Capítulo 26

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Rafaella poderia esperar qualquer coisa quando entrasse em casa, mas não esperava que Gizelly não estivesse em casa, onde diabos estava a mulher afinal? Bianca apareceu por trás dela, os olhos marcados de preocupação. Rafaella correu por cada canto do apartamento e nada da namorada. Onde a morena estaria? Seu coração começou a estremecer.

- Quer ver em algum hospital? O que posso fazer para ajudar?

Rafaella não conseguia pensar, deixou seu corpo cair no sofá enquanto a falta de ar lhe atingia. Não conseguia nem respirar direito, por Deus. Precisava saber de Gizelly, o quanto antes, ainda mais depois de ter visto cabelos rosas tão conhecidos.

E se fosse Marcela mesmo? O que ela faria? E Gizelly? Ela teria que ir embora. Não poderia ficar na mesma cidade que a ex namorada, Gizelly sofreria as consequências. As lágrimas lhe atingiram com tanta força que ela soluçou. Bianca chegou ao seu lado, rapidamente, e abraçou-a com carinho.

- Ei, calma. Ela vai aparecer.

- Ela nunca some assim.

- Eu sei. Mas ela vai aparecer com uma boa explicação.

E a boa explicação entrou pela porta no momento em que Bianca afagava os cabelos de Rafaella. A mulher dos olhos esverdeados encarou a porta, e levantou-se muito rápido. Talles estava entrando no apartamento com Gizelly apoiando-se em seu ombro. Rafaella sentiu que iria desmaiar.

A namorada estava toda arrebentada.

Como se tivesse levado uma surra das grandes, sangrava em vários lugares, principalmente na boca, tudo estava inchado, e ela não falava nada, apenas andava com Talles para dentro do apartamento. Não aguentando mais um segundo, Rafaella alcançou-a e segurou-lhe o rosto.

- Meu amor... O que... O que aconteceu? – Ela não estava raciocinando, nunca havia visto Gizelly tão acabada. – Vem, coloque ela no sofá. Meu Deus, vem amor.

Ela já não conseguia mais parar de chorar.

Talles caminhou com Gizelly e colocou a morena deitada no sofá, ela apenas estava em silêncio, como se não estivesse entendendo o que estava acontecendo. Seus olhos pareciam perdidos, além de muito inchados e roxos. O sangue escorria por seu rosto e Rafaella queria morrer.

Aquilo só podia ser obra de uma pessoa.

- Eu a encontrei na rua. Pelo visto assaltaram ela. Ela está sem celular e sem o dinheiro.

- Onde ela estava?

- Aqui perto. Eu estava vindo pra cá e a encontrei caída.

- Ah meu deus...

Bianca apareceu, prontamente, com um kit de primeiros socorros, Rafaella se ajoelhou ao lado da namorada no sofá, encarando-a sem conseguir controlar as lágrimas.

- Quer que eu chame uma ambulância?

- Não. – Rafaella disse enquanto mexia no kit em suas mãos. – Eu vou cuidar dela. Eu preciso...

Os outros dois entenderam que ela queria ficar sozinha com a morena; precisava ficar.

- Se precisar de qualquer coisa...

- Eu vou avisar. – Ela falou, rápido demais. – Obrigada Talles. E Obrigada Bia. De verdade.

Ao estar sozinha com Gizelly no apartamento, soluçou e chorou tão forte que a morena pareceu acordar. Aqueles olhos castanhos a encararam e ela viu aquele sorrisinho sutil.

- Ei...

- Ah meu amor, perdão, eu sinto muito... Eu...

A voz de Gizelly saiu arrastada quando ela começou a falar.

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