Capítulo 12

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- Resolveu o seu celular então?

Gizelly perguntou enquanto via Rafaella sentar no balcão da livraria. Depois de alguns momentos incríveis de paixão e tesão no andar de baixo, e depois comida deliciosa, elas haviam voltado ao local de trabalho para poder liberar Talles para o almoço.

- Sim. – Para comprovar, Rafaella mostrou o aparelho para Gizelly. – Coloque seu número aqui, por favor.

Gizelly pegou o aparelho das mãos macias de Rafaella.

- Fiquei preocupada. Você sumiu por bastante tempo.

- Eu encontrei Bianca na saída da loja. Ela está morando aqui agora. Fomos tomar um café. Por isso demorei um pouco.

- Ah que maravilha. É bom que tenha uma amiga a mais por aqui. Ela está morando aonde? Sabe?

- Acho que é aqui perto, mas não me recordo.

- E você se divertiu?

- Bastante.

- Que bom, baby. Fico muito feliz. Agora você pode manter contato com ela, retomar a amizade e todo o resto.

- Sim. Fico feliz que você tenha entendido.

Gizelly notou ali o resquício da insegurança de Rafaella.

- Eu não tenho que entender nada, Rafa. A vida é sua, eu só faço parte dela, ela não gira em torno de mim. – Quando Rafaella abriu aquele sorriso tão lindo, Gizelly sentiu até uma pontada de felicidade no coração. – Eu estou muito feliz por você.

- Eu marquei de sair com ela amanhã de noite. Ir ao cinema.

- Eu acho maravilhoso. Vai jantar fora também?

- Não sei. Acho que sim. Você se importa?

Gizelly fez um biquinho, todo manhoso.

- Vai ser péssimo jantar sozinha, mas eu aguento. É só você me compensar dormindo bem agarrada em mim depois.

Rafaella sorriu, puxando o queixo de Gizelly para si.

- Como se eu conseguisse pensar em dormir em qualquer lugar que não seja completamente colada em você.

- Sorte a minha.

Mas quando Gizelly estava prestes a dar um beijo em Rafaella, o sino da porta tocou, indicando que alguém havia entrado. E elas estavam bem na reta de quem entrasse, ou seja, péssimo lugar para elas se entregarem a um beijo.

- Rafinha!

Rafaella reconheceu a voz e virou para encontrar Bianca caminhando em sua direção. Gizelly encarou a mulher que andava na direção de Rafaella, ela era bem o estereótipo de uma lésbica indie, ela pensou. Roupas apertadinhas, cabelos longos e lisos demais, um chapeuzinho quase de coco na cabeça, calça jeans com as pontas dobradas e alguns colares pendurados. Gizelly odiava rótulos ou qualquer coisa do tipo, mas aquela mulher era óbvia demais. E Rafaella a conhecia. Sabendo que estava sobrando, a morena se afastou discretamente, como se estivesse ocupada, e foleou o livro que estava no balcão.

- Você sabia que eu trabalhava aqui?

- Não existem muitas livrarias aqui perto, não é? Eu só tive que procurar um pouquinho, não foi difícil.

Bianca chegou perto o suficiente e abraçou Rafaella. Seu chapéu ridículo caiu no chão. Gizelly assistiu à interação com um sorrisinho. Soltando-se de Bianca, Rafaella voltou seu olhar para a loira.

- Que bom te encontrar de novo.

- Ah, com certeza. Eu estava ansiosa para conversarmos mais, você saiu quase correndo da cafeteria hoje.

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