33. Predestinados.

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Senti uma mão sendo passada no meu rosto e levei um susto. Mas era Lucas, de shorts de banho e regata, com uma baita mesinha, farta de comidas diferentes das que eu conhecia, posta sobe os meus quadris.
_ Experimente isso na folha de bananeira! _ Diz ele pegando um embrulhinho e o comendo. _ Se chama nasi lemak, é a comida típica daqui. Eles geralmente comem no café da manhã.
_ Hmm.. parece arroz doce?_ Digo mordendo o embrulhinho. _ E é bom.
_ Os molhos são deliciosos. Aqui só não vai ter carne de porco, porque o país é islâmico, esses pratos chamam se Halal. Óbvio que encontra carne suína. _ Diz ele me olhando. _ Mas como vamos pelas típicas, acho interessante te contar.
_ Meu mafioso é guia gastronômico também?
_ kkkkk come rápido, quero te levar nuns lugares.
_ Você já esteve na Malásia? _ Pergunto pegando um tipo de pão dobrado, e passando num molho diferente.
_ Estive aqui por uns 12 dias, quando fiquei 6 meses na Tailândia. Conheci as ilhas todas, já que a Tailândia é vizinha da Malásia. Isso que você está comendo agora é um pão indiano, se chama Roti canai. É um dos meus preferidos. _ E deu uma mordida no meu pão.
Era tudo novo pra mim, eu já tinha viajado para outros países, mas nenhum assim excêntrico e exótico. Já estava amando. Pena que dos 15 dias perderemos 5 viajando em conexões, 3 nas reuniões e sobrará 7 dias pra nós dois. Mas ainda assim era fantástico.
_Coloca uma roupa confortável e fresca! _ Diz Lucas. _ Aqui faz mais calor que o normal!
Estavamos na capital, que era kuala Lumpur. Saímos do hotel, e o metrô nos levou à visita de lugares maravilhosos.
_ Ayla, sabia que as Petronas, eram por anos o edifício mais alto do mundo?. _Falou apontando para duas torres idênticas, super modernas que se erguiam sob o céu clarinho da cidade.

Subimos numa torre de tv, a KL tower, que contava com um piso todo de vidro que possibilitava ver a cidade e também uma vista bem bonita das Petronas.
Quando começou entardecer, fomos a um jardim lindo que dava também vista à cidade.
E quando de fato anoiteceu, Lucas me levou a uma rua chamada Changkat Bukit Bintang, onde haviam pub's e restaurantes com música e gastronomia de países variados do mundo todo. A bebida alcoólica não era consumido pelo povo, por conta da sua religião, mas podemos conseguir ela fácilmente nos pontos turísticos.
Quando retornamos pro hotel, Lucas disse que havia um bar no último andar dele.
_ Amor, vai pro último._ Diz o bonito, com os ombros queimados pelo sol.
_Quê? _ Disse.
_Tem um bar no último andar que você precisa ver a vista.
Estávamos hospedados no Pacific Regency Suites. E no topo dele ficava um bar chamado Luna. E dava pra ver a cidade inteirinha de todos os ângulos.
_Ah meu Deus Lucas isso aqui é lindo demais! _Disse ao ver a vista da cidade que se erguia abaixo iluminada de tons e contrastes perfeitos. _ Estou com fome. _ Sorri pra ele.
_ Vamos comer! Vem! _Convida puxando a cadeira pra que eu me sentasse próximo a uma imensa piscina. As pessoas bebiam e se jogavam na água.
_ Turistas! _ Diz ele. _ Ah escuta, na Tailândia para entrar nos templos, você não pode estar de roupa curta e é essencial que cubra os ombros. Não vamos esquecer.
_ Tô me sentindo um peixe fora da água . _ Digo.
_Se eu tô sendo chato te falando das coisas, me corta...
_ Não. Que isso!!Tô amando._ Disse. _ Lucas, nesse tempo que você esteve por aqui..
_ Vai me perguntar se eu conheci alguém?
_ Sim.. _ Disse com vergonha.
_ Não se preocupe, foram somente senhoras das casas de massagem. _ E riu vendo minha cara. _ Eu vim a trabalho lembra?
_ Sim mas...
_ Ayla, eu não era um putão o tempo todo.
_ Me desculpe eu não quis..
_ Tudo bem. Não esquenta.
_Nem parece que aconteceu tudo aquilo que aconteceu né?_ Perguntei.
_É._ Responde pensativo. _Estou preocupado apenas com uma coisa.
_ Com o quê?
_ Com o fato de Sólon me ligar.
_ Isso também me preocupa. Mas vamos pensar positivo né? _ Disse pra ele, mas na realidade isso estava me preocupando e muito. Se Sólon mantinha contato com Yan, ele ia saber que nós estávamos aqui, a milhares de km dele. Mas estávamos juntos, e isso seria suficiente para ele tentar algo contra minha família. O medo me consumia. Combinamos que eu ia ajudar Lucas com as negociações e que quando Sólon ligasse, ele não falaria nada de que eu também estava com ele.
Já no quarto, percebemos que água do chuveiro era realmente salobra, eu ainda estava exausta e nosso vôo para bangkok sairía as 1 da manhã de quarta.
_ Amanhã vamos dormir a tarde? _ Me pergunta Lucas ligando o ar. Estava extremamente quente. Demais._ Pra chegarmos inteiros na reunião de quinta?
_Que horas vai ser? _ Peço.
_As 10 da manhã.
_aiiinn. _ Me joguei na cama. Levava duas horas até o vôo chegar em Bangkok. Então até que fazemos chek in no hotel, teríamos poucas horas de sono.
Lucas deitou do meu lado se cobrindo com lençol, pois a noite estava tão quente que era impossível pegar a coberta.

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