Christopher
Acordei de manhã com o celular despertando porque tinha almoço marcado com minha mãe, levantei com cuidado para não acordar Dulce que parecia estar num sono tranquilo e profundo. Fui até a cozinha e encontrei uma aspirina que deixei junto com um copo de água na mesinha ao lado dela e deixei um bilhete no travesseiro ao lado dela. Fechei as cortinas do quarto antes de sair pra que ela dormir melhor e acabei encontrando com Anahí na porta antes de sair, expliquei pra ela o que aconteceu e depois segui pro meu apartamento pra tomar um banho e me trocar.
Fui pra casa da minha mãe e almoçamos tranquilamente conversando sobre diversos assuntos mas depois que terminamos de comer ela me fez contar sobre o que havia acontecido na noite anterior porque disse que estava na minha cara que algo estava me incomodando. Contei tudo, desde o momento que vi Natália na fila, quando citei o nome de Natália senti que minha mãe ficou tensa e ela disse que eu precisa tomar cuidado com Natália, não que eu já não soubesse!
Fiquei uma boa parte do dia com minha mãe, gostaria de poder vê-la mais vezes na semana mas era muito corrido, então quando podia eu aproveitava o máximo de tempo possível. Agora já era final da tarde e eu estava dentro do carro dirigindo pra casa e pensando em Dulce pra variar. Quando cheguei estava dirigindo pra entrada do estacionamento mas freiei bruscamente quando vi Dulce sentada na escada da entrada do meu prédio. Entrei no estacionamento pra guardar o carro mas ao invés de entrar no prédio ali por dentro, dei a volta para encontrar Dulce.
- Dulce? - disse assim que cheguei até ela.
- Ah, oi Chris! Eu estava distraída.
- Você veio falar comigo?
- Ah, sim mas o porteiro disse que você não estava e a bateria do meu celular acabou, então eu decidi esperar aqui. - disse dando de ombros.
- Vem, vamos subir. - disse estendendo a mão para ajudá-la a se levantar.
- Obrigada. - disse aceitando minha ajuda.
- Você tá melhor? - perguntei enquanto íamos até o elevador.
- Tô sim, só tô um pouco área, mas obrigada por ter me ajudado ontem! Eu não lembro de muita coisa depois que fiquei bêbada, só de quando já estava no chuveiro, mas a Any me disse que eu te liguei, eu não sei o que eu disse mas queria pedir desculpa por ter feito você ir até lá no meio da madrugada. - disse envergonhada e logo abaixou a cabeça assim que entramos no elevador.
- Você não precisa me agradecer, eu quero cuidar de você Dul! - disse erguendo seu rosto pra que ela olhasse pra mim. - E também não precisa se desculpar, você estava muito bêbada e eu não conseguia falar nem com a Any e nem com o Christian. Você não falou nada demais, só fui até lá porque me preocupei em você estar sozinha e eu estava certo. - disse rindo de leve.
- Mesmo assim, eu fico sem graça de ter te dado trabalho. - disse ela abaixando a cabeça de novo. Eu a puxei para um abraço e beijei sua testa.
- Ei, tá tudo bem tá? Eu fiquei lá com você e te ajudei porque eu quis, porque eu precisava! - disse ainda abraçando-a e senti ela acenar com a cabeça.
- Nós precisamos conversar. - disse ela assim que o elevador se abriu.
- Eu sei. - disse me afastando dela para sairmos do elevador e abri a porta do meu apartamento. - Vamo entrar.
Dei espaço pra que ela entrasse e entrei fechando a porta atrás de mim. Vi ela colocar sua bolsa em cima da mesa e fui até a cozinha.
- Quer um café? Um chá? - perguntei enquanto ela pegava o carregador de celular dentro da bolsa.
- Ah eu aceito um chá, posso colocar meu celular pra carregar?
- Claro, fica a vontade! Quer escolher o chá?
- Não, eu confio no seu gosto! - disse sorrindo pra mim.
Ela colocou o celular pra carregar na bancada da cozinha e se sentou em uma das banquetas que tinha ali enquanto eu fervia água pra fazer chá pra nós dois. Fiz um chá de camomila porque estava nervoso com a conversa que teríamos. Assim que terminei o chá, servi em duas canecas e entreguei uma pra ela.
- Vamos conversar na sala, é mais confortável. - disse indo até o sofá e me sentando.
- Você quer falar ou eu posso começar? - perguntou ela se sentando no sofá de frente pra mim.
- Pode falar! - disse olhando em seus olhos.
- Tudo bem! - ela desviou o olhar por um segundo e respirou fundo antes de olhar novamente em meus olhos. - Chris, eu acho que ontem nós dois nos expressamos mal e também em parte eu estava totalmente desprevenida pra ter aquela conversa. Acho que eu me assustei sabe, porque querendo ou não era só nosso segundo encontro, mas se a gente for parar pra pensar no contexto geral, eu sei que você também sente que parece que a gente se conhece há muito tempo e que tudo o que a gente sente é muito intenso além de termos uma conexão inexplicável. - enquanto ouvia ela falar parecia que meu coração ia sair pela boca. - E acho que isso pesou bastante pra mim quando você disse que só falou aquilo no calor do momento. Eu achava que era o que eu queria ouvir por conta do tempo que estamos saindo, mas quando você disse isso e eu me senti decepcionada eu fiquei muito confusa e por isso eu não consegui te responder depois! Não foi porque eu não queria, foi porque eu não sabia que queria. - disse ela ainda com os olhos fixos nos meus.
- Olha, confesso que ouvir você falar isso é um alívio! - disse soltando o ar e ela deu uma leve risada. - Eu sinceramente achei que tinha estragado tudo e fui embora porque fiquei com medo de ouvir o que você pudesse dizer depois daquilo, eu tenho medo de te perder Dulce! E sim é exatamente como você disse, parece que a gente se conhece há muitos anos! - disse me aproximando e pegando a caneca dela e colocando na mesinha de centro junto com a minha.
Segurei suas mãos entre as minhas e voltei a olhar em seus olhos, nunca me senti tão vulnerável, parecia que ela conseguia enxergar minha alma através do meu olhar. Mas ser vulnerável com ela não me dava medo, era uma coisa boa.
- Dul, eu preciso te falar uma coisa e não quero que se sinta na obrigação de responder, tá tudo bem se você não falar nada. Mas eu preciso falar se não eu vou explodir! - disse e consegui sentir seu nervosismo quando ela apertou minhas mãos que estavam segurando as duas. - Dulce eu amo você!
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Sintonia (Vondy)
FanfictionDulce Maria Saviñon, 25 anos, é jornalista de uma grande revista feminina e acabou de terminar um longo noivado de um modo nada fácil. Sua melhor amiga Anahí a ajuda a passar por esse período difícil e a leva para morar com ela. Christopher Uckerman...