Depois de um banho quente, Rafaella achou que estava pronta para qualquer coisa, menos para a rejeição de Gizelly. Deitaram juntas na cama, mas a morena não ofereceu seu peito, seus braços, nada. Não ofereceu nem carinho e nem conforto. Rafaella precisou buscá-la no outro lado da cama e sentiu a resistência dela para vir ao seu lado. Ela franziu o cenho e apoiou o queixo no peito de Gizelly.
- O que há?
- Do que?
Até o tom de voz dela estava diferente. Frio.
- Você está distante.
- Você precisa dormir. Conversamos pela manhã.
- Conversar sobre o quê?
Deus era testemunha de que Gizelly estava tentando não surtar de uma vez, mas Rafaella bêbada não lhe ajudava em nada. E mesmo que ela estivesse completamente racional depois do banho, Gizelly não queria ter aquela conversa ainda.
- Você não me chamou de amor em nenhum momento. – Rafaella comentou e sentou na cama. – Você não está carinhosa comigo. O que está acontecendo?
Gizelly se arrastou para trás até estar sentada contra a cabeceira da cama.
- Será que podemos, por favor, conversar sobre isso amanhã? Eu quero que você descanse primeiro.
- Eu quero conversar agora.
Gizelly bufou e revirou os olhos. Rafaella a encarou, cheia de curiosidade.
- Você me disse que nunca iríamos conversar longe uma da outra. – Rafaella começou a falar enquanto se aproximava. – Você não está me tocando. Mal me tocou desde que entramos em casa. – E então sorriu ao sentar no colo de Gizelly. – E não entendo porque você está vestida. Nunca dormimos vestidas.
Gizelly suspirou.
Como era possível alguém ter qualquer conversa racional com uma Rafaella nua e deliciosa no colo? A mais alta tirou a blusa que Gizelly vestia.
- Rafaella... Pare com isso.
- Pare de me chamar assim. – Ela pediu e então segurou o rosto de Gizelly entre as mãos. O álcool abandonava seu corpo a medida que o desespero pela distância delas crescia. – Eu sou o seu amor, não me chame de Rafaella.
Gizelly sorriu.
Rafaella aproveitou a chance e roubou-lhe um beijo.
O autocontrole de Gizelly estava em frangalhos enquanto a saudade gritava em seu peito. Maior do que o ciúme, a mágoa, ou qualquer outra coisa, estava o seu amor por Rafaella. Amor esse que estava explodindo em seu peito. Era óbvio que não estava acontecendo nada entre Rafaella e Juan ou a mulher não estaria em seu colo, em sua cama, pedindo por ela. E foi nisso que Gizelly se agarrou para esquecer-se do mundo.
E focar apenas em Rafaella.
- Meu Deus, que saudade que eu estava disso. – Rafaella murmurou contra os lábios de Gizelly. – Parece que tem dias que eu não te toco, que eu não te tenho.
As mãos de Gizelly apertaram a cintura de Rafaella com força, com firmeza, sem delicadeza alguma. A mais alta esfregou-se em seu colo, como se dançasse para ela. E seus lábios se buscavam com avidez, trocando beijos e mais beijos até que o ar lhes faltasse por completo. Nada mais importava.
Se amavam e se tinham.
Quando a manhã chegou, Gizelly acordou primeiro e foi preparar o café da manhã de ressaca para Rafaella. Estava sorrindo quando deixou a cama, completamente nua, para cuidar de sua mulher. Foi uma batida na porta que a deixou em alerta, e então ela se vestiu rápido para atender.
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O mar do teu olhar
FanfictionGizelly Bicalho vive uma vida tranquila, pacata. Trabalha em uma livraria conhecida no centro de Monterrey; a maioria das pessoas são clientes antigos que a conhecem desde a adolescência quando era apenas filha do dono do lugar. Com a morte dos pais...