Christopher
Saí do trabalho e fui direto pra casa da minha mãe, ela morava um pouco distante de mim, já que eu preferia um apartamento em meio ao agito da cidade e ela preferia a calmaria de um bairro familiar com casas espaçosas e ruas tranquilas. Por esse motivo não tinha muito tempo de vir aqui durante a semana mas eu precisava vê-la hoje ou eu enlouqueceria pensando em tudo sozinho.
Assim que abri o portão da garagem com, o controle que eu tinha, para guardar meu carro vi dona Alexandra abrindo a porta com um enorme sorriso no rosto. Minha mãe era é uma jovem senhora com longos cabelos loiros que estavam quase sempre presos em uma trança, quando criança eu brincava que ela era a Rapunzel!
Desci do carro e caminhei em meio a sua enorme variedade de plantas ali no jardim e fui recebido com o mesmo abraço carinhoso que sempre me reconfortou em todos esses anos.
- Como é bom te ver meu filho!
- Estou feliz de te ver também mamãe!
- Vamos entrar, você chegou na hora certa, o jantar acabou de ficar pronto! - disse ela me puxando para dentro de casa, logo senti o cheiro delicioso da comida da minha mãe. - Só vou trazer a comida pra mesa e já podemos comer e conversar, sente-se querido.
- Não mãe, deixa que eu pego as travessas pra você, você senta aqui e espera, já fez todo o trabalho! - disse puxando uma cadeira pra que ela se sentasse.
- Tudo bem! - disse ela sem muita vontade, detestava que fizessem as coisas por ela. - Só vou permitir porque sei que você não vai desistir e a comida vai acabar esfriando!
Ri levemente e fui até a cozinha buscar as comidas e fui levando uma travessa por vez e peguei também uma garrafa de vinho na mini adega que minha mãe tinha na cozinha e voltei para a mesa me sentando de frente para minha mãe. Começamos a nos servir e abri o vinho para começarmos a jantar.
- E então querido, me conte o que está incomodando essa cabecinha.
- Mãe, não quero que crie expectativas ou faça do que vou falar uma grande coisa, ok? - olhei para ela que me encarou com um olhar estranho. - Tudo bem mãe? - estranhei seu longo silêncio.
- Você está apaixonado querido. - Ela disse como se fosse a coisa mais natural do mundo, podia até ser para outras pessoas mas não pra mim e ela sabia disso. Acabei engasgando com a comida que tinha recém colocado na boca e ela correu para buscar um copo d'água e veio bater em minhas costas.
- Bebe um pouco de água meu bem. - disse me entregando o copo, assim o fiz e consegui voltar a respirar normalmente mas sentia meu rosto arder, deveria estar vermelho mas não era só por ter engasgado. - Está melhor? - perguntou minha mãe preocupada e acenei, então ela voltou a se sentar em seu lugar e me olhou esperando que eu falasse.
- De onde tirou isso mamãe? Que bobagem?
- Se fosse realmente bobagem não teria reagido assim e eu estava desconfiada, tive sonhos com uma moça linda de cabelos vermelhos e ela estava destinada a você. Quando te vi pessoalmente, agora quando chegou, tive certeza de que era isso que estava te afligindo, a sua aura mudou meu bem, eu consigo ver que está apaixonado! Mas imagino que tenha vindo conversar porque não deve estar sendo fácil pra você, me conte tudo!
- Mamãe eu não quero acreditar que estou apaixonado, eu não posso estar! Ela nem gosta de mim, que dizer, acho que agora gosta como amigos, não sei, ela me confunde! - quando parei para pensar no que tinha acabando de dizer, só pude concluir mentalmente que minha mãe estava certa.
- Querido vamos com calma - ela disse me vendo passar as mãos no rosto - me conte tudo sobre essa moça, desde o começo!
Respirei fundo, tomei um gole de vinho e aí olhei para minha mãe e comecei a falar, contei tudo desde o dia da entrevista de emprego até hoje, contei sobre o nosso lance com os olhos, contei como me sentia estranho com sua presença e como ela não saía mais da minha cabeça. Contei também como tive um instinto protetor instantaneamente quando a vi em perigo e como senti necessidade de protegê-la e ter certeza que ela estaria segura e também em como foi difícil deixá-la sair dos meus braços quando tivemos que encerrar aquele abraço que ela tinha me pedido e como cada lágrima que vi escorrer em seu rosto doeu na minha alma.
Quando coloquei tudo isso pra fora parece que consegui pensar melhor e não queria que aquilo estivesse acontecendo, eu tinha pavor daqueles sentimentos, mas era verdade. Eu Christopher Uckermann estava apaixonado por Dulce Maria e eu não sabia o que faria agora porque com certeza ela não sentia o mesmo, e concluir tudo isso foi tão doloroso que minha vista começava a ficar embaçada pelas lágrimas que se formavam.
- Christopher meu filho, venha comigo. - Disse minha mãe se levantando da mesa e estendendo a mão para mim, já havíamos terminado de comer. Fomos em direção ao sofá da sala de estar e nos sentamos mas minha mãe seguiu segurando minha mão entre as suas.
- Eu não sei se consigo lidar com isso mãe, você sabe de tudo, eu não quero sofrer denovo e ela não gosta de mim desse jeito. - senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto mas também senti um grande alívio como se tivesse tirado um peso das costas botando tudo aquilo pra fora.
- Meu filho, olha pra mim e escuta com atenção tudo o que vou te dizer! Sei que as vezes acha que exagero nas coisas que eu falo mas por favor mantenha a cabeça e seu coração abertos pra receber o que vou te dizer. - Eu apenas assenti e esperei ela continuar. - Bom, como eu te disse, eu sonhei com essa moça, ela tem cabelos vermelhos não é? - Assenti novamente. - Pois bem, creio que seja ela no meu sonho! Como eu te disse, ela está destinada a você, na verdade vocês dois estão destinados um ao outro, porque são almas gêmeas meu bem, eu não posso te dizer como ela está se sentindo nesse momento mas provavelmente está tão confusa quanto você ou até mais, já que você disse que ela não gostava de você pela sua vida cheia de mulheres, o que particularmente você sabe que também não gosto. Mas o amor de vocês é inevitável, seja agora ou no futuro, vocês vão ficar juntos!
Aquilo tudo me deixou encantado e apavorado ao mesmo tempo, eu queria correr até Dulce e falar tudo pra ela mas sei que só iria deixá-la assustada e ela só iria fugir de mim. Se tudo isso era realmente verdade, sobre estarmos destinados e que ficaríamos juntos em algum momento eu só queria que esse momento fosse agora, eu vou precisar ter calma e paciência mas eu vou fazer o possível pra que ela veja quem eu sou de verdade ao invés desse disfarce de mulherengo que não se importa com nada que eu criei. Vou fazer o que eu puder para que ela goste de mim!
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Sintonia (Vondy)
FanfictionDulce Maria Saviñon, 25 anos, é jornalista de uma grande revista feminina e acabou de terminar um longo noivado de um modo nada fácil. Sua melhor amiga Anahí a ajuda a passar por esse período difícil e a leva para morar com ela. Christopher Uckerman...