Capítulo 12

145 21 3
                                    

Dulce Maria

Chegamos no tal clube de táxi, porque todos pretendíamos beber, Poncho estava nos esperando e havia uma fila enorme! Christian pareceu ler meu pensamento quando viu minha cara de pavor olhando pra fila.

- Relaxa Dulcinha, nossas entradas são vips, não precisamos esperar na fila! - ele distribuiu nossas pulseiras e eu suspirei aliviada.

- Obrigada Christ, pelo menos a tortura vai ser um pouquinho menor. - disse gesticulando com as mãos.

- Ai quanto drama Dul! Vem vamos entrar. - disse ele me dando a mão e fomos em direção ao segurança.

Mostramos nossas pulseiras e nossa entrada foi liberada, conseguimos uma mesa desocupada e deixei minha bolsa em cima dela junto com a bolsa de Any. Christian e Poncho se ofereceram para buscar drinks para nós e voltaram do bar com 2 shots de tequila pra cada um, aquilo não ia dar certo!

- Eu só pedi uma cerveja, vocês querem que eu tenha um coma alcoólico? - reclamei para os dois que riam da minha cara.

- Ai amiga, para de drama, você não vai entrar em coma alcoólico só com isso! - disse Any colocando os dois copinhos na minha frente.

- Qual é Dulce, passou tanto tempo com o idoso que acabou virando idosa também? - perguntou Poncho tirando sarro de mim. Olhei bem para ele e virei os dois shots, um atrás do outro, quis fazer careta mas me esforcei pra manter a pose só pra ver a cara deles.

- UOOOOOOOU - ouvi Christian gritar e aplaudir.

- Quem é idosa agora? - perguntei encarando Poncho e Any que estavam boquiabertos e Christian que estava rindo e já pegava seu primeiro shot pra beber.

- Ok, retiro o que disse. - disse Poncho erguendo as mãos se rendendo. Os outros 3 viraram seus shots e conversamos por mais um tempo até Any decidir que queria dançar comigo e começar a me arrastar pra pista de dança.

- Ah não Anyyy, eu nem sei dançar! - disse gritando com ela por conta do som alto.

- Para de bobeira Dulce! Claro que você sabe, a gente tinha um clube de dança na faculdade, só deve estar enferrujada. Já sei! Vamos no bar buscar mais um drink, isso vai te ajudar. - disse me puxando pro bar que ficava no fundo da pista de dança.

Pegamos duas margaritas e fomos pra pista, nas duas primeiras músicas estava me sentindo enferrujada mesmo, não me mexia muito, mas depois disso acho que a tequila e a margarita começaram a fazer efeito e nossa, como eu senti falta disso, parece que meus amigos tinham razão eu realmente estava começando a me tornar uma idosa, Anahí me disse que ia chamar Poncho para dançar com ela e perguntou se eu queria voltar pra mesa, eu neguei e disse que iria até o bar e encontrava ela e Poncho ali, queria dançar mais e não me importava em dançar sozinha. Peguei mais uma margarita e quando estava voltando pra pista vi Any voltando arrastando Poncho mas meus olhos se prenderam no que estava atrás deles, Christopher estava ali em nossa mesa conversando com Christian e meu deus ele estava maravilhoso, usava calça jeans preta, camisa social branca por fora da calça e um blazer preto por cima, usava tênis pretos e o cabelo bagunçado com os cachinhos se formando, uma corrente elétrica percorreu meu corpo inteiro quando, mesmo de longe nossos olhos se encontraram e eu tinha certeza que eu estava com a maior cara de boba do mundo então me esforcei muito para desviar o olhar e voltar pra pista.

Bebi aquela e mais duas margaritas porque simplesmente não conseguia tirar Christopher da minha cabeça e não estava gostando do rumo que meus pensamentos estavam tomando, pensava em como seria se ele estivesse dançando comigo ali, percorrendo a lateral de meu corpo com suas mãos fortes e exalando aquele perfume maravilhoso que me deixava embriagada. Droga! Precisava de mais um drink, então fui buscar, cheguei no bar e pedi mais uma margarita. Estava voltando pra pista quando senti alguém me puxar pela cintura, dei de cara com um homem completamente desconhecido e que me olhava de um jeito que me enojava.

- O que uma ruiva tão linda como você está fazendo sozinha aqui? - ele perguntou chegando cada vez mais perto.

- Olha eu não tô sozinha e não tô afim de conversar com você então pode por favor me soltar? - disse tentando empurrá-lo.

- Poxa mas você quer ir assim tão rápido? Nem nos conhecemos ainda. - sentia casa vez mais nojo dele.

