Capítulo 42

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GIZELLY

Depois que Rafaella desligou a chamada, tentei ligar novamente e ela não atendeu. Por isso eu já esperava, então resolvi deixar a poeira baixar. Mais tarde, depois que voltei da casa da minha mãe com meu filho, o remédio a qual tomei para dor de cabeça fez efeito. Então resolvi fazer uma jantinha leve para nós dois.

Tempos depois de já estarmos deitados, cada um em seu quarto, a procura do sono, voltei a ligar para Rafa. Apesar de termos dado um tempo em nossa relação, procurávamos não perder o contato uma com a outra. O tempo era apenas para o nosso relacionamento dar uma acalmada, já que foram dias entres discussões e brigas. Todos os dias antes de dormir, conversávamos um pouco. Porém, hoje, depois de nossa enésima briga, ela não me atendeu.

No dia seguinte passei o dia tentando falar com ela, mas sem sucesso. Rafaella estava irredutível e eu já não sabia mais o que fazer.

****

Os dias se passaram e eu não consegui me comunicar com ela. Liguei para o nosso bebê algumas vezes essa semana e só consegui vê-lo através do telefone celular de dona Genilda. Hoje seria o dia que Rafa viria ao Rio apenas para buscar Lee pra passar alguns dias com ela. Ao deixar ele na casa de minha mãe, pedi que ela avisasse Rafa sobre meu interesse em falar com ela, e pedir também para que ela me esperasse.

Cheguei na firma e subi direto para o escritório, apenas acenando de longe para os demais na loja. Entrei em minha sala vendo Nathalie e Marcela tratando de coisas burocráticas da firma e coisas a serem cumpridas aquele dia.

- Bom dia!- Cumprimentei ambas, sentando em minha cadeira, atrás da minha mesa. - O que temos pra hoje, Nathalie?-

- Temos alguns contratos pra renovar, Gi. E também.....-

- Pode remarcar essa segunda parte pra amanhã?- Pedi, sem nem saber o que é. - Preciso sair mais cedo hoje.-

- O que houve? Ta com uma cara.- Marcela perguntou. Suspirei antes de responder.

- Aquilo de sempre.-

- A Rafa?- Nathalie perguntou. - Ainda não se acertaram?-

- Estávamos indo tão bem, até ela ver alguma coisa naquela boate.-

- E o que você fez na boate?- Voltou a perguntar surpresa.

- Não fiz nada... Vocês me viram fazendo alguma coisa?-

- O que foi que ela disse, Gizelly?- Marcela perguntou.

- Ela viu fotos e vídeos no status de vocês.-

- Tinha alguma foto comprometedora sua?- Nathalie perguntou.

- Que eu saiba, não. Eu não fiz nada gente. Na-da.- Respondi já sem paciência.

- Ta, calma!- Marcela voltou a dizer.
- Pelo que eu vi no domingo, depois da festa, todo mundo postou fotos. E em nenhuma delas você saiu se queimando com a Rafa, mas em todas elas a Sarah estava agarrada em você.- Suspirei pesado com sua resposta. Passei as mãos no cabelo quando lembrei daquela mulher.

- Quem é ela, que eu nem conheço? Eu passei a noite fugindo dela pra justamente não ter problemas.- Falei frustrada.

- Ela foi com as meninas.- Marcela respondeu. - E a última foto que a Ivy postou, ela saiu dando um beijo na sua bochecha.- Bufei revirando os olhos, lembrando da cena.

- Ela é linda, mas também muito chatinha. Eu não sabia mais o que fazer pra ela largar do meu pé.- Minha fala fez ambas rir.

- Quem mandou ser gatona?!- Nathalie brincou e eu mostrei meu dedo do meio pra ela.

- Agora a Rafa não quer falar comigo... Ainda mais quando eu disse que era pra eu ter passado o rodo na festa.- Falei e elas arregalaram os olhos.
- Pois é, agora essa.-

- E por que diabos você foi falar isso pra ela, sua poia?- Marcela perguntou com uma falsa indignação.

