Sintonia (Vondy)

Capítulo 36

Christopher

Tentei ligar para Christian e Anahí mas nenhum dos dois atendeu, na mesma hora pulei da cama me troquei e saí de casa correndo, inicialmente não sabia muito bem se tentava voltar ao clube ou ir ao apartamento de Dulce e Any mas acabei me decidindo a ir direto pro apartamento. Quando estacionei na frente do prédio meu celular começou a tocar e era Anahí.

- Anahí, pelo amor de Deus me diz que a Dulce está com você!

- Oi pra você também Christopher e não ela não está comigo, ela bebeu demais e quando fomos deixar ela em casa ela acabou dormindo no carro mesmo! Poncho me ajudou a levá-la pro apartamento e eu vim dormir na casa dele.

- Anahí! Como é que você deixa a Dulce bêbada sozinha? Ela pode passar mal e precisar de ajuda! Aliás eu acho que ela não está dormindo mais porque ela me ligou e eu percebi que ela estava bêbada, como ninguém me atendeu eu agora tô aqui na frente do seu prédio.

- Mas ela estava dormindo, não achei que teria problema! Eu juro que não faria nada que a fizesse mal Christopher, meu deus acho que eu eu bebi um pouco demais também e não pensei direito! - disse ela arrependida e começando a se desesperar.

- Any fica calma tá? Já passou, não tem como mudar o que já foi. Eu tô aqui e vou subir pra ver se está tudo bem, só espero que ela abra a porta pra mim. - disse tentando tranquilizá-la.

- Se ela não abrir você pode pegar a chave reserva que fica no vaso daquela planta do lado da porta.

- Tudo bem, obrigado Any e fica tranquila, qualquer coisa eu te ligo! - me despedi e desliguei.

Saí do carro correndo, o porteiro disse que Anahí tinha acabado de ligar pra autorizar que eu subisse e me indicou o andar e o número do apartamento. Fui até o elevador e subi, quando cheguei no andar nem tentei tocar a campainha, fui direto procurar a chave que Any tinha falado e assim que encontrei abri a porta.

- Dulce? - perguntei entrando no apartamento escuro. - Dulce? Você tá aí?

Ela não respondeu mas ouvi alguém passando mal e só podia ser ela já que Anahí não estava em casa. Fui em direção ao barulho e cheguei a um quarto com a luz acesa e logo vi ela sentada no chão do banheiro de frente pra privada.

- Dulce! - corri até ela e me ajoelhei ao seu lado segurando seus cabelos para ajudá-la. - Como você está?

- O que você tá fazendo aqui? - perguntou ela com a voz fraca e então vi seu rosto com a maquiagem toda borrada.

- Você me ligou e não atendeu mais, fiquei preocupado!

- Não precisava vir, eu me viro sozinha. - disse ela tentando se levantar do chão sozinha mas sem sucesso.

- Precisava sim e mesmo que não precisasse eu viria! - disse me levantando e estendendo as mãos para ela. - Vem, deixa eu te ajudar. - ela ficou me olhando sem nem se mexer. - Por favor, não seja teimosa eu só quero cuidar de você! - disse me abaixando para segurá-la pela cintura obrigando-a a se levantar.

- Cuidar de mim? - ela riu, ainda não conseguia pronunciar as palavras direito, estava visivelmente bêbada. - Porque Christopher Uckermann ia querer cuidar da não namorada dele? - ela disse tentando me fazer soltá-la.

- Dulce quando você estiver melhor a gente conversa sobre isso, sim? - disse colocando-a de frente pra mim. - Agora eu vou te ajudar você querendo ou não! Senta aqui que eu vou ligar o chuveiro pra você, você precisa de um banho frio! - disse fazendo ela se sentar no banquinho que tinha ao lado da porta do banheiro.

- Eu só vou deixar porque não tenho nem forças pra te impedir! - disse ela cruzando os braços e fazendo cara de emburrada o que me fez querer rir mas segurei pra não piorar seu humor.

Liguei o chuveiro na água fria e fui até ela pra ajudá-la a levantar e tirar a roupa, ela não conseguia nem se equilibrar direito sozinha então se apoiava em mim o tempo todo. Fiz ela entrar no chuveiro e pedi para que se sentasse no chão pra não correr o risco de escorregar e cair.

- Tá muito gelada! - reclamou pegando o sabonete que eu tinha alcançado para ela.

- Eu sei, mas vai te ajudar a ficar bem. -disse lavando seu cabelo enquanto ela lavava seu corpo.

Quando terminei de lavar seu cabelo fiz ela lavar o rosto para tirar a maquiagem e peguei seu roupão que estava pendurado ali para que ela vestisse. Fiz ela escovar os dentes e vi uma escova de cabelo em cima da bancada da pia então voltei a sentá-la no banquinho e desembaracei seu cabelo do melhor jeito que pude. Depois pedi pra que ela me levasse até a cozinha e fiz um café forte pra ela.

- Você tem que tomar a xícara toda, está bem? - disse entregando o café a ela.

- Vou tentar. - disse ela olhando pro café e fazendo careta. - Odeio café sem açúcar e meu estômago não tá no seu melhor momento.

- Eu sei, mas é pra você melhorar. - disse me sentando ao seu lado na mesa de jantar. Ela parecia já estar um pouco mais sóbria.

- Será que posso tomar no quarto? Tô me sentindo cansada, queria minha cama.

- Claro, vem eu te ajudo. - disse pegando sua xícara e estendendo a mão para ela que aceitou sem reclamar.

- Você também deve estar cansado! Desculpa pelo trabalho. - disse ela quando chegamos ao quarto.

- Não se preocupe com isso, não é incômodo nenhum pra mim cuidar de você. - disse ajudando-a a se sentar encostada na cabeceira da cama e entregando seu café.

Vi ela ficar levemente vermelha e começar a beber o café fazendo careta a cada gole. Me sentei do outro lado da cama e enviei uma mensagem para Any avisando que estava tudo bem. Assim que ela terminou o café colocou a xícara na mesinha de cabeceira e se ajeitou para deitar, vi no celular que já eram cinco horas da manhã.

- É melhor eu voltar pra casa e te deixar descansar, toma uma aspirina amanhã quando acordar, ok? - perguntei me levantando e indo até seu lado para cobrí-la.

- Não. - disse ela me deixando confuso. - Fica, por favor! - pediu ela me deixando surpreso.

- Dul, eu sei que temos que conversar mas é melhor fazer isso depois, agora você tem que dormir!

- Eu sei disso, mas não quero que fique pra conversarmos, só fica aqui comigo! - disse me deixando imóvel. - Por favor? - eu não ia conseguir dizer não pra ela então apenas assenti e me deitei do outro lado.

Ela me abraçou e eu passei meus braços ao redor dela e dei um beijo no topo de sua cabeça. E assim, perdido em pensamentos e abraçando a coisa mais preciosa que eu tinha, acabei caindo no sono junto com ela.