- E nem vamos! - eu tentava empurrá-lo mais forte mas parecia ser inútil e conseguia sentir sua respiração mais perto do meu rosto, já estava entrando em desespero.

- Será que é tão difícil assim respeitar a vontade de uma mulher? - ouvi a voz de Christopher atrás de mim, o que me fez perder toda a força mas graças a deus ele conseguiu me tirar dos braços daquele babaca nojento.

- Você está bem? Ele perguntou erguendo meu rosto com uma mão.

- Aham. - foi tudo o que consegui dizer sentindo seu toque e seu perfume inebriante.

- Você tá tremendo, vem, vou pegar uma água pra você e vamos sentar um pouco pra você se acalmar. - Disse ele segurando minha mão e me puxando com ele até o bar e depois até uma área onde tinha uns sofás. Eu fiquei com medo sim, não posso negar, e sim tava tremendo por conta do ocorrido, mas ele ali na minha frente tão atencioso e cuidando de mim com certeza me acalmava, eu tinha vontade de me jogar nos seus braços, de sentir seus lábios nos meus, ah eles pareciam tão macios. Nos sentamos e ele abriu a garrafa de água e me entregou.

- Obrigada - disse pegando a garrafa. - você me salvou mais uma vez, assim vou ficar mal acostumada! - disse e abaixei a cabeça porque não conseguia mais olhar pra ele sem pensar em beijá-lo. Bebi um pouco da água pra ver se ajudava a me acalmar e melhorar o efeito da bebida também que tenho certeza que era o que estava me fazendo ter essas vontades.

- Ei, tá tudo bem agora tá? - ele disse erguendo meu rosto e segurando-o em sua mão, o que me fez fechar os olhos para sentir melhor sua carícia.

- Eu estou bem, obrigada! - disse e em seguida abri meus olhos, senti instantaneamente aquela conexão em nossos olhares e ele estava tão perto que senti meu coração acelerar, o encarei por alguns segundos pesando mentalmente os prós e os contras mas o álcool gritava dentro de mim dizendo dane-se os contras e foi isso o que eu fiz falei mentalmente pra mim mesma foda-se. Cheguei cada vez mais perto e senti sua respiração tão acelerada quanto a minha coloquei minhas mãos em seu rosto sentindo um choque gostoso em nosso contato, rocei meus lábios nos seus pensado se ele não fugiria e então o beijei.

Assim que encostamos nossos lábios ele colocou sua mão na minha nuca e segurou meus cabelos me fazendo arrepiar por inteira e levou a outra mão à minha lombar me puxando mais para perto, o beijo começou calmo mas assim que nossas línguas se encontraram esquentou cada vez mais. Por alguns segundos parecia que o mundo tinha parado e só estávamos nós dois ali. Eu nunca senti nada parecido e não queria que aquele beijo acabasse nunca mais mas infelizmente o ar em nossos pulmões não é infinito então tivemos que nos separar, encerramos o beijo devagar com alguns selinhos e encontramos nossas testas de olhos fechados. Não sabia o que dizer sobre o que fiz e não sabia o que fazer agora mas não me arrependo nenhum pouco do que fiz. Quando nos olhamos fiquei confusa porque enxerguei um brilho diferente em seus olhos e eles pareciam marejados, fiquei sem reação.

- Me desculpa! - foi a única coisa que consegui pensar em falar, ele estava chorando pelo meu beijo? Foi tão ruim assim? Ou ele realmente não queria me beijar?

- Tá tudo bem! - ele deu um sorriso fraco e pegou minhas mãos - Você está bem? Está se sentindo melhor? - eu Assenti, ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo na testa que pareceu deixar o local em chamas. - Eu preciso ir, tá bem? Mas você não vai ficar sozinha. - Ele beijou minha mão, que também pareceu pegar fogo, e saiu.

Não deu nem tempo de eu pensar no que tinha acabado de acontecer e já senti o furacão Anahí chegar e sentar na mesinha em minha frente.

- Amiga você tá bem? O Christ me contou que tinha um cara te incomodando no bar e o Christopher foi te ajudar, fiquei um tempão te procurando!

- Tá tudo bem agora Barbie, tá tudo bem! - disse tentando acalmá-la.

- Você quer ir pra casa bebê? Tá parecendo abalada ainda. - perguntou Any segurando minha mão e eu apenas acenei confirmando e eu estava realmente abalada mas não pelo motivo que ela estava pensando.

- Então vamos, eu vou cuidar de você!

Sintonia (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora