Capítulo 8

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RAFAELLA

Pela manhã acordei sem Gizelly ao meu lado. Noite passada chegamos e só deu tempo de matarmos nossa fome e tomarmos um banho, não lembro de mais nada após isso. Estávamos muito cansadas. Peguei em meu telefone celular na cabeceira ao lado e vi as horas. Dez da manhã. Ao virar para o lado, vi uma bandeja com café da manhã preparado por ela. Sorri ao ver tudo caprichado, um misto de queijo e presunto, as frutas tudo picadinho no potinho, uma mini garrafa térmica de café com leite, torradas e requeijão. Vi também que tinha um bilhete escrito a mão.

Bom dia deusa maravilhosa da minha vida! Espero que tenha aproveitado a noite de sono. Não quis te acordar pois vi que estava cansada, mas vim trabalhar bem cedo pra voltar cedo e aproveitarmos o dia juntas. Já, já estou de volta. Beijos e aproveite o café da amanhã. GB.

Meus lábios se curvava em um sorriso carinhoso e gigantesco com todo esse cuidado e carinho dela. Cada dia mais Gizelly me surpreendia. Comecei a degustar de todo o café reparando em cada canto naquele quarto. Noite passada já chegamos subindo, que nem deu tempo de explorar a casa.

Ela não é tão grande, é pequena do jeito que Gizelly havia me dito. Só tem apenas um quarto, ele é espaçoso até. Tem uma sacada que dar para ver a praia na esquina da rua. A cama é uma espécie de beliche, em baixo é a cama de Gizelly a qual estou sentada agora. Ao lado tem uma escada de madeira com uma cama menor em cima. Provavelmente é a cama de solteiro do filho. Minutos depois que terminei meu café, peguei a bandeja com tudo que sobrou e fui até a cozinha.

Ao sair do quarto, tem um corredor. De frente para o quarto tem a porta do banheiro que também é lindo. Pequeno e moderno. No fim desse corredor é a escada, desci com todo o cuidado e dei de cara com a sala. É uma sala americana que divide o ambiente com a cozinha por uma mesa embutida que mais aprecia ser um balcão com algumas cadeiras. O tom de cor é todo pastel puxado para o rosa e branco. Coloquei a bandeja sobre a pia e lavei as louças as quais eu sujei. Quardei na geladeira as coisas que não comi e quando estou guardando as últimas louças, ouço barulho de chaves na porta.

- Ei, bom dia!- Gizelly entrou na casa me cumprimentando. Sequei as mãos no pano de prato e fui ao seu encontro. Ela trancou a porta e me puxou para um abraço.

- Bom dia Titchela!- Respondi selando nossos lábios.

- Dormiu bem? Tomou café direitinho?-

- Sim, estava delicioso. E dormi maravilhosamente bem, só não te vi quando acordei né.- Falei com uma falsa frustração e ela sorriu.

- Mas agora que cheguei, não vou sair mais ok?! Fui na loja ver como as coisas estavam e eu até trouxe o notebook pra cá. Mas só vou trabalhar aqui de casa mais tarde. Agora nós vamos aproveitar tudo. Vamos sair pra almoçar, depois aproveitar um pouquinho a praia.. Mais tarde se você quiser, nós vamos jantar em um restaurante que sei que você vai adorar.-

- Mas é claro que eu quero. Quero tudo que você quiser, enquanto estivermos aqui. Só não quero atrapalhar seu trabalho, pois sei que viemos pra cá com esse intuito. De você trabalhar.- Falei enquanto brincava com seus cabelos.

- Não atrapalha, pelo ao contrário, só ajuda. Costumo vir pra cá sozinha e ficar no tédio aqui. As meninas quando vem, vão aproveitar a praia e eu fico só em relatórios.- Ela diz sorrindo fraco. - Mas me diz, oque achou da casa? Já explorou? Não se perdeu nessa casa enorme não né?!- Sua pergunta debochada me fez rir.

