O mar do teu olhar

Capítulo 46

- O que você achou? – Rafaella perguntou quando elas entraram no quarto de hotel, quando já era madrugada.

- Achei que estou muito bem alimentada.

Rafaella gargalhou quando a noiva a enlaçou pela cintura. E então seus corpos estavam colados à porta; quer dizer, suas costas estavam coladas à porta e o corpo de Gizelly prensando o seu, deliciosamente como sempre.

- Estou falando sério.

- Eu também. – A morena deu um beijinho na ponta do nariz de Rafaella e encarou-a nos olhos. – Mas achei um jantar agradável, ela incomodou em alguns momentos, pareceu muito interessada em nós.

- Sim. Fez muitas perguntas, não é? Nunca sei o que esperar dela, mas Bianca parece muito apaixonada.

- Sim. Espero que ela não se magoe.

- Não sei o que pensar. – Rafaella murmurou e Gizelly beijou-lhe a testa. – É tão estranho... E mais estranho ainda ver Marcela de perto e simplesmente não sentir nada.

- Como assim?

- Eu achei que fosse ficar inteiramente apavorada perto dela o tempo inteiro e... Eu não fiquei. Óbvio que eu sinto medo de ela fazer alguma coisa conosco, mas... Não sei explicar.

- Ela não te domina mais como antes. Isso é muito bom.

- É mesmo.

- Eu estou muito orgulhosa de você, meu amor.

- Eu não iria conseguir se não fosse por você.

- Claro que iria. – Gizelly disse com uma das sobrancelhas arqueadas, mas não podia evitar o orgulho que lhe arrebatava o peito por parecer tão importante.

- Não. Você me ajudou a resgatar meu valor como mulher. A Marcela destruiu tudo, e você me ajudou a reconstruir.

- Só te faço ver quem você é de verdade.

- E quem eu sou de verdade?

Gizelly roçou seu nariz no da mais alta.

- Rafaella Kalimann, modelo e atriz maravilhosa, dona das coxas mais deliciosas de todo o México, do sorriso mais incrível já visto na Terra e desses olhos verdes que são como um mar que eu quero mergulhar todos os dias. Ah, e mais importante... É o amor da minha vida.

- Você é o amor da minha vida, Gizelly Bicalho. Ainda bem que eu te encontrei.

- Sobre a Marcela, vamos ficar atentas.

Rafaella sorriu ao sentir que as mãos de Gizelly se espalhavam por sua cintura, subindo sua blusa aos pouquinhos; era impossível não se sentir seduzida.

- Porque eu tenho a sensação de que você não está tão preocupada com essa situação?

- Porque neste exato momento só tem uma situação que me preocupa.

Até o tom de Gizelly mudava, tornava-se extremamente sensual e fazia Rafaella se derreter. Seu casaco e blusa ficaram no chão em questão de instantes, e de repente nada mais importava; Marcela, Bianca, o resto do mundo, nada mais existia. Apenas elas duas em um quarto confortável.

- Qual?

- Você estar tão vestida.

- Você também está vestida demais.

- É melhor você resolver isso, então.

Despiram uma a outra com os olhares intensos, colados, as respirações suaves. Gizelly afastou-se da noiva apenas para aprecia-la, ela era o destaque de tudo; os cabelos caindo sob os seios macios, o corpo – a pele suave e as belas curvas– tudo nela era de tirar eu fôlego.