Capítulo 76

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Para esse capítulo: Kiss Me – Ed Sheeran

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No escuro do quarto, sem precisar de mais nada, as duas estavam abraçadas por cima dos lençóis amassados da cama que tinha o cheiro delas mais do qualquer outra coisa. Não era cheiro de sexo, era amor. Era o cheiro de mistura delas, de como se complementavam. De como se tinham. Apesar de todo o conforto do mundo em estar de volta nos braços da mulher que amava, Rafaella sentou sobre a cama, tentada a se cobrir com o lençol, mas foi apenas para escolher uma música no celular.

— Volte a morar comigo.

Os olhos verdes encontraram os castanhos no escuro.

Qué?

A morena não hesitava, não fraquejava, pelo contrário, estava sorrindo e com a certeza brilhando nos olhos cor de chocolate. Rafaella viu que ela se aproximava na cama até que, mais uma vez, a única opção era sentar em seu colo. Gizelly segurou seu rosto para não dar chance que Rafaella desviasse o olhar do dela.

— Volte para casa.

De alguma forma, Rafaella não conseguia acreditar que aquilo estivesse acontecendo, por isso repetiu a pergunta:

— O que?

— Volte para casa. Para mim. Para a nossa cama.

— Você não acha que pode ser rápido demais de novo?

— Nós temos o nosso próprio tempo, meu amor. Não há nada de rápido, devagar, constante, somos o que somos aqui e agora. E eu sou sua. Você é minha. Basta de sofrimento, não acha?

— Sim...

— Então volte. E não saia. Eu não vou te deixar sair nunca mais. Errei em ter te deixado sair a última vez.

— Não errou não. — A mulher disse e acariciou o rosto moreno com os dedos finos. — Eu errei em duvidar de você. Marcela arquitetou tudo e eu caí, mas agora passou.

— Sim, passou. — A morena disse com o alívio explícito até em seu olhar no escuro. — Volte. Fique.

— Eu quem deveria pedir para você ficar.

— Peça e eu fico. Aonde você quiser.

Rafaella revirou os olhos, mas Gizelly não deixou que a mulher se afastasse um segundo de seus braços, ou de seus olhos.

— Eu não tenho muitos lugares para te oferecer.

— Fique comigo, na nossa casa. Seu lugar é aqui comigo.

— E se...

— Não pense no que não é real. — A morena instruiu e seus lábios procuraram a bochecha de Rafaella. — Pense em nós.

— Você sempre simplifica tudo.

— Eu te amo demais para deixar você escapar de novo. Quero que você me ame demais para não tentar fugir de novo.

Rafaella agarrou o rosto de Gizelly, segurando—a tão perto de si quanto era possível.

— Eu te amo. Demais. Não vou fugir, meu amor. Nunca mais. Eu que não vou te deixar escapar agora. Não lutei nem a metade do que você merecia...

— Não precisa lutar mais. Só vamos ficar juntas.

— É tudo o que eu quero, meu amor.

— Então volte. Volte para casa. Para mim.

O mar do teu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora