Rafaella estava no meio do tapete vermelho, cercada de incontáveis câmeras e grupos berrando por trás, fãs dela, de outros atores e produções; e ainda assim conseguia se sentir em casa. Era curioso ter passado tanto tempo se escondendo de Marcela e finalmente poder se mostrar, e mais ainda, estar se mostrando para o mundo daquela forma. Ela havia conversado com pelo menos cinco meninas de países diferentes que estavam fazendo a transmissão do evento para seus respectivos países. E tudo isso por que ela e Gizelly estava sendo vistas como um exemplo para a comunidade LGBT+. Representatividade realmente importava.
Gizelly, por sua vez, estava admirando sua mulher de longe; cada pose que ela fazia... Sentia até receio de se aproximar e estragar toda a beleza de Rafaella naquele momento; como ela mexia nos cabelos, como sorria. Como simplesmente existia. Ela era completamente feita para o que estava fazendo. Era natural. A forma como ela se movia... Aquele era realmente o seu mundo.
A morena nunca havia pensado em estar à frente de câmera alguma, menos ainda de ter qualquer tipo de representatividade, e achou que seria bem mais difícil do que estava sendo — e se fosse ser sincera, não era a coisa mais fácil do mundo ser a noiva de uma mulher famosa que recebia mensagens ao redor do mundo de pessoas querendo casar, transar, beijar e até matar Rafaella. Mas a morena achou que estava lidando da melhor maneira o possível.
A vida que Rafaella havia escolhido não podia afetar o relacionamento delas. Não iria.
— Eu só queria que a Rafa sentasse no meu rosto. — Alguma menina comentou por trás de Gizelly; a morena arqueou uma das sobrancelhas, mas ignorou, apesar de ter cruzado os braços em claro desconforto. — Olha essas pernas pela fenda do vestido, pelo amor de Deus, Gizelly Bicalho é a mulher mais sortuda do mundo. Puta merda.
Dessa vez, Gizelly sorriu.
Ela era realmente a mulher mais sortuda do mundo.
E sentiu—se ainda mais sortuda quando Rafaella estendeu a mão para ela de longe, chamando—a para acompanha—la no tapete vermelho. E aparecer em mais fotos, é claro. Elas ainda precisavam entrar e sentar em seus respectivos lugares. A premiação logo começaria.
Gizelly se aproximou e enlaçou Rafaella pela cintura.
A mulher fluiu para os seus braços com leveza.
— Eu já falei que amo quando você me puxa assim?
Gizelly sentiu as bochechas esquentarem e escondeu o rosto no pescoço de Rafaella.
— Estou um pouco arrependida de não ter vindo de salto.
— Por quê?
— Você está muito mais alta. Vai ficar desproporcional nas fotos, pode ficar mal para você.
— Claro que não, meu amor.
Como se milhares de flashes não estivessem ao redor delas, Rafaella apoiou a mão no rosto de Gizelly.
— Você é perfeita. Então as fotos ficarão perfeitas.
Mais uma vez, Gizelly ficou sem graça.
— Eu já falei o quão linda você está hoje? E como eu estou absurdamente feliz por você estar ao meu lado?
— Eu vou sempre estar ao seu lado. Enquanto você me quiser.
— Azar o seu que eu te quero para sempre.
— Eu vejo como sorte.
— Para mim sim.
— Para mim também.
Gizelly sorriu e virou Rafaella para si para que os fotógrafos tirassem uma foto delas olhando uma para a outra. Seu hobby ocasional, quando sabia que estava sendo fotografada com Rafaella era parar em uma pose bonita para que ela pudesse encontrar a foto na internet depois. Ou então alguma pose boba que retratasse perfeitamente o relacionamento das duas.
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O mar do teu olhar
FanfictionGizelly Bicalho vive uma vida tranquila, pacata. Trabalha em uma livraria conhecida no centro de Monterrey; a maioria das pessoas são clientes antigos que a conhecem desde a adolescência quando era apenas filha do dono do lugar. Com a morte dos pais...