Capítulo 46

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GIZELLY

Acordei no dia seguinte recebendo os beijos e cheiros de Rafaella em minha nuca. Eu estava deitada de bruços, como de costume, com meu rosto enterrado no travesseiro. Sorri ainda de olhos fechados aproveitando todo o carinho que ela me dava. Levantei a cabeça em sua direção, e ela ergueu a sua me encarando.

- Bom dia, amorzinho! Acorda!- Pediu baixinho e eu deduzi que o bebê ainda dormia. Logo percebi que Albert não estava no quarto.

- Cadê o Lee?- Perguntei me virando de barriga para cima. Rafa logo se encaixou deitando por cima de mim. Quando percebi que ela estava nua, fui pega de surpresa. Eu havia me esquecido desse detalhe. Ela vez ou outra gosta de dormir do jeito que veio ao mundo. E justamente essa noite, ela inventou de dormir assim.
- Já acorda assim, perturbando meu juízo?!- Perguntei brincalhona e ela riu.

- Já estou acordada um tempinho, estava esperando você acordar. Enquanto isso fiquei fazendo companhia ao seu filho que acordou cedo.-

- E onde ele está?-

- Ele ouviu um barulho na cozinha e saiu. Essa hora deve estar tomando café com meu pai. Ele acorda cedo.-

- Vamos levantar então?!-

- Ah, por que?- Perguntou manhosa, me fazendo rir.

- Porque se o Lee saiu, provavelmente a porta está aberta. E se alguém chegar aqui e ver nós duas nessa posição, vão achar que estamos fazendo oba-oba.- Minha fala a fez rir baixo.

- Estou com saudades! Acordei cedo pra aproveitar você sem ninguém por perto.- Ela disse e deixou um beijo em meus lábios.

- Rafa, a porta ali....- Fui interrompida por mais um beijo estalado. - O bebê...-

- Ele não vai acordar agora, baby.- Falou e seguiu caminho com os beijos em meu pescoço. - Huh?!-

- Não sei... E se ele acordar? Pior, e se sua mãe resolver vir aqui dentro?- Perguntei e ela parou o que fazia e me encarou.

- Mô, cê não ta com saudade?-

- É lógico que estou, mas...-

- Então relaxa.- Respondeu e voltou com os beijos e cheiros. - Minha mãe não vai vir aqui dentro, ela não entra sem bater. E o Nick só acorda dez horas...- Ela parou e se esticou até a mesinha, vendo as horas no telefone celular. - Temos exatamente noventa minutos.-

- E se o Lee voltar?- Perguntei e ela bufou. Logo levantou e seguiu até a porta girando a chave. Voltou e se encaixou na mesma posição de antes.

- Pronto! Qual a desculpa agora?- Perguntou séria me fazendo engolir em seco.

Não respondi nada, apenas virei nossos corpos mudando a posição, ficando por cima dela. Já que era pra ser rápido, então eu tomaria o controle de tudo. Tomei seus lábios em um beijo longo, cheio de saudades e desejo. Desde quando cheguei aqui, ainda não havíamos parado para nos curtir entre carícias ou algo do tipo. Enquanto beijava sua boca, passeava com uma de minhas mãos na lateral de seu corpo, enquanto apoiava meu peso em meu outro braço livre. O beijo era calmo, sem pressa alguma. Aproveitamos para matar toda a saudade que sentimos do beijo uma da outra por dois meses. Finalizei ele puxando seu lábio inferior para mim, sobre seu olhar.

Desci o beijo por seu pescoço clavícula, até chegar em seus seios. Não tínhamos muito tempo para preliminares, então só chupei um por vez e desci beijando sua barriga, seguindo caminho para onde eu queria há muito tempo. Vi quando suas pernas se afastaram uma da outra e sua mão agarrou em meu couro cabeludo, e quando comecei a dar beijos em seus lábios inferior e exterior, fomos interrompidas. Nicolas havia soltado um choro fino dentro do berço. Parei o que eu fazia e olhei pra cima, vendo Rafaella suspirar.

- Não tínhamos noventa minutos?- Perguntei segurando o riso pelo som frustrado que ela fez. Em seguida me olhou e revirou os olhos. Logo fez menção em levantar. Eu que estava de joelhos sobre a cama, me desfiz dessa posição e subi, me deitando novamente.

Vi quando ela vestiu seu hobby que estava pendurado na cabeceira da cama e foi em direção ao berço. Pegou o bebê em seu colo e voltou para cama. Mas quando ela foi sentar na intenção de dar o peito, o pequeno me viu e parece que lembrou da minha presença na casa. Em um ato impulsivo, ele se jogou em direção onde eu estava ainda deitada.

- Fica com ele um pouquinho, pra eu tomar banho?- Rafa perguntou e eu assenti.

- Pode deixar que amanhã mesmo já estamos em casa.- Falei sentindo uma pontinha de dó dela. E antes dela responder, ouvimos batidas na porta.

- Tia Rafa, é o Lee... Abre!- Rafa foi atender e ele entrou no quarto vindo direto para a cama. - Por que fechou a porta? O Lee só foi tomar o nescau.- Perguntou num tom indignado nos fazendo rir.

- Pronto! Três marrentos na minha vida, não da.- Ela brincou.

- Bom dia, né mamãe?!- Chamei sua atenção e ele me olhou, abaixando a guarda.

- Bom dia, mamãe!-

- Baby, vou te gritar pra você me dar ele. Já vou dar banho nele no chuveiro logo.- Rafa pediu entrando no banheiro.

- Ok.. E o senhor também em Lee?! Vai tomar banho depois da tia Rafa.-

****

Passamos o dia num clima agradável. Meu sogro fez churrasco e almoçamos na grande mesa que enfeitava a varanda junto das poltronas externas. As primas da Rafa estavam de folga então passaram o dia conosco. As crianças brincavam no jardim da casa com os cachorros e Nicolas agarrado em mim. Rafa tentou pegar ele algumas vezes e ele resmungou em seu colo. Quando ele tirou sua soneca da tarde, curtimos uma a outra. Conversando e namorando na varanda. E mais tarde, resolvi preparar o jantar para o povo.

Entre cervejas e risadas amenas, jantamos e passamos um tempinho no quintal conversando até a hora de nos recolhermos. Quando entramos para o quarto, tomamos nosso banho e colocamos as crianças para dormir. O vôo no dia seguinte seria às dez da manhã. Rafaella já havia conversado com sua família que voltaria comigo para o Rio e combinou de esperar por eles no fim do mês como tinha combinado com sua mãe. Organizamos as malas e quando o sono nos venceu, deitamos na cama e nos entregamos a ele.

Procura-se uma Mãe! 2 Parte final.Onde histórias criam vida. Descubra agora