Gizelly não conseguiria e tampouco queria explicar o incômodo que estava em seu peito, ele começava no ciúmes e terminava em uma possessividade que ela não queria sentir; que não se achava no direito de sentir. Mas a sensação de que Rafaella era sua parecia rasgar-lhe o peito; não que ela não sentisse isso sempre – com orgulho. Mas naquele momento havia uma raiva misturada, uma vontade de marcar e ouvir Rafaella gritar que ela era sua e de mais ninguém. Não era apenas pelas matérias ridículas dos tabloídes de fofoca, mas por toda a situação como um todo; a distância que estavam enfrentando, a falta de tempo e principalmente por Marcela estar na vida delas.
As fotos de Rafaella e Marcela de mãos dadas na mesa de um restaurante não saíram de sua mente e só tornavam sua respiração mais densa. Ela colou o corpo ao de Rafaella, pressionando a noiva contra a porta da casa delas. Ela estava irracional, e sedenta. Não gostava de sentir ciúmes, mas estava morrendo por causa dele. Queria ver Rafaella derreter em seus braços, em seus dedos e em sua boca.
Rafaella suspirou ao espalmar as mãos contra a porta, ao lado das mãos de Gizelly. Se fosse possível, teria se agarrado à madeira da porta, mas o corpo de Gizelly praticamente lhe sustentava contra o mogno. Por mais que já estivesse acostumada com a sensação de Gizelly lhe botando contra a parede, não deixava de ficar surpresa e excitada. E a frase que escapou dos lábios da morena, o tom rouco, a indicação de que ela estava com ciúmes... Acendia Rafaella por inteira. Não que ela houvesse provocado propositalmente, mas não significava que não poderia aproveitar-se da possessividade da noiva.
A intensidade escorreu de uma para a outra.
- Eu vou perguntar só uma vez. – Gizelly sussurrou contra o ouvido de Rafaella. A mão da morena subiu pelas costas de Rafaella enquanto ela falava, até se emaranhar em um punhado dos cabelos cor de mel. – De quem você é?
Rafaella sorriu, deixando a cabeça pender para trás, contra a palma de Gizelly e os dedos firmes que puxavam seu cabelo. Seria fácil responder à pergunta, mas tiraria toda a graça do joguinho que ela tinha em mente, e que Gizelly obviamente concordaria. Ela ofegou e apertou os dedos contra o mogno.
Mas não respondeu.
- De quem você é? – Ela perguntou novamente, seus olhos castanhos brilhavam de intensidade, com o desejo que ameaçava escorrer entre suas pernas. – Não teste a minha paciência, Rafaella. Não hoje.
Rafaella empurrou o quadril, e consequentemente a bunda, na direção de Gizelly. E rebolou contra a mulher, esfregando-se nela sem o menor pudor. O que lhe rendeu um gemidinho delicioso. Gizelly entrou no jogo dela, porque sabia que não havia nada entre Rafaella e Marcela e porque adorava quando uma resolvia seduzir a outra. Mas ali, naquele momento, o poder estava todo com ela. E a possessividade ainda lhe rasgava o peito de forma bruta.
- Você tem cinco segundos para me responder.
Rafaella engoliu em seco.
– Qual é a pergunta mesmo?
A mão de Gizelly que estava nos cabelos de Rafaella escorregou até seu rosto e os dedos a seguraram de forma brusca pelo queixo. A outra mão, que estava na porta, arrastou-se em direção à cintura de Rafaella. E então ela apertou a mulher – que retribuiu rebolando contra a morena. Gizelly sorriu como uma felina, prestes a atacar sua linda presa.
- De quem você é, Rafaella?
Rafaella sorriu, completamente entregue ao desejo.
- Não vou responder.
As mãos de Gizelly se encontraram na barra da blusa de Rafaella, e então, sem dizer uma palavra, a morena apertou o pano e puxou-o com força o suficiente para que ele estivesse rasgado em questão de instantes. Rafaella deu um gritinho surpresa, mas estava tão excitada que sentiu as pernas fraquejarem. Adorava quando Gizelly rasgava suas roupas.
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O mar do teu olhar
FanfictionGizelly Bicalho vive uma vida tranquila, pacata. Trabalha em uma livraria conhecida no centro de Monterrey; a maioria das pessoas são clientes antigos que a conhecem desde a adolescência quando era apenas filha do dono do lugar. Com a morte dos pais...