INCANDESCENTE®

41. O valor das amizades

Ayla.

Eu não poderia estar grávida. Não agora! Fui ao banheiro, me tremendo.
E quando retornei, Lucas me olhava tenso, sentei na cama com ele, não sentia meus pés e achava que ia desmaiar qualquer momento novamente.
Perguntei pra ele, e ele me confirmou que sim, eu estava grávida mesmo.
Meus pensamentos desordenados, sentindo o abraço dele, e o medo que me consumia me fizeram pensar em algo.
_ Eu só peço à Deus que seja nosso. Porque eu não vou aguentar carregar um filho dele Lucas. Eu faço DNA ainda na barriga e se for dele, eu vou abortar. Você pode até ir embora, me deixar. Mas se for dele, eu não quero. Só quero um filho se ele for seu amor, só se ele for seu. _ E comecei a chorar igual uma criança desesperada.
Matheus havia entrado no quarto.
_ Ayla. Qual foi o último dia da sua menstruação? _Me pergunta Matheus.
_ Não sei, dia 25 de julho. Acho.. _Digo não entendendo o rumo da conversa.
_ Há quanto tempo você não toma mais contraceptivos?
_ Desde que perdi o bebê. _ Informei a ele, e puxa vida; eu e Lucas desde o desjejum trepamos muito, muito mesmo. E eu se quer lembrei de anticoncepcional.
_ Onde vocês estavam entre dia 8 e dia 15?
_ Fomos viajar com a turma._ Diz Lucas.
_ Foi quando fizeram o vídeo de vocês? _ Matheus pergunta pro Lucas.
Eu entendi onde Matheus estava querendo chegar, 15 dias depois da última menstruação inicia se o período fértil. Uma luz ascendeu na minha mente. O olhava sério, esperando a confirmação.
Matheus bate nos ombros de Lucas.
_ Meus parabéns, você vai ser pai! _Diz ele._ Ayla você deve estar de no mínimo umas 7 semanas. 1 mês e meio por ai.
_ Você tem certeza? _ Lucas perguntou ainda sem acreditar.
_ É bom Ayla fazer um DNA daqui um mês, só pra desencargo. Mas acho quase impossível. _ Diz ele. _ Ayla você tem se sentido enjoada, com fome exagerada, tonta, ou tenha tido alguma crise de vômito alguma vez nessas semanas?
_ Sim. _ Respondi pensando em todos enjoos, na libido maluca e na vontade tremenda que eu ficava, só de Lucas ter se encostado em mim, na festa de aniversário de Renan, os dias no quarto na Tailândia. Isso tudo deveriam ser hormonal, e de certeza a concepção foi na viagem com a faculdade, pois na outra semana quando Ruan se passou pra mim, eu passei mal. As comidas na Tailândia, me deixando enjoada. Tudo fazia sentido.
_ É, parece que você foi pra Tailândia grávida. _ Sorri. _ Desencanem! O bebê é de vocês. Vou deixar vocês conversando.
Lucas me deu um beijo, e senti sua mão quentinha na minha barriga. Comecei a chorar novamente.
Eu não sei se ele queria um bebê agora, tentei me desculpar, mas ele me silenciou. Fomos até a sala, ele contou para seus pais que iria ser pai.
Lucas era o oposto de Matheus, não me julgou, ficou do meu lado.

A sexta feira foi impactante, tanto pelo fato de começarmos nos mudar, como pelo fato de eu ter passado muito mal no trabalho. Lucas ficou fora com Matheus, que foi aprender atirar no clube de tiro.
_ O que você tem Ayla, está branca? _ Pergunta Aline.
_ Preciso dividir isso com alguém, se não eu vou morrer. _ Digo pra ela._ Aline, eu e Lucas vamos ter um bebê.
_ Não acredito!!! _ Ela me abraça. _ O que foi? _ Pergunta vendo a minha cara de insatisfação.
_ Não queria pular etapas. _ Digo. _ Os pais de Lucas nos deram uma casa, gigante, aqui perto. _ Ela me olhava abobalhada. _ Estamos nos mudando. Achei que ia aproveitar só com ele, pelo menos por um tempo sabe..., mas ontem descobri que estava grávida. E tem mais uma coisa que eu não te contei...
_ Hmm.. _ Diz ela.
_ Yan fez algo contra minha vontade.. _ Abaixei a cabeça. _ Ele me amarrou de frente pro Lucas, também amarrado e ...
_ Ayla eu... sinto muito. Sinto muito. _ E me abraça. _ E você está encucada que o filho possa ser de Yan?
_ Nós dois estávamos, mas Matheus fez as contas, avaliou e dado fato que eu já me sentia mal antes, parece que eu já embarquei grávida. Estou de 7 semanas.
_ Nossa, vocês dois tem um carma né! _ Ela diz. _ Mas acho que vão ser bons pais, vocês são tão bonitos juntos. Ele gosta muito de você, deve estar bem feliz.

Bom, eu não sabia o que dizer, sorri e subi fazer meus afazeres diários. Não passei muito bem o dia todo. Uma ansiedade se apoderava de mim a cada passo que eu dava. Eu estava sendo boba, mas sei lá, eu não sabia explicar.