O próprio Dumbledore entregou sua varinha à Sirius, os aurores empunharam as suas. O homem pegou a mesma, levou a têmpora fechou os olhos, e um filete prateado saiu dali, ligado à ponta da varinha. Alvo colocou a memória em um frasco e levou até o que parecia ser uma enorme tigela de sopa, um líquido transparente a preenchia.
Alvo depositou o fio prateado ali com cuidado, então as memórias de Sirius daquela noite se projetaram para fora, como se a água tornasse um holograma. Todos conseguiram ver. Sirius naquela motocicleta que Nick lhe deu, dirigindo rápido pelas ruas a caminho de Godric's Hollow, o vento contra seu rosto sorridente, os cabelos sendo jogados para trás, e a jaqueta de couro, lembrando-o de sua amada.
O pavor sentido por Black naquele dia ao encontrar parte da casa de seu melhor amigo em escombros, quando viu o corpo inerte dele no pé da escada, podia ser sentido por todos ali. Ele se atirou ao lado de Tiago, tentou encontrar pulso no melhor amigo, mas nada. Os olhos castanhos encaravam o vazio. Black gritou, não podia ser verdade. Subiu as escadas, podiam ouvir os batimentos acelerados de seu coração quando encontrou Lilian caída na frente do berço onde seu pequeno filho, Harry, berrava em pé, parecia querer ajudar sua mãe.
Black fechou os olhos dela, deu um beijo em sua testa e sussurrou "sinto muito, Lilian" então pegou Harry no colo, tentando confortá-lo balançou-o enquanto descia as escadas com cuidado. Olhou uma última vez para seu melhor amigo, lágrimas nos olhos, se desculpou. Sirius chorou junto com seu sobrinho, se desculpando a todo segundo, não sabia o que fazer.
Então Hagrid chegou para levar o garoto, Sirius pediu para que deixasse leva-lo, mas Hagrid tinha ordens a cumprir então Black lhe entregou a moto explicando como funcionava e como voava com ela. Observou-os partir no céu.
Fúria brilhou em seus olhos como aço derretido, aparatou determinado. Para o esconderijo sujo de Rabicho, as coisas intactas e empoeiradas diziam que ele nunca havia ficado ali, e muito menos que Voldemort fora atrás dele.
Procurou pelas ruas, até encontra-lo, fugindo por entre os trouxas, sorrateiro como um rato. O confrontou, um diálogo se prosseguiu, quando tentou se aproximar, uma explosão, um grito do próprio Pedro ao cortar o dedo e se esconder na forma animaga. Black se protegeu com um feitiço. Os corpos dos trouxas caídos ao seu redor, Pedro havia sumido, e os aurores chegado. Então ele riu. Puro ódio e fúria tomaram conta, quando sua varinha lhe foi arrancada e ele levado para aquela prisão sombria.
Harry encava as lembranças de seu padrinho com terror nos olhos, lágrimas escorriam por suas bochechas, não conseguia imaginar como fora para ele, o luto trancado em uma cela. Nick o encarou, admirando Black por ter sido tão forte. Abraçou Harry pelos ombros, secando suas lágrimas com as pontas dos dedos. Harry se aninhou nos braços dela.
Sirius não olhou para o lado, nem conseguia enxergar com as lágrimas que se recusavam parar de sair, ele havia revivido aquele dia, lembrou da culpa que sentia. Pois ele morreria por seus amigos, nunca iria entregá-los não importa que tipo de tortura aquele bruxo das trevas fizesse.
- Ótimo, faremos uma votação. Levante a mão quem acha que Sirius Black é culpado pelos mesmos crimes de quinze anos atrás – falou Fudge.
Sete bruxos ergueram a mão. Nick fez seus olhos brilharem amarelos marcando aqueles rostos, então dois abaixaram no mesmo instante.
- Agora os que concordam que Sirius Black é inocente de todas as acusações contra sua pessoa.
Mais da maioria dos bruxos e bruxas no recinto levantaram a mão, alguns com lágrimas nos olhos. Fudge e o homem ao seu lado o fizeram por último, encarando Nick.
- Então declaro, Sirius Orion Black inocente de todas as acusações, agora é um homem livre – o som do martelo soou, os bruxos nas arquibancadas começaram a sair.
