38. Lar doce lar

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Meu braço ainda doía muito, a viagem no jatinho foi muito desconfortável. Eu estava sonolento, Ayla se deitou do meu lado, recostou o assento e apoiou a perna em uma caixa.
Eu não conseguia dormir, pensava em todo inferno que vivemos, achei que ela fosse ficar pior, talvez a realidade do que aconteceu ainda não havia caído na idéia dela. Poderia ter sido maravilhoso, poderíamos ter aproveitado e ter dado tudo certo.
_Lucas? _ Chama minha mãe.
_ Estou bem mãe.._ Estava escuro lá fora e no horizonte um tom amarelado denunciava que em breve o sol daria lugar a penumbra da noite, enquanto o jato cortava o céu veloz.
_ Filho, sinto muito pelo que aconteceu com vc e principalmente com ela._ Diz minha mãe ouvindo meu suspiro.
_ Eu não consegui protegê la como deveria mãe. Ele se aproveitou dela.
_ Não é culpa sua querido. Dê graças à Deus que estão vivos.
_Tente descansar, temos mais algumas horas de vôo ainda. _Diz meu pai que também estava acordado. _ Filho vocês pretendem mesmo sair da casa dos Allen?
_Sim, pretendemos. É o que ela quer pai. _ Digo, não sendo franco. Eu também desejava aquilo, mesmo adorando a família dela. Eu era estúpido demais se não afirmasse que a queria só para mim.
_ Bom, então quando chegarmos e você tiver melhor vou te levar a um lugar.. e espero muito que vocês gostem._ Diz meu pai.
Renan dormia profundamente do outro lado. Senti pena dele, seu pai era tão rico quanto os nossos e ele estava privado de viver com ele por conta das ameaças do desgraçado do Sólon. Eu estava com um ódio mortal dele, e planejava mentalmente uma forma de me vingar por tudo que ele já nos fez passar.
Quando enfim o Jato pousa no solo, taxia e seus motores desligam, Ayla acorda.
_ Nossa que frio! _ Diz ela pra mim. Eu mesmo estando debilitado tento me ajeitar para cobrí la com um casaco.
Descemos. Quatro carros blindados, pretos nos esperavam, e mais adiante os carros dos seguranças também . Haviam 15 homens fazendo nossa segurança.
_ Meu Deus! Que vida! _ Diz Dona Lize olhando para um dos carros.
Cada dois de nós entrou em um carro e Renan seguiu sozinho para um local que desconhecíamos, preparado pelo seu pai para protegê lo.
Antes dele entrar no carro, seu telefone toca.
_ Renan?
_ Oi,...
_ O que houve com você? Onde você está? Disseram na TV que você havia morrido.._ Diz uma voz conhecida. Parecia ser a voz de Lorraine.
_ Não posso te explicar agora. Vá até sua amiga mais tarde que ela te conta. Não posso falar por aqui, telefone pode estar com grampo.
_ Mas você está bem? Está tudo bem?
_ Estou. Fica tranqüila. Estou bem.
E desliga.
_ Era Lorraine? _ Pergunto.
_ Sim, lembra que falei que todo mundo acha que estou morto.
_ Ela sabe de alguma coisa?
_ Sim estava comigo quando Suzanna me contou sobre Yan. Não consegui esconder dela.
_ Lori gosta muito de você Renan, devia dar uma chance pra ela._ Diz Ayla.
_ Eu estaria mentindo se dizer que não curto ela também, mas agora não dá né? Olha só o que está acontecendo com a gente, não vou metê la no meio disso. Ela deve ir na casa de vocês hoje, diga a ela que estou bem e que em breve entro em contato. _ E entra no carro. _ Até mais!! _Diz fechando a porta.
Segui com Ayla para um dos carros..
_Ei Ayla! _ Disse meu pai, e ela se vira.
Meu pai joga uma pistola pra ela, que a pega com precisão!
_ Obrigada! _Diz ela.
_ É, parece que eu namoro a mulher maravilha agora! _ E ri pra ela, ela sorriu.
_ Se querem guerra, é o que vão ter Lucas! _ Diz senhor Robert engatilhando também uma pistola._ Ligue pra Maurício. Amanhã lá em casa vamos nos reunir. _ Diz para meu pai, e entra com Dona lize no carro.
_ Até mais filho, até mais pequena. _ Diz meu pai para eu e Ayla. E entra no outro carro com minha mãe.

Os carros de luxo saíram juntos, num comboio de seguranças que o cercavam. No fim do entroncamento da estrada, dois deles seguiram para o mesmo lugar e os outros dois se separaram, os seguranças também estavam seguindo os 4 carros pela vastidão da estrada. Quando entramos em casa, senti um alívio estranho por estar de volta.
_ Ayla graças a deus!!!! _ Diz Helena mal acreditando que estávamos em casa. E chora abraçando a irmã.
Vi Matheus por casa também, ele vem ao meu encontro e me cumprimenta.
_ É bom te ver de volta cara!
_ É bom estar de volta.
_ Nossa até Aron está feliz! _ Diz Helena.
_ Quem é..._ Diz Ayla.
_ É um menino? _ Pergunto já sabendo a resposta.
Ayla fez cara de surpresa e grudou na barriga da irmã. Vi Matheus sorrir alegre.
_ Parabéns!! _ Digo. _ Mas e aí não está trabalhando?
Helena e Matheus endureceram, os pais de Ayla também.
_ Bom, estou por casa desde que vocês viajaram, recebi ameaças de Yan. _ Diz ele.
_ Temos dinheiro suficiente para vivermos todos nós 100 anos sem trabalhar. _ Diz meu sogro. _ Isso não é problema.

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