40. Afeto

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Lucas.

Eu nem poderia acreditar que eu ia morar com meu amor naquela casa maravilhosa. Estava no céu, fiquei pensando em tudo que poderíamos fazer sem que ninguém ficasse nos vigiando. E era maravilhoso se sentir assim.
Sábado nos mudaríamos, a noite seria a primeira recepção dos nossos amigos. Então tratei de convidar todos para que viessem a nossa casa no sábado.
_ Então é oficial mesmo? _ Diz Rômulo ao telefone.
_ É sim. Depois te envio a localização.

Quando anoiteceu, resolvi jogar a merda toda no ventilador. Contei tudo que vinha me incomodando na minha cabeça. Tudo que eu montei, todas peças estavam se encaixando.
Eu sabia que quem entrou na empresa aquela vez foi a polícia, e fora um policial que batera em Ayla. Eu juntei tudo, e sabendo que não tardaria a Sólon tentar algo conosco, teríamos que nos preparar.
Matheus na segunda ia fazer aula de tiro também. Quando terminamos nossa reunião. Vi Ayla empalidecer e cair no chão desmaiada. Corri pegar ela e colocá la no sofá.
_ Ayla!!! Meu Deus. _ Disse. _Me ajudem aqui!!
Matheus correu. Dona lize buscou água.
_ Desmaiou!Pulso tá normal. _ Vi Matheus aferir o pulso, e franzir a sobrancelha. _ Lucas, por acaso o Yan..
_ Ah.. _ Me desceu um gelo corpo afora. _ Ele ejaculou nela. O desgraçado gozou sim.E ela não estava tomando contraceptivos. Meu deus isso não pode tá acontencendo!! _Me encostei na parede oposta de onde ela se encontrava. E comecei a me tremer todo por dentro.
_ Ela pode estar grávida sim. Vou verificar a pressão. _ Diz Matheus. _ Helena pegue um daqueles testes seu e dê pra ela fazer.
Ayla dava sinais de que estava acordando, enquanto Matheus aferia sua pressão, eu e todos nos olhamos.
Matheus como era profissional, já lhe adiantou tudo. Eu estava tão contente a segundos atrás e agora estava dilacerado com a recente descoberta. Não conseguia olhá la. Não conseguia sustentar seu olhar que me procurava e numa atitude de desespero, para que não me vissem chorar fui para o quarto. Depois me arrependi, coitada. O que não deve estar sentindo? Fiquei preocupado, mas pensei que poderia ser meu, de fato ela estava se sentindo mal, havia tempo. Pra falar a verdade a peguei passando mal fazia mais de 1 mês. No dia em que nos reunímos na minha casa com Maurício a primeira vez. E na viagem ela passou bem mal, mas poderia realmente ser a comida.
E hoje, ouvir Matheus dizendo que ela poderia estar grávida, e que na pior das hipóteses este bebê ser de Yan, me deixou muito angustiado.
Ela entra no quarto pisando levinho, com medo. Senti o medo que pairava ao seu redor. Ela estava arrasada assim como eu.
Fiquei de cabeça baixa chorando.
_ Você vai me deixar? _ Ela me pergunta.
Não acredito que ela possa pensar que eu seja assim, realmente. É obvio que não ia a deixar.
_ Luc..._ Ela chorava. Não pensei duas vezes em levantar e abraçar ela. Depositando um beijo na sua cabeça.
_ Este bebê é nosso. Tenho certeza que é nosso Ayla!!!
Peguei o teste das mãos dela, retirei da caixa e o entreguei afirmando para ela que deveria fazer de uma vez e acabar com essa angustia.
Ela em coisa de segundos depois volta, se senta ao meu lado e fecha os olhos. A abraço.
Reparei no segundo risco se transformando de azul clarinho, para um azul bem forte, afirmando que sim, Ayla estava grávida. Peguei o objeto nas mãos e o soltei de novo.
_ E aí? O que aconteceu? _ Pergunta ela
_ O que já imaginávamos. _ E a abracei para não parecer um ogro.
Ela chora baixinho.
