19. Insanidades

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Eu estava muito p da vida com meu pai. Que história chata essa de segurança. O cara me comia com os olhos. Eu ia pra cima ele ia atrás, ia pra baixo ele ia também. Agora como que eu ia fazer pra ficar olhando pro Lucas sem sem notada? Isso era muito chato.
Eram próximo das 5 da tarde quando eu estava saindo da minha sala e vi o tal Salvador entrar na sala de Lucas. Pensei é agora que eu me sumo né? Desci lá com Aline.
_ Esse cara ai, esse tal de Salvador. Que saco! _ E passei por ela cruzando o corredor que levava para o depósito. Ouvi barulho lá, depois que fechei a porta. Ainda procurando a luz para acender, senti uma mão me socar contra a parede. Cai no chão. A dor que eu senti foi lacinante, um corte se abriu na minha testa, sentia o sangue quente jorrar. Ouvi barrulhos, de uma corrente grossa que os caminhoneiros usam para segurar a carga e senti ela golpeando minhas costas. Eu não conseguia gritar e não consegui me mover alguém pisava em cima de mim. Enquanto mais e mais golpes de corrente eram deferidos em meu corpo. Por fim me desvencilhei, gritando. E novamente gritei alto quando chutes eram aplicados em meus estômago. Senti meu corpo ser erguido no chão e depois jogado escada abaixo. Vi uma porta se abrir, a luz ser acesa, senti um perfume bom. Mas eu estava sentindo tanta dor que não conseguia manter os olhos e ouvidos a espreita. Depois disso não me lembro mais de nada. Só os olhos de Lucas, eram a única coisa que eu conseguia lembrar, pois estavam cravados na minha memória como pedra.
Acordei numa sala fria. Estava amarrada. Depois que recuperei os sentidos, percebi que se tratava de um hospital e que as amarras eram o soro. Então eu não tinha morrido. Estava difícil respirar. Senti a mão gelada de uma mulher desconhida que sorriu ao segurar minha mão.
_ Olá querida! Você vai ficar bem!
Vi Matheus na sala também. Depois que minha consciência foi recobrada, entendi.
_Ayla, foi por pouco que você não se foi. Quero que fique tranqüila. Eu preciso conversar com você.
_Vou deixar vocês a sós. _ Disse a enfermeira saindo.
_Você correu um risco muito grande hoje. Teve uma parada cardiorrespiratória. _ Matheus falava bem suave. O som da sua voz dava sono. _ Tente se manter acordada, tá todo mundo aí fora desesperado pra saber como você está. Tem um médico neste exato momento contando para sua família o que aconteceu tudo com você. Ayla agora tenho uma pergunta, você pode apenas responder balançando a cabeça ok?
Fiz que sim. Senti uma dor terrível na minha cabeça. Percebi que teria de pegar mais leve.
_Você está com algumas costelas quebradas, e alguns ematomas. Perdeu muito sangue. Mas eu gostaria de saber se você tinha conhecimento de que estava grávida? _Pergunta Matheus.
Eu não ouvi direito. Eu estava grávida? Olhei sério pra ele. Demorei até entender que tinha que responder. Fiz que não com a cabeça.
_Ayla. Eu sinto muito, mas infelizmente o bebê não resistiu. Você perdeu muito sangue, se você tivesse esperado mais, talvez até você não estivesse aqui.
Não sabia o que pensar. Então todos aqueles enjoos tinham um motivo. Um bebê, que agora não existia mais.
_Vou trazer sua família. Estão loucos querendo ver você. _Diz e sai. Escuto vozes alteradas e logo Matheus entra novamente, e com Lucas o seguindo. Lucas estava sujo de sangue. Mas não consegui visualizar se estava ferido ou não. Ele tocou meu rosto. Comecei a chorar.
_Porque você não me contou? _ Sua voz era um veludo. Olhei pra ele e balancei devagar, negativamente a minha cabeça e ele entendeu que eu não sabia. Se encostou na cama. Pegou firme em minha mão solta, levou seus lábios até ela.
_Íamos ter um bebê. _ Diz baixinho se recostando em mim e chorando quieto.
Vi minha família entrando. Meus pais, minha irmã e logo atrás Seu Jaime e dona Maria.
_Minha filhinha. _Chora muito meu pai, sendo abraçado pela minha mãe.
Lucas não saiu do meu lado, nem se moveu. Helena o abraçou apertado, beijou sua bochecha e disse:
_ Confia em mim, vai ficar tudo bem.
_Gente.._Diz Matheus. _Ela vai ficar bem. Só preciso que agora a deixem descansar.
_ Eu posso ficar? _Pergunta Lucas.
_Lucas, vai pra casa. Descansa também. Tome um banho e amanhã pela manhã, vocês podem voltar. Talvez amanhã até a noite, Ayla já esteja liberada pra aficar em casa._Olhei pra ele. Ele não estava com cara de quem queria ir embora. Todos se despediram. Ele continuou ali com Matheus.
_Lucas VAI. _Diz Matheus. _ Eu vou passar a noite aqui.
Lucas segura denovo minha mão. Beija minha testa e sai. Ele parecia arrasado.

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