Capítulo 45

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RAFAELLA

Eu havia trocado minha roupa casual por uma mais despojada. Afinal, Gizelly estava gatíssima em seu look. Após eu ter dado minhas recomendações para minha mãe e minha cunhada sobre o meu bebê, peguei a chave da camionete do meu pai e seguimos até a garagem. Quem costuma dirigir quando saímos juntas, é ela. Porém, como ela não conhece nada aqui, fui eu mesma dirigindo.

Fomos o caminho todo conversando amenidades. Parecia nosso primeiro encontro. Eu estava nervosa, com as mãos suando frio e meus batimentos acelerados. É a reação que ela me causa quando está perto de mim. E também, o fato de não saber o rumo de nossa conversa, não ajudava muito. Optei por um restaurante de comidas mineiras, pois sei que ela gostava quando vinha passar os fins de semana na chácara comigo e minha família. Chegamos e eu estacionei o carro em uma das poucos vagas que tinha. Sexta-feira, o lugar estava um pouco movimentado. Achamos uma mesa e sentamos. Não demorou muito para uma funcionária vir nos atender.

- Boa tarde, meninas! O que desejam?-

- Pode pedir.- Gizelly respondeu, assim que eu a encarei.

- Vou pedir o prato do dia então.- Falei enquanto observava o cardápio. - Ele vem frango com quiabo, angu, jiló e couve.- Logo a encarei novamente. -Tudo bem?-

- Pode ser!- Ela respondeu e a garçonete anotou em seu bloquinho.

- E pode trazer duas taças de vinho branco, suave, por favor.- Pedi e ela assentiu. Logo se afastou. - Esse frango com quiabo é muito bom. Cê vai ver.-

- Não tenho dúvidas, tudo que vem de Minas é bom.- Ela disse me fazendo rir solto.

- Deixa de ser boba. Não começa.-

- Mas é... Você precisa ver tudo que vem do Espírito Santo também. Tudo que vem de lá é bom.-

- Tenho certeza que sim.- Falei dando um sorriso de lado e por alguns segundos, um silêncio se instalou. Fiquei pensando o que vinha a seguir e quando pensei em dizer algo aleatório para espantar a tensão, Gizelly quebrou o silêncio.

- Eu vim buscar vocês três...- Sua fala me pegou desprevenida. - Vamos voltar pra casa?-

- Gi, é tudo que mais quero. Mas precisamos nos resolver antes de qualquer decisão. Quero muito me acertar com você de uma vez por todas, mas....-

- Rafa, deixa comigo?- Sua pergunta cortou minha fala, e eu a olhei confusa. - Se você me der o seu aval, nós vamos nos resolver hoje e de hoje mesmo em diante vai ser do meu jeito. Tudo! Principalmente sobre o pai do Nicolas.-

- Mas sempre foi do seu jeito e mesmo assim não demos conta...- Falei apreensiva. - Nós temos dois filhos Gi, duas crianças no meio disso tudo. Eu passei esses dias todo pensando na nossa situação, e mais ainda neles.-

- Eu sei... Eu também pensei muito, não só na gente. Mas o bem estar deles depende de nós duas.-

- Isso eu sei. Olha como nosso bebê ficou.-

- Olha, não vim te pressionar a nada. Eu realmente tenho a intenção de levar vocês comigo pra casa. Sinto tanta a falta de vocês... Mas essa decisão não depende só de mim. Até sua mãe já sabe que eu vim te buscar.- Ela falou num tom brincalhão e eu sorri tímida.

- Eu sei... Eu vou voltar pra casa com você, ta?! Eu também sinto sua falta, nossa como eu sinto... Mas temos que nos resolver, nosso relacionamento só desandou por um único motivo. Até então estava tudo legal.-

- Pois é... E quando eu digo que será do meu jeito, e quando peço para que você me apóie nisso, eu digo em relação ao que desandou nosso relacionamento, que até então estava tudo legal.-

Procura-se uma Mãe! 2 Parte final.Onde histórias criam vida. Descubra agora