Capítulo 24

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Christopher

Eu nem acreditava que estava tendo aquela conversa com Dulce e que ela realmente estava se abrindo. Minha vontade era de contar a ela tudo o que eu sentia e tudo o que minha mãe tinha me falado, mas sei que era muita informação e não queria assustá-la logo agora que as coisas estavam começando a desenrolar. Olhei a hora no meu relógio e vi que já estava bem tarde e Dulce teria que entrar no trabalho as 8 da manhã.

- Dul, já tá bem tarde, acho melhor a gente ir porque você trabalha cedo. - disse e ela me encarou um pouco surpresa, me deixando confuso. - O que foi?

- Nada, é que você me chamou de Dul. - disse ela com um sorriso tímido.

- Ah eu nem percebi, desculpa! Se te incomoda eu posso me parar.

- Claro que não me incomoda, tá tudo bem! - ela disse sorrindo e me fazendo sorrir também.

- Bom, vamos? - perguntei me levantando e deixando o dinheiro da conta em cima da mesa. Vi ela abrir a bolsa para pegar dinheiro mas a impedi. - Não se preocupa com isso eu já deixei o suficiente, vem! - disse estendendo minha mão pra ajuda-la a se levantar.

- Eu só vou aceitar isso porque eu bebi demais pra ficar contando dinheiro! - disse ela aceitando minha ajuda para se levantar. Eu acho que nunca vou me acostumar com a reação do meu corpo ao toque dela.

Fomos até meu carro que não estava muito longe e abri a porta do carro pra que ela entrasse e depois dei a volta para entrar também. Quando estava ligando o carro me dei conta de que apesar de termos conversado muito ela ainda não tinha me contado porque tinha inventado aquele encontro de mentira.

- Sabe, você ainda não me disse porque mentiu pra mim. - disse me virando por um minuto pra olhar para ela e voltando a prestar atenção na direção.

- Ah, bom... É que, ah sei lá, eu fiz meio que por impulso porqueee... - olhei pra ela confuso, ela estava olhando pras próprias mãos que estavam em suas pernas e parecia envergonhada.

- Porque??? - perguntei tentando incentivá-la.

- Porque eu tava com ciúmes daquele seu storie ridículo! - falou rápido e tudo de uma vez, quase não consegui entender mas assim que assimilei suas palavras não consegui conter uma risada. - Não ri! - disse ela dando um tapa no meu ombro.

- Aiii, eu tô dirigindo! - disse fazendo manha.

- Ninguém mandou você rir de mim! - disse ela emburrada cruzando os braços.

- Desculpa, é que eu nunca imaginei que você sentiria ciúmes de mim. - disse dando mais uma risadinha. - Mas me diz uma coisa, o que isso significa?

- Como assim? - disse ela tentando se fazer de desentendida.

- O que significa tudo o que conversamos hoje?

- Christopher eu não faço ideia, eu te disse que tô me sentindo muito confusa. - disse ela passando as mãos no rosto.

- Ei, tá tudo bem, eu não quero te pressionar a nada tá? - disse olhando pra ela por um momento e apoiando minha mão em seu joelho e senti ela se arrepiar com meu toque, bom saber que não sou o único que sente esse efeito.

- Tá bem. - ela disse parecendo um pouco nervosa, então tirei minha mão de seu joelho.

Fomos em silêncio o resto do caminho mas não demorou muito para chegarmos em frente ao prédio em que ela morava, desci para abrir a porta para ela e a ajudei a sair do carro, ela ia se despedir de mim mas a impedi.

- Eu vou te deixar na porta do apartamento, quero ter certeza de que vai chegar em segurança!

- Não precisa Christopher, eu já estou segura aqui, vou ficar bem. - disse ela negando com a cabeça.

- Não adianta falar nada, você bebeu demais e eu vou te deixar na porta do seu apartamento sim. - disse já puxando-a pela mão em direção a entrada do prédio.

- Teimoso! - disse ela revirando os olhos e me fazendo rir.

Entramos no elevador e esperei ela apertar o botão do seu andar já que eu não sabia qual era, ela se encostou numa das paredes do elevador e eu me encostei na outra, de frente pra ela. Ficamos apenas nos olhando e entramos na nossa própria bolha como sempre acontecia. Comecei a pensar sobre tudo o que tínhamos conversado e sim, ela já tinha se aberto bastante, mas parecia não confiar em mim ainda, acho que eu teria que me esforçar um pouco mais.

- Dul, quando eu disse que eu sinto algo por você eu quis dizer que eu gosto de você. Muito na verdade, talvez mais do que deveria. - disse com um certo receio, mas ela deu um sorriso o que me fez soltar o ar que eu estava segurando e nem tinha percebido.

- Chris eu sei que eu sou complicada, eu preciso que você tenha paciência comigo tá? Mas eu também gosto de você, só não sei lidar com isso ainda. - disse ela e eu imediatamente abri um sorriso bobo.

- Você me chamou de Chris! - disse vendo ela corar.

- Posso?

- É claro que você pode! - disse sorrindo e fazendo-a sorrir. - Mas eu te prometo que vou ter toda a paciência do mundo, não estou com pressa e não vou a lugar nenhum. - ela abriu mais ainda seu lindo sorriso.

As portas do elevador se abriram e eu saí junto com ela para deixá-la na porta de seu apartamento, ela procurou a chave dentro de sua bolsa e logo abriu a porta e se virou pra mim, vi que ela não sabia muito bem o que fazer então dei um beijo em sua testa e me despedi.

- Boa noite Dul! - disse me afastando dela e me virando para ir até o elevador.

- Boa noite! - ouvi ela dizer mas não ouvi a porta se fechar.

Quando já estava praticamente dentro do elevador senti ela pegar minha mão e me puxar de volta pra fora do elevador me virando de frente pra ela, estávamos bem perto, tão perto que eu conseguia sentir sua respiração. E então ela me beijou e jogou os braços ao redor do meu pescoço e eu automaticamente a abracei pela cintura. Senti sua língua se enroscar na minha em um beijo lento mas muito intenso, ali eu conseguia sentir tudo o que não conseguíamos dizer um para o outro. Quando ficamos sem fôlego nos separamos sorrindo e acariciei seu rosto.

- Boa noite Chris! - disse ela antes de me dar um selinho e entrar em seu apartamento.

Sintonia (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora