A novela era um total sucesso e Rafaella estava gravando seu primeiro filme. Gizelly estava radiante de tanto orgulho, mal conseguia se conter. Queria gritar para todo mundo que a atriz mais linda do mundo era sua mulher, seria sua esposa e tudo ficaria bem. E tudo estava ótimo entre elas. Tirando uma situação em que Gizelly havia quebrado o nariz de Juan por ciúmes... Rafaella até havia achado engraçado, apesar de censurar a noiva depois. Ela não podia querer resolver tudo no soco. Luna também havia sido bastante insuportável correndo atrás de Gizelly, como se a mulher fosse lhe dar qualquer tipo de condição.
Ela era de Rafaella e nada mudaria aquilo.
Nem ninguém.
Os ensaios com Marcela e Bianca também já estavam chegando ao fim, e elas haviam renovado para outras sessões, e Rafaella estava cada dia mais conhecida. E feliz por sua situação; e mais feliz ainda por ter uma noiva tão compreensiva. Mas mal podia esperar para que ela se tornasse sua esposa. Havia sonhado tanto com a cerimônia, já sabia tudo o que queria e tinha a sorte de Gizelly concordar com absolutamente tudo – menos com o fato de que ela queria uma grande cerimônia enquanto a morena queria algo reservado e discreto.
Mas logo chegariam a um consenso.
O importante era estarem casadas.
Precisavam definir uma data.
Apesar de tudo estar aparentemente perfeito, Rafaella continuava sem tanto tempo quanto gostaria para a noiva; as vezes não ia para casa até que a madrugada chegasse. Gizelly não reclamava, ia busca-la em qualquer lugar e ainda fazia questão de levar comida para ela. Ela era tão sortuda que mal conseguia se conter as vezes, precisava agarrar a mulher e gritar o quanto a amava o tempo inteiro.
De qualquer forma, a situação poderia estar melhor.
Ela só queria ter mais tempo; por isso, aproveitando seus dias de folga, Rafaella foi visitar a noiva no trabalho. Gizelly não sabia que Rafaella estava de folga, então ela resolveu que faria uma surpresa; algo que Gizelly provavelmente não esperava e que possivelmente nunca havia vivido. No caminho até a livraria, separou o dinheiro para poder pagar o jantar para a noiva e respondeu algumas mensagens de seus colegas de elenco querendo comemorar o fim da novela.
E respondeu aos colegas de elenco do novo filme sobre um possível encontro para jantar. Era bom estar fazendo novos amigos, mas é claro que ela estava aprendendo aos poucos que não era não. E não bebia tanto quanto antes. Não precisava agradar ninguém além dela mesma. E da noiva, é claro. E como Gizelly ficava feliz quando Rafaella chegava em casa para lhe contar sobre seu dia. As vezes nem parecia real.
Ao entrar na livraria, Rafaella sentiu-se imediatamente estúpida por estar segurando um buquê de flores coloridas, mas a estupidez foi substituída pela raiva ao ver Gizelly conversando muito perto de uma mulher que Rafaella não fazia idéia de quem era. E a loira ainda segurava a mão de sua noiva.
Gizelly demorou apenas alguns segundos para encontrar os olhos de Rafaella, e sorriu tão abertamente ao fazê-lo que a raiva de Rafaella apenas se dissipou. Gizelly pulou sobre o balcão, ignorando qualquer outra pessoa que estivesse no local e andou até Rafaella. Ignorou até as flores quando abraçou a mulher e ergueu-a em seus braços.
- Meu Deus, é você mesma? Não é uma miragem?
Rafaella riu porque a mulher era adorável demais.
As flores ficaram esmagadas entre elas, e Gizelly finalmente notou as cores sortidas embaixo de seu nariz.
- Você me trouxe flores?
- E uns beijos.
O brilho nos olhos de Gizelly fez tudo valer a pena.
- Nunca ganhei flores antes.
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O mar do teu olhar
FanfictionGizelly Bicalho vive uma vida tranquila, pacata. Trabalha em uma livraria conhecida no centro de Monterrey; a maioria das pessoas são clientes antigos que a conhecem desde a adolescência quando era apenas filha do dono do lugar. Com a morte dos pais...