the deal - jiara!

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O chateau fedia a maconha, suor e álcool, mas era suficientemente aconchegante para que eu ficasse atirado no sofá, como se tivesse todo o direito de estar ali. Ou talvez fossem os dedos habilidosos de Kiara deslizando pelos meus fios de cabelos que fizessem esse cenário totalmente caótico se transformar em algo mais... Aceitável? – É, eu acho que sim.

Meu rosto estava molhado de suor e minha respiração, instável. Tudo resultado de uma partida frenética de pong beer, algumas doses de tequila e um round de luta com Pope na grama.

- Não, cara – John B retrucou. -A Amber ficou bêbada e pegou o treinador de natação. A mulher dele descobriu a traição e...

- Fofoqueiro à beça – Brooke atirou um saco de salgadinhos na direção dele. - Parece a Sarah.

Um sorriso convencido esticou os seus lábios. Eu era amigo de John B há tempo suficiente para saber o que estava por vir.

- É aquele ditado: você é o que você come.

Olhei para Rafe por um milésimo de segundos e explodi na gargalhada. Ele mantinha um olhar mortal. Achei que fosse assistir a uma briga, mas Rafe simplesmente ficou quieto e voltou a se concentrar na sua garrafa de cerveja pela metade.

A forma como ficava com ciúmes de Sarah era adorável. Fiquei me perguntando se, caso eu tivesse uma irmã, seria tão ciumento quanto ele. Talvez fosse pior.

- Você é um babaca - Cleo apontou para John B e, então, se voltou para a caixa de som. - Vamos ouvir a única coisa capaz de curar a depressão: o funk brasileiro.

[☁️]

- Esse lugar virou uma verdadeira fortaleza do sexo – foi Kie quem disse, tomando o lugar ao meu lado na rede.

Franzi as sobrancelhas, sem entender, e dei espaço para que se acomodasse. O cheiro doce do seu perfume veio quando a brisa úmida de Kildare soprou contra nós. Era reconfortante e inconfundível.

Apaguei o baseado e guardei no bolso.

-  Acabei de ver Brooke e Rafe se agarrando na mesa da cozinha – explicou, mas eu não fiquei surpreso. - E eu não preciso ser muito esperta para entender as batidas nas paredes do quarto do John Be do Pope.

Meus dedos massagearam os seus pés cobertos por um par de meias cor de rosa. Ela apoiou a cabeça na rede, encarando as árvores acima de nós.

- Falei com o Sean hoje - disse. - Ele está namorando, então nosso plano foi sabotado.

Eu procurei, mas não havia qualquer resquício de decepção nos seus olhos, nas suas expressões ou... Na sua boca. E eu devia estar chapado demais porque fiquei aliviado. E também tenho certeza que passei muito tempo encarando os seus lábios. E também fiquei me perguntando como seria beija-la.

- Acho que nós deveríamos transar.

Tossi.

Meu Deus, eu realmente estava muito chapado. Passei as mãos na nuca e comecei a rir. Rir, não. Gargalhar. Até dar tapinhas no joelho.

Mas Kiara simplesmente não reagiu. Não. Eu não tinha ouvido direito. Ou tinha?

- Espera. É sério?

Kiara pousou dois dedos sobre os lábios, batucando como se estivesse pensando.

- JJ - começou. - O baile é daqui a poucos meses e eu só estou suficientemente interessada no Sean. Minhas escolhas são realmente escassas. Você é um cafajeste sem sentimentos e nunca, em hipótese alguma, me veria como algo além de sua melhor amiga. Uma noite é literalmente tudo o que eu preciso e... Depois a gente finge que nada aconteceu.

Cacete. Ela realmente estava falando sério.

-E a regra “pogues não se pegam"? – perguntei, mesmo sabendo que era estupidez.

- Nossos melhores amigos estão dentro daquela casa mandando ver no quarto, na cozinha, no banheiro.

Cacete.

Não conseguia acreditar no que ela estava sugerindo e muito menos no fato de eu realmente estar considerando.

- Você nunca dispensa uma noite de sexo, J - ela prosseguiu.

Kiara tinha razão. Estávamos falando de uma noite inteira de orgasmos, gemidos e tudo isso. Eu adorava. E, ainda por cima, faria a minha melhor amiga feliz.

- Você é o único cara em quem eu confio de olhos fechados, J- Kie suspirou, passando as mãos no rosto. – Nós nunca vamos nos apaixonar de verdade e ninguém nunca vai saber.

Suspirei.

- Ok – respondi. – Mas antes você precisa me prometer uma coisa.

Ela me lançou um olhar apreensivo, nervoso.

- Você nunca mais vai usar "mandando ver" para falar sobre sexo – resmunguei, rindo, e recebi um soco em resposta.

- Idiota.