37. Ponto de partida.

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Ayla.

Me surpreendi ao ver Renan, aqui na Tailândia. Sólon disse a nós dois que Renan era quem despistava a polícia sobre onde ele estava este tempo todo. Fiquei absorta em pensamentos, e duvidando do que ele disse, pois eu não sabia mais no que acreditar. Renan parecia muito desesperado para quem era do lado negro.
Solon ria fantasmagóricamente, Renan pediu para que ele nos deixasse ir. Ele falava mansamente que estavamos liberados, mas atirou em Renan e saiu. Gritamos.
Eu não podia acreditar no que via, com a força do impacto ele caiu para trás, corremos na sua direção, ficando de costas para entrada. Senti um baque surdo do meu lado e vi Lucas caído, não deu tempo de gritar, não deu tempo de nada.
Estava inconsciente, viajando nos meus sonhos, ouvi a voz do demônio. Parecia perto de mim, eu precisava correr, precisava sair do inferno que eu estava, me debati e acordei.
Me vi presa por cordas que levavam ao teto, meus pés mal tocavam o chão, não sabia se era madrugada ou noite, minha cabeça doía muito. E vi o pior: Yan.
Lucas estava a minha frente amarrado só de cueca, seus braços em ângulos estranhos o deveriam fazer passar muita dor, Yan desferia choques no corpo molhado dele. Gritei, mas meu grito foi sufocado por mordaças. Comecei a chorar, Yan ia matá lo. E eu nada poderia fazer, iria ser morta também. Meus gritos nada poderiam fazer para salvá lo.
_ Isso dói bonitão? Kkkkkkkkkk, mas nada vai te doer mais do que eu vou fazer com ela.
Me encolhi com medo dele. Yan sempre foi um bosta, mas ultimamente tinha ganhado uma coragem que não lhe pertencia.
_ tsc tsc tsc... Como vocês dormem!! Estavam cansadinhos da putaria naquele quartinho? _ Ele se virou pra mim, olhei espantada pra ele. _ Sabia que passaram quase o dia aqui desacordados? Kkkkkkkkkkk. Acho que bati forte demais. Meu paizinho nem sabe que estou aqui, e aquele babaca do seu amigo, veio correndo contar pra você que eu estava aqui e que seu celular estava grampeado. _Ele se volta para Lucas. __ Eu queria te matar, mas tem coisas que são piores que a morte né Lucas? Duvido você conseguir viver sem ela.

Lucas me olha, faz força para se soltar, em vão. Começo me desesperar. Yan passa a arma no meu decote, e rasga minha blusa com extrema violência. Senti o metal frio descer no meu estômago. Olhei pra Lucas, chorei, queria que ele pudesse me salvar, nos tirar dali. Mas infelizmente sabia que isso não era possível. Sentia nojo e medo de Yan.
Ele foi onde Lucas estava e colocou a coleira no pescoço dele e prendendo sua corrente lá atrás, fazendo ele sufocar. _ " Meu amor, aguenta por favor " Pensei, e acho que ele entendia isso em meus olhos. Sustentei o olhar dele diversas vezes.
_ E você sua vagabunda!!! Gosta do jeito que ele te trata, igual uma prostituta? _ Ele fala chegando parecendo um cachorro raivoso perto de mim e esmaga meu rosto, e começou passar a arma gelada em meu corpo.
_Gosta de ficar amarrada? Kkkkkkk vagabunda. Responde! Vadia!!! Responde!!! _ Comecei a chorar e fiz que sim com a cabeça escutei ele engatilhar a arma, ele passou as mão nojentas em mim e ergueu minha saia, ele se demorou na tatuagem que fizemos, olhou pra mim e depois pra Lucas e entendeu do que se tratava.
_ Amor? Amor vagabunda? Amor? _ Sinto uma bala entrar na minha coxa, e esmigalhar meus ossos. Gritei, e comecei a fazer xixi involutariamente por conta do medo e da dor agoniante. Gritei de dor, vi Lucas quase roxo se forçando para sair do inferno em que estava. Meu corpo se tremia, e a angústia que passava pelo meu estômago era dilaceradora.
_ Tá se mijando vadia? _ Diz Yan. _ É bom, vai ficar menos seca quando eu te comer na frente desse babaca e depois te matar. E ele vai viver com isso pelo resto da vida se conseguir sair daqui!! Isso se eu não matar ele depois.