- É linda! Parece uma casinha de boneca.-

- Já estou querendo alugar uma maior com mais quartos. Quando vier nós três, o Lee ter o quartinho dele. As meninas também, no caso.-

- Eu gostei dessa, eu gosto de casa pequena. Não ver minha casa?!-

- Ah mas os cômodos da sua casa são grandes.-

- Isso é.. Mas o que vamos fazer agora?-

- Pensei da gente colocar nossas roupas de banho, depois andar um pouco na praia até a hora do almoço. Lá mesmo tem um restaurante onde vamos comer, depois te levo la na loja pra tomarmos um sorvete ou açaí que eu sei que você gosta.. E depois a gente dar um passeio pela Cidade.-

- Nossa, quanta coisa nessa minha agenda.- Brinquei devolvendo o sorriso que ela me deu. Logo selamos nossos lábios outra vez. Dessa vez com um beijo longo.

Borboletas voavam no meu estômago, como se elas tivessem vivido no casulo durante todo esse tempo, ansiosas para sair. Gizelly fazia-me sentir assim, como uma adolescente que acabou de descobrir os prazeres da vida. Finalizei o beijo sentindo o aperto de suas mãos em minha cintura, logo distibrui selinhos sobre seus lábios e a vi sorrindo para mim.

- Já disse que você é linda?- Ela me perguntou assim que nos afastamos.

- Todos os dias.-

- Deusa maravilhosa da minha vida.-

- Adoro quando me chama assim.- Falei sorrindo boba e recebi outro beijo estalado.

- Agora vamos, se não vou querer ficar aqui o dia todo nessa pegada.-

****

GIZELLY

Chegamos a praia Vermelha e encontramos um lugar para nos acomodar. Rafaella estava deliciosa em sua saída de praia. Ela conseguiu ser ainda mais boa do que já é. O biquini que mostrava suas curvas e o vestido curto de crochê que mostrava todo seu corpo através dos buracos da saída de praia. Sentamos nas cadeiras debaixo do guarda sol e colocamos nossas bolsas ao lado. Virei a garrafa de minha cerveja na boca na intenção de espantar o desejo carnal que eu sentia ao vê-la retirando seu vestidinho, ficando apenas de biquini.

Passamos o resto da manhã entre conversas amenas, vez ou outra entrávamos na água. Compramos alguns camarões no palito de churrasco para saborearmos junto da cerveja e quando chegou a hora do almoço, juntamos nossas coisas e fomos a procura do restaurante. Escolhemos um restaurante com comidas caseiras. Achamos uma mesa legal e pedimos bife com batata frita, acompanhada de uma coca-cola bem gelada. Comemos entre conversas e risadas, até que consumimos tudo e resolvemos encerrar a conta.

- O que quer fazer agora?- Perguntei assim que paguei a conta do consumo.

- Estou pensando da gente ir até sua loja e aproveitarmos a sobremesa lá. Depois voltarmos pra casa.-

- Não quer passear mais um pouco?-

- Você nem dormiu direito, acordou cedo hoje. E ainda vai trabalhar mais tarde.. Que tal irmos pra casa agora, e depois você descansa um pouco e mais tarde a gente sái. Daí a gente janta e se você quiser, a gente passeia um pouco. O que acha?-

- Acho ótimo mas não se preocupe comigo, a prioridade aqui é te fazer bem.- Falei e ela sorriu acariciando minha mão sobre a mesa.

- Gi, só de ter vindo pra cá eu estou bem.- Fiz uma careca e antes de dizer, ela me cortou. - Titchela.- Sorri por ela ter entendido minha expressão. Ela sorriu de volta.

Fomos direto para a Gelado Gostoso. Diferente de mais cedo, a loja estava cheia. Quase não achamos mesa. Entramos e eu apresentei todos que trabalham para mim aqui em Angra. Apresentei todo o lugar e todas as estufas de sorvetes e açaí. Escolhemos o que iríamos pedir e sentamos em uma mesa vaga do lado externo. Um funcionário veio logo em seguida e limpou a mesa. Agradeci o mesmo por isso e ele se afastou. Enquanto tomávamos o sorvete, conversávamos sobre minha trajetória e minhas conquistas. Rafaella fez questão de pagar e com muita insistência eu cedi, sabia que não ia ter jeito. Cerca de uma hora depois, voltamos para a casa.

- Só preciso de um banho e cama.- Falei me jogando no sofá, suspirando cansada.

- Vai lá então e depois eu vou.-

Acatei a sugestão da Rafa e subi direto para o banheiro. Logo após um banho bem relaxante, coloquei uma roupa bem confortável e cai na cama.

Procura-se uma Mãe! 2 Parte final.Onde histórias criam vida. Descubra agora