Capítulo 10

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Gizelly pensou em como era uma delicia estar completamente exausta depois de horas de sexo incontrolável e de pirar a cabeça; e que tudo ficava melhor ainda com Rafaella deitada em seu peito, quase dormindo. Mas elas ainda não tinham jantado, e ela estava morrendo de fome. Com tanta fome que sua barriga fez um barulho constrangedor, o que provavelmente acordou a mulher dos olhos esverdeados.

- Ainda bem que você está com fome. Eu estou morrendo de fome, poderia devorar qualquer coisa.

- O que acha de terminarmos a lasanha?

- Eu acho que eu não queria ter que levantar dessa cama.

- Você pode ficar aqui e eu faço. - Mas enquanto Gizelly fazia menção de levantar, Rafaella deitou completamente por cima do corpo da morena, arrancando-lhe uma gargalhada gostosa. - Vai me manter em cárcere privado?

- Não é má ideia, viu? Ainda mais depois das últimas horas... Acho que preciso manter você em cárcere privado.

- Isso é uma coisa muito séria.

Como Rafaella ficava brilhante quando sorria, Gizelly pensou. Suas mãos se arrastaram pelas costas brancas e macias.

- Se você continuar me olhando assim, eu não vou conseguir te deixar sair dessa cama.

Gizelly sorriu.

- Eu estou fascinada.

- Com?

- Com o quanto você é linda.

Rafaella sentiu as bochechas esquentarem, era uma sensação deliciosa, porém estranha; depois de tanto tempo de um relacionamento abusivo, ela tinha esquecido como era se sentir linda pelos olhos de outra pessoa.

E como Gizelly a fazia se sentir linda...

- Venha, vamos fazer comida, baby.

Rafaella sorriu diante do apelido carinhoso. E viu uma Gizelly muito deliciosa e nua levantar da cama rápido demais, ficou parada como se fosse a coisa mais natural do mundo estar nua enquanto ela queria se esconder na roupa mais próxima.

- Se ficar me chamando assim, vou ficar mal-acostumada.

- O que? De baby?

- Sim.

- Você que começou.

Rafaella sorriu, sentada na cama, e tentando cobrir o corpo com um lençol. Gizelly a encarou e arqueou uma das sobrancelhas.

- Suas roupas estão em algum lugar pelo chão do quarto, mas eu particularmente acredito que você nunca esteve tão linda quanto neste exato momento.

Rafaella colocou uma mexa dos longos cabelos para trás da orelha, e encarou Gizelly com os olhos verdes muito brilhantes. A morena tinha um sorriso de lado, tão sexy sem nem perceber.

- Venha. - Com a mão estendida para Rafaella, Gizelly chamou. - A cozinha nos espera.

- Você não pode simplesmente querer que eu vá...

- Nua? - Gizelly perguntou, interrompendo a mulher. - Ah sim, ver você nua é um privilégio do qual eu espero não me livrar nem tão cedo. Mas... - Fazendo uma pausa, Gizelly vasculhou as roupas no chão até encontrar sua blusa de pijama, estendeu-a para Rafaella. - Se faz você se sentir melhor...

Rafaella vestiu a blusa e viu Gizelly colocar apenas o short de pijama. Como a morena era incrível de tão bonita, ela pensou. E acompanhou-a até a cozinha, de mãos dadas e dedos entrelaçados.

Na cozinha, Gizelly começou a montar a lasanha com o recheio que Rafaella colocava. Mas é claro que, agindo como duas adolescentes apaixonadas, elas se sujaram de comida. Gizelly gargalhou quando Rafaella reclamou de presunto no cabelo. E aqueles olhos verdes a encararam desafiadoramente. A sorte da morena foi que ela conseguiu desviar rápido o suficiente do punhado de recheio que Rafaella jogou em sua direção.

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