- Me irritei com ela me cobrando as coisas.. O ex dela foi lá e ela não me disse nada também.-

- Aí complica..- Nathalie disse. - Difícil defender essas duas.-

- Ela ficou de pegar o Lee hoje.... Vou ver se consigo falar com ela.-

Conversamos mais um pouco até entrarmos nos assuntos da firma. Vanessa chegou logo em seguida e iniciamos os trabalhos. Passamos a manhã toda em renovação de contratos e os trâmites da fábrica. Perto da hora do almoço, Marcela e Vanessa voltaram para a sala delas e eu me despedi. Antes de ir até a casa da minha mãe, parei para comer algo, eu estava morta de fome, não havia tomado café ao sair de casa. E tempos depois peguei a estrada até o Aterro do Flamengo onde meus pais moram.

Assim que cheguei não vi movimentação nenhuma, nem na rua e nem dentro da casa assim que entrei pelo quintal. Fui torcendo para que Rafa ainda estivesse lá e para a minha frustração, ela já não estava mais.

- Lee já foi, mãe?- Perguntei assim que entrei na cozinha vendo a mesma lavando a louça.

- Foi tem meia hora, filha. Pedi pra Rafa te esperar mas ela disse que era uma viagem bate e volta por causa do bebê.-

- Sim..- Suspirei frustrada sentando na cadeira. Eu sabia que o bebê era só uma desculpa, ela não queria falar comigo.

- Já almoçou, filha?- Sua pergunta tirou-me de meus pensamentos.

- Sim.. Se eu soubesse eu teria vindo comer aqui com vocês, mas eu estava com muita fome.-

- Ela perguntou por você, perguntou como você estava... Mas quando eu disse que era pra te esperar, ela disse que não podia por causa do Nick.- Me fiz em silêncio com sua resposta.
- Vocês andaram se estranhando?- Perguntou, agora, sentando e uma das cadeiras a minha frente.

- Sim, mas não foi nada. O negócio agora é eu esperar um pouco até ela resolver falar comigo. Vou lá buscar o Lee no fim de semana, aí eu converso com ela.-

- Conversa sim, filha. Ela está tão tristinha. Aliás, vocês duas estão, olha pra você... Acha mesmo que vale a pena?-

- Não acho mãe, mas nossas brigas estavam desgastando nosso relacionamento. Foi melhor darmos um tempo, do que chegar numa fase pior e sabe lá o que iria acontecer.-

- Mas pensando bem, foi melhor assim.. Assim vocês sentem saudades uma da outra.-

- Nossa, está torturante tudo isso. Estou morrendo de saudades da minha deusa. Estava tudo bem, dava pra aguentar, até ela resolver me dar gelo.-

- Alguém tem que dar o braço a torcer.-

- Eu estou tentando, mãe. Juro que estou.-

Conversamos por mais algum tempo até resolvermos ir para a sala. Deitei em seu colo enquanto assistíamos suas novelas da tarde, sentindo seus carinhos em meus cabelos. Cochilei durante algum tempo até meu telefone celular tocar e eu perceber que estou deitada no sofá sozinha e minha mãe na cozinha. Era o nome da Rafa que piscava na tela, mas a voz que soou era do meu filho, avisando que teriam chego. Falei com ele mais um pouquinho e desligamos.

Mais tarde sentei a mesa com meus pais e jantamos. Não demorei muito para me despedir e voltar pra minha casa. Liguei o radinho em meu banheiro onde tocava meus sertanejos, abri uma garrafa de minha cerveja e tomei um banho relaxado em minha hidro. Fazia tempo que eu não usava ela. Fiquei aproveitando o conforto dela até dar a hora de deitar em minha cama e hibernar.

Procura-se uma Mãe! 2 Parte final.Onde histórias criam vida. Descubra agora