Capítulo 85

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Na noite de sexta feira, Gizelly estava deitada no sofá—cama do trailer de Rafaella, aguardando enquanto a mulher terminava as cenas de seu próximo filme. Ela estaria exausta, e Gizelly estava além do descanso para poder cuidar de sua amada. Fazia pelo menos seis horas que a morena estava tirando longos cochilos e acordando a tempo de buscar Rafaella com o olhar, mas ela simplesmente não aparecia. E infelizmente Gizelly não poderia acompanhar aquelas gravações específicas — e não que ela fizesse questão, iria babar de qualquer forma em tela grande.

A morena acordou de outro cochilo por volta de nove da noite e pensou se poderia começar a pensar em um jantar, mas Rafaella entrou pela porta do trailer com um saco de papelão nas mãos. E sorriu para ela. Gizelly foi de prontidão enlaçar a noiva pela cintura, livrando—a de qualquer empecilho.

— Eu ainda achei que poderia estar sonhando.

Qué?

— Que você não estaria aqui.

— Eu disse que estaria.

— Eu sei. Mas o dia foi tão cansativo... Eu só... Estou feliz que você está aqui.

Gizelly sorriu enquanto andava com Rafaella até a cama.

— Quer me contar?

— Quero te amar primeiro.

Gizelly foi a primeira a jogar—se na suposta cama, Rafaella acompanhou—a deitando por cima de seu corpo, aninhando—se a morena como uma gatinha manhosa. Gizelly abraçou o corpo de Rafaella, fazendo questão de acariciar—lhe os cabelos.

— Trouxe comida para nós.

— Eu vi.

— Mas não estou com fome agora.

— Tudo bem.

— E eu trouxe sushi.

Gizelly sorriu mais ainda.

— Vou colocar na geladeira então.

Desvencilhou—se dos braços de Rafaella para ir até a suposta área da cozinha. Enquanto guardava os pacotes na pequena geladeira, ouviu a movimentação de Rafaella ao fundo. E teve a deliciosa surpresa de virar para encontrar sua noiva apenas de camisola de renda, fina e preta, que não cobria quase nada daquele corpo delicioso. A morena nem tentou controlar o queixo que caiu instantaneamente.

Rafaella era uma visão, um espetáculo.

Um absurdo de linda.

E estava sorrindo só para ela à meia luz naquele trailer, e as duas tinham todo o tempo do mundo. A noite estava apenas começando o calor do ambiente transcendia deliciosamente.

— Achei que você estava cansada.

A aproximação de Rafaella foi sútil, lenta, sedutora.

Gizelly precisou lembrar de respirar.

— De tudo, menos de você.

Como sempre, Gizelly recuperou a postura diante de Rafaella, mas ficou parada na bancada da cozinha. Encarando a mulher que amava. De repente, a idéia de sedução de Rafaella cedeu à sensação de ser uma presa, sem fuga... Mas que não queria correr. Pelo contrário.

Gizelly se encostou à bancada e sorriu para Rafaella, chamando—a para se aproximar com o dedo indicador. O olhar da morena sobre seu corpo a fazia sentir—se nua, exatamente como ela queria estar; e Gizelly ainda tinha tantas peças de roupa para tirar. Começando por aquele casaco de couro. Era curioso pensar no poder que um olhar tinha sobre seu corpo e como exclusiva e unicamente o olhar de Gizelly a desmontava inteira.

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