Ouvi aquilo e comecei a chorar. Eu já sabia o que ele tinha em mente. E eu não poderia resistir, e eu sabia que ele nos mataria depois. Ou mataria Lucas. Jurei que se eu sobrevivesse ia matar Yan.
Ele rasgou minha lingerie, e baixou sua boca nojenta em meus peitos, me mordia. Que dor!! Que nojo!!!
_ Gostosa desgraçada você acabou com a minha vida. _ E me mordeu com força entre o ombro e o pescoço. Fechei meus olhos, senti um choque nas minhas costelas, e denovo me mijei.
_ Ué, não gosta de dor bonequinha? Com ele você não reclamava né? Vagabunda suja. _Levei uma coronhada. _ Eu vou te foder sua vadia. E você vai gemer no meu pau. _ Ele coloca o pau pra fora das calças, comecei a me tremer, senti ânsia de vômito, senti que ia desmaiar do medo. Yan era doente, psicótico. Se isso ia mesmo acontecer, ia olhar pra Lucas, imaginar ele comigo. Encontrei seus olhos cheios de lágrimas, não me contive, fechei meus olhos e chorei, sentindo ele me penetrar com extrema violência.
Não me mexi, senti ele gozar em mim, porco nojento.
_ Segura meu tesão aí dentro de você vagabunda._ E começa me enforcar. Vi Lucas soltando uma das mãos e conseguindo tirar a coleira e a mordaça.
_ Seu desgraçado!!! _ Lucas grita! Yan imediatamente se vira, pega a arma e atira nele. _ "NÃO Lucas, não, não amor" Disse sem me ouvirem. Sentia minha perna latejar, minha intimidade latejava também, ele havia me machucado. Senti uma mão alcançar as amarras. E depois a mordaça, nem virei pra olhar. Juntei uma pedra do chão enquanto Lucas, que via tudo o mantinha distraído, eu tinha que ser rápida, ou ele o mataria.
Reuni todo ódio que existia por ele e todo amor que eu tinha por Lucas e o golpeei com força, no exato momento em que o tiro pegava em Lucas.
Corri juntei a arma do chão, vi que Lucas estava se mexendo, Yan havia gasto 3 balas, engatilhei e meti 12 balas e a que estava na culatra também em sua cara nojenta, abrindo um buraco a queima roupa no meio da sua testa desfigurada. Minha mira ao contrário da dele, era boa. E fiquei apertando o gatilho enquanto desabava no chão ao lado de Lucas ferido. Mas vivo.
Acabou... Acabou meu amor... _Vem aqui. _ Ele diz. Chorei muito em conseguir tocar em Lucas. Em sentir seu corpo quente e ver que estava bem.
Vi atrás de mim Renan que parecia muito fraco._ Vem vamos sair daqui! _Diz Lucas.
Saímos dali caminhando até o fim do túnel onde o rio passava.
E por sorte, senhor Adams nos encontrou, eu estava suja de sangue e despida, assim como Lucas. Senhor Adams deu seu paletó para mim. Sentia Lucas respirando fundo e com dificuldade ao meu lado. Fiquei quieta e abracei ele sentindo seu cheiro próximo de mim. Não sabia o que faria da minha vida se ele tivesse sido morto. Descobrimos que Renan era filho de senhor Adams, e que ele não estava do lado de Sólon por opção, e também por sua família ser chantageada. Renan entregou meu celular que havia achado e não encontrou o de Lucas, mas que diferença fazia, estava grampeado.

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