O rosto de Black se iluminou com um belíssimo sorriso. Aquela felicidade que não via nele há quinze anos. Nick e Harry saltaram de onde estavam, correram até o homem dando-lhe um abraço forte. Sirius afagou os cabelos do afilhado e beijou a híbrida, o sorriso não saia de sua boca.
- Eu disse Harry, que ainda seriamos uma família.
Nick recuou levemente, encarou Black quando disse aquilo. Uma família... ela não podia.... Ignorou por hora, a palavra ainda ressoando em seus ouvidos. Sirius percebeu, mas não disse nada, não na frente de Harry. Ela colocou novamente um sorriso no rosto e abraçou os dois.
Assim que se afastaram de Black, muitos abraços se seguiram. Remo, Tonks, Hermione, Rony. Apertos de mão de Moody, Quim, Arthur e Alvo. Ele agradeceu a cada um, e foi extremamente sincero em suas palavras.
- Vão para a sede agora? – Pergunto Arthur.
- Temos que passar em alguns lugares antes - Nick falou olhando para aquele sorriso brilhante que iluminava até o lugar mais escuro de todos.
- Temos? – Black pediu animado.
- É claro, afinal é um homem livre agora podemos ir onde quiser.
Com um até breve a todos ali, um último abraço em Harry que não conseguia parar de sorrir também, os dois aparataram para fora do Ministério, nas ruas de Londres.
- Onde vamos?
- Onde você quiser primeiro, só tenho uma parada obrigatória mais tarde – Nick disse.
- Certo – ele passou o braço pelos ombros dela, ela pela sua cintura encarando aqueles olhos azuis acinzentados mordendo o lábio, - me acompanhe.
Eles andaram pelas ruas. Sirius queria andar, não aparatar, queria cansar as pernas, sentir o cheiro de Londres. Passaram por lojas admirando as vitrines, passaram pela ponte. Sirius cantando algumas canções que vinham em sua mente, as quais Nick acompanhava. Entraram em uma loja de discos onde ficaram por um tempo, compraram vários, de diferentes artistas trouxas em alta.
Então ele parou na frente da roda gigante de Londres. Olhou para Nick relembrando a primeira vez ali.
- Confia em mim?
- Com todo o meu ser – ela respondeu.
Ele a segurou mais forte e aparatou, em uma das cabines vazias. A roda girava lentamente. Os dois encaravam a vista, admirando cada detalhe que havia mudado desde a última vez. Então Black se virou para ela.
- Porque recuou, quando disse aquilo? – Ela sabia do que estava falando.
- É complicado. Eu tenho uma família, é terrível, mas ainda é minha família. E quando você disse aquilo para Harry eu pensei, não sou boa o bastante para formar uma família. Não tenho bondade... não sei se consigo...
- Ei – ele segurou o rosto dela, olhando em seus olhos. – Você é a pessoa mais incrível e corajosa que eu conheço.
- É fácil ser corajosa quando não se pode morrer – ela deu um leve sorriso.
- Mesmo se você pudesse, ainda seria corajosa. Você se colocou na frente de uma maldição da morte por mim, e garanto que faria isso imortal ou não – ela se calou, é claro que faria, ela o ama. – Eu amo você híbrida, você se tornou minha família, assim como Remo, Tiago e Lili, você querendo ou não. Não vivo mais sem você.
- Eu também te amo, Almofadinhas. Você também é minha família – sinceridade, mais do que nunca, ela admitiu – viver sem você seria uma completa tortura.
Eles se beijaram, profundamente, o amor batendo forte no peito.
- Falando em família, para pegar o grimório que prometi para Damon, precisamos ir até a mansão da minha família, em New Orleans.
- Vou realmente conhecê-los? – Perguntou Black um sorriso nos lábios.
- Se estiverem lá sim. Com medo, Black?
- Claro que não, grifinórios são corajosos lembra?
- Aham – ela riu. – Abra sua mente para mim, meu amor. Vou te mostrar onde aparatar.
Ela o beijou. Aquele escudo na mente de Black caiu em nevoa. Ela mostrou suas lembras do lugar, de onde ficava, do enorme emblema dos Mikaelson cravado em pedra na entrada. Então segurando seu braço, aparataram.
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Nick Mikaelson
FantasiNick Mikaelson é uma híbrida original, sua história complicada e encantadora será contada aqui, desde sua origem até seus momentos finais onde tudo será explicado. Em meio a reencontros e novas amizades, antigos sentimentos são trazidos à tona, ness...