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JJ me conhecia há tempo suficiente para interpretar todas as minhas emoções através de um único olhar. Era por isso que exibia aquele sorriso convencido enquanto me observava. Ele estava sentado na cama, como se tivesse todo o direito de estar ali. Parecia um clichê ambulante com aquele boné surrado virado para trás, calças jeans desgastadas e uma camiseta branca. Sempre soube que meu melhor amigo era atraente, mas agora que estou literalmente prestes a ir para a cama com ele, JJ parece uma obra de arte.

- Você vem até aqui ou vai ficar me admirando o dia inteiro? – perguntou, com um brilho de divertimento nos olhos.

- Cala a boca – resmunguei.

Ele ergueu uma sobrancelha, molhando o lábio inferior em seguida.

- Vem calar. Minhas bochechas ruborizaram ao me afastar da porta. JJ estava me provocando. Eu soube pela forma como me olhou... Como se esperasse que eu fosse atravessar o quarto e, mesmo sob toda onda de nervosismo queimando o meu corpo, sentar em seu colo e grudar os lábios nos seus. Literalmente calar a sua boca com um beijo.

E foi exatamente o que fiz.

Eu caminhei até ele. JJ me olhou com aqueles olhos extraordinários e extremamente convencidos e ergueu uma mão, mas ao invés de sentar ao seu lado, me apoiei em uma das suas coxas.

- Oi, minha princesa.

- Cala a boca – repeti.

- Faça isso por mim.

Eu fiz.

Hesitante, inclinei o rosto para mais perto do seu. Nossas testas se tocaram e o hálito de menta dançou em cima da minha boca. Reuni todos os meus fragmentos de coragem e encostei os lábios nos seus. Durou alguns segundos, mas mesmo quando me afastei, ainda sentia a pressão da sua boca contra a minha.

Isso foi estranho? – perguntei.

- Eu não sei – deu de ombros. – Mas eu gostei. Muito.

E dessa vez, ele me beijou.

Seus lábios se abrirame demorou menos de 1 segundo para que a sua língua deslizasse para dentro da minha boca. Eu não deveria estar pensando em como aquilo era bom, porque... Bem, não aconteceria novamente, mas não podia deixar de imaginar a sensação de ter a sua boca em todas as partes do corpo. Seus sua boca em todas as partes do corpo. Seus lábios reivindicavam os meus como se tivesse direito de posse, mas era lento o suficiente para que eu precisasse apertar as coxas em busca de alívio.

Meu coração saltou quando sua mão encostou em meu joelho, arrastando os dedos calejados pela minha perna, e disparou quando JJ me colocou repentinamente deitada na cama.

Nervosismo e euforia dividiam o espaço dentro do meu peito e da minha mente. Seus lábios ainda tocavam os meus enquanto ele se deitou ao meu lado, sua coxa entre as minhas. Precisei me esforçar para não deixar um ruído de desejo escapar quando JJ se moveu e sua boca encontrou a base do meu pescoço.

- Você pode me tocar, Kie – ele murmurou. – Não tenha medo.

Engoli em seco. O quarto estava propositalmente escuro e eu nem precisava perguntar se aquilo tinha sido uma ideia dele para saber que sim -, mas tinha certeza que estava tão vermelha que JJ conseguia ver. Ele se apoiou em um braço, tirou a camisa e tomou a minha mão.

Não era como se eu nunca tivesse encostado no seu corpo, mas agora era diferente. Meus dedos se arrastaram pelo seu peito e seus músculos enrijeceram. Não fazia ideia do que aquilo significava, mas continuei. Seu olhar queimava no meu rosto e eu estava ocupada demais deslizando os dedos pelo seu abdômen.

the deal - jiara!Onde histórias criam vida. Descubra agora