayla.

Acordei mal. Meus olhos inchados de tanto chorar. Não me dói tanto o fato dele ter ido embora, como o fato de estar com a suzanna. E eu achando que ela estava com Léo. Como eu sou ingênua. Fiquei na cama e resolvi que só iria trabalhar a tarde e que minha rotina não mudaria por causa de homem nenhum. Assisti um filme, fiz almoço. Vi o carro dele chegando na minha casa ao meio dia. Era demais pra mim. Passei a mão no meu prato e fui comer no quarto, ouvi ele bater a porta do escritório montado de meu pai. Que saco, agora eu vou ter que cruzar com ele dentro da minha casa?
Não estava com vontade de vê lo. Dá pra ver que ele não presta. _Pensei. Me fez de boba essse tempo todo e nem pra ter a consideração de não vir até aqui. Bom talvez ele nem se importasse, talvez não estivesse nem aí pro que eu sentia ou não.
Coloquei uma roupa mais discreta e antes dele sair e fui para a empresa.
Aline ja estava lá.
_O que houve com você? Está com uma cara horrível.
Não me segurei e contei pra ela. Tudo.
_Eu não acredito, aquela vagabunda de quinta. Se eu ver ela garota por ai juro que eu pulo nela Ayla. Ah que vadia.
_É eu sei. Mas ele também não presta! Porque se fez de santo pra cima de mim. E não é que o Yan tinha razão..
_Porque?
_ Ele disse que no fim eu ia descobrir quem era o Lucas. Não guriaaaaa, e deixa te contar a maior. Meu pai promoveu ele a chefe do financeiro.
_Sério?_Ela diz. _Mas que baita interesseiro ein.
Fiquei quieta. Não achava que ele fosse interesseiro e nem que precisassem de mais dinheiro.
Subi para o escritório, vi Daniel sentado lá.
_Oi Ayla. Que bom ver você! Preciso de uma atenção especial aqui, você pode me ajudar?
_Claro. O que precisa?
_Sei que você é ótima nas projeções...
_Ahh não. O lucas que sabe fazer bem este trabalho. O meu é mais gestão de análises combinatórias, se te servir.
_O que houve com o Lucas? Ele tava meio triste hoje cedo.
_Ahh a gente brigou. Mas não quero falar disso.
_Tudo bem, eu sou um pouco invasivo. Me perdoe.
_Que isso! Não tem problema.
_Ayla... então já que você está solteira será que não quer jantar comigo um dia desses?
_Você não é casado?_Pergunto.
_Era. Me divorciei a 4 meses.
_Bom não vou te prometer nada! Tudo que eu menos quero agora são encontros. Eu quero um tempo pra mim.
_Entendo. _Diz ele apoiando a mão dele sob a minha. Retirei a mão rápido.

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