_ Eu só peço à Deus que seja nosso. Porque eu não vou aguentar carregar um filho dele Lucas. Eu faço DNA ainda na barriga e se for dele, eu vou abortar. Você pode até ir embora, me deixar. Mas se for dele, eu não quero. Só quero um filho se ele for seu amor, só se ele for seu. _ E chora inconsolável.
Uma batida é desferida na porta. Era Matheus. Ele me olhou, fiz que sim com a cabeça. Ayla continua chorando.
_ Ayla. _ Diz Matheus. _ Qual foi o último dia da sua menstruação?
_ Não sei, dia 25 de julho. Acho.. _Ela diz chorosa.
_ Há quanto tempo você não toma mais contraceptivos?
_ Desde que perdi o bebê.
_ Onde vocês estavam entre dia 8 e dia 15?
_ Fomos viajar com a turma._ Digo
_ Foi quando fizeram o vídeo de vocês? _ Ele me pergunta.
Eu não sabia do que ele estava falando, mas Ayla já havia parado de chorar e o olhava sério.
Matheus bate no meu ombro.
_ Meus parabéns, você vai ser pai! _Diz ele._ Ayla você deve estar de no mínimo umas 7 semanas. 1 mês e meio por ai.
_ Você tem certeza? _ Pergunto.
_ É bom Ayla fazer um DNA daqui um mês, só pra desencargo. Mas acho quase impossível. _ Diz ele. _ Ayla você tem se sentido enjoada, com fome exagerada, tonta, ou tenha tido alguma crise de vômito alguma vez nessas semanas?
Me lembrei dela passando mal, e reclamando que estava enjoada.
_ Sim. _ Ela respondeu.
_ É, parece que você foi pra Tailândia grávida. _ Sorri. _ Desencanem! O bebê é de vocês. Vou deixar vocês conversando.
Não nos olhamos ainda. Lá fora escutei a comemoração de Helena e dos pais dela.
Olhei pra ela, meus olhos deveriam brilhar. Ela havia se acalmado.
Levei minhas mãos à sua barriga, encostei minha cabeça na cabeça dela, encontrei sua boca e a beijei. Um gosto salgado indicava que ela retornou a chorar.
_ Amor.. ei, _ A abraço.
_ Me desculpe.. me desculpe.
_ Ayla, se desculpar pelo quê? Por me dar um filho? Escuta.. _ Digo. _ Olha pra mim. _ Peço. _ Você é a mulher da minha vida, você realmente acha que eu não vá ficar feliz com isso?
Ayla fica me olhando, demoradamente. Respira fundo.
_ Eu nem sei por onde começar. _ Fala.
_ Pelo começo. Vem, vou ligar pros meus pais. Vamos até a sala, acho que meu celular ficou por lá.
Levantei com ela da cama. Ela ficou parada uns segundos, depois me seguiu, olhei para trás pra ver se ela estava bem. Um sorrisinho tímido denunciava que sim.
_ Então papai, temos mais um bebê na casa? _ Pergunta dona Lize, olhando para mim.
Não sabia o que responder e apenas sorri. Quando Ayla chega na cozinha onde está a mãe, a abraça e chora.
_ Filha, calma. É só um bebê. Não se assuste. E pela graça de Deus é de Lucas.
_ Minhas filhas vocês tem uma maneira bem sutil de se portarem quando descobrem que estão grávidas. _ Diz meu sogro relembrando Helena num estado de nervos quando descobriu a gravidez tempos atrás.
_ Dois bebês.. dois bebês. _ Diz Helena sorrindo.
Encontrei meu celular na mesa e fui para varanda contar para meu pai.
_ Oi pai! Boa noite.
_ Oi Filho..
_ Pai, tenho que lhe contar uma coisa, que descobrimos hoje.
_ Nossa o que você esqueceu de me falar meu filho, tínhamos tantos assuntos, o que você esqueceu ?
_ Que eu vou ser pai.
O telefone fica mudo. Ouvi ele gritar com minha mãe.
_ Meu filho que notícia maravilhosa! Meus parabéns!!! Você e Ayla estão bem?
_ Sim estamos. _ Vi Ayla chegando perto de mim. A abracei com a mão que estava boa. _ Estamos bem.
_ Filho.. _ Ouço minha mãe. _ Cuide bem dela. _ Sorri desajeitado, por conta do braço.
_ Eu cuidarei mãe, não se preocupe.
_ Até sabado então.
_Até..
_ Filho..
_ Oi mãe..
_ Se cuidem. Amo vocês.
_ Nós também, nós também.

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