Capítulo 50

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Às cinco da manhã na sexta feira, Rafaella teve toda a dificuldade do mundo de largar sua mulher na cama; ela e Gizelly estavam de conchinha, completamente agarradas e emboladas – do jeito que tanto amavam. Rafaella estava por trás, abraçando a morena com todo o carinho do mundo, aproveitando a diferença de altura entre elas, e com o nariz enfiado nas mexas cheirosas daqueles cabelos negros. Ela abriu os olhos verdes e não quis levantar, muito menos enfrentar a realidade de mais um dia de gravações.

Mas precisava.

Por isso, se desvencilhou do corpo da morena, com toda a lentidão e cuidado, e sentou na cama. O lençol ficou embolado em suas coxas, e ela esfregou as mãos no rosto para conseguir acordar de fato. Bocejou demoradamente e afastou algumas mexas de cabelo do rosto. Não queria levantar, pelo contrário, queria um dia inteiro apenas largada na cama com a sua morena. Mas a vida era injusta de vez em quando.

Suspirou longamente, e no momento em que apoiou as mãos no colchão para levantar, foi surpreendida pelas mãos da morena lhe segurando. Sorriu e virou o rosto para o lado no momento em que Gizelly sentou atrás de seu corpo, encaixou-se nela e abraçou-a com carinho.

- Aonde você pensa que vai?

A voz rouca de Gizelly foi o suficiente para arrepiar Rafaella.

- Trabalhar.

Gizelly sorriu cheia de manhã e começou a beijar os ombros de Rafaella; as mãos dela pressionaram a cintura da noiva e Rafaella sabia exatamente o que a morena estava querendo. E, obviamente, conseguiria.

- Que horas você tem que estar lá?

- Sete.

- Vou te levar.

Não que houvesse o que discutir, mas mesmo que Rafaella fosse tentar, seria inútil. Gizelly puxou seu rosto pelo queixo, para um beijo e qualquer coisa que Rafaella poderia falar morreu no desejo explosivo. Sexo pela manhã sempre a deixava muito mais animada, e ela adorava como Gizelly sempre acordava disposta e com vontade dela.

Rafaella se afastou do beijo de Gizelly e riu quando as mãos da morena apertaram suas coxas, afastando-as. No momento em que aqueles dedos inquietos subiram para sua virilha, Rafaella soltou um gemido.

- Você vai me atrasar, isso sim.

Rindo, a morena deixou seus dedos deslizarem exatamente para onde Rafaella estava molhada – como sempre pronta para ela. Mordeu o pescoço da noiva enquanto seus dedos escorregavam para dentro dela, e até a forma como Rafaella respirava a deixava ainda mais cheia de tesão.

- É só você não demorar para gozar para mim.

Havia algo de muito excitante naquela posição, Rafaella pensou, e ficaria melhor ainda se estivessem de frente para um espelho. Tudo o que ela mais queria naquele momento era ver Gizelly fodendo-a pelo reflexo do espelho. Mas deixou-se levar por aquelas mãos maravilhosas, os suspiros e como Gizelly sussurrava tudo o que a enlouquecia em seu ouvido.

Agarrou-se a ela e gritou seu nome.

Foi mais rápido do que ela queria.

Depois de um banho quente, que lhe rendeu mais alguns amassos contra a parede e um orgasmo delicioso de sua morena em sua boca, Rafaella conseguiu chegar no set de gravações. Seu dia tinha tudo para ser exaustivo, iria gravar a novela até a hora do almoço e depois tinha mais fotos com Marcela e sua equipe. Estava torcendo para conseguir uma folga no horário de almoço para encontrar sua morena.

Com a correria de sua vida, estavam a, novamente, uma semana sem conseguir se aproveitar de forma decente. Rafaella só chegava exausta e dormia nos braços de Gizelly; mal tinham tempo para jantarem juntas. E como sempre, a morena era a rainha da compreensão, não brigava, não fazia nada; apenas buscava Rafaella todos os dias, levava para casa, massageava seus ombros e dormia com ela. Rafaella tinha realmente muita sorte.

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