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Joguei um travesseiro nele com força. JJ gargalhou, agarrando na barra da toalha com uma mão para que não ficasse completamente nu na minha frente.

- Cala a boca!

- O quê? Foi você quem colocou um pornô na minha tv – acusou.

- Não foi culpa minha!

Arrisquei olhar para a cena, mas era mais imprópria ainda. Um terceiro cara havia se juntado e... Meu Deus, aquilo era demais para mim. Os gemidos estridentes e exagerados continuavam preenchendo o quarto. Me joguei na cama, incapaz de mover um músculo de tão envergonhada.

Enquanto isso, JJ parecia prestes a se borrar de tanto rir. Em poucos segundos, a televisão foi desligada. Ouvi o som do armário se abrindo.

- Acho que esse foi o melhor dia da minha vida - disse ele, deitando-se ao meu lado, já vestido. Teoricamente- Obrigado por me proporcionar momentos assim, Kiara. Você não sabe o quanto me faz feli...

Dei um soco no seu estômago.

- Babaca – resmunguei.

Eu não estava brava. Por mais surpreendente que pareça, era quase impossível ficar genuinamente irritada com JJ. Talvez porque na maior parte do tempo ele me fazia rir até a barriga doer, ou porque conseguia facilmente me comprar com batatas fritas e milkshake de procedência duvidável.

Quando se recompôs, arrisquei olhá-lo de verdade. Seus olhos azuis estavam direcionados a mim, tão brilhantes quanto as estrelas no céu. Os fios de cabelos cor de mel estavam molhados, penteados para trás de um jeito desleixado e uma mecha ondulada caía na sua testa. JJ Maybank realmente era bonito, tão bonito que, por um momento, quase esqueci do constrangimento doloroso de alguns minutos atrás.

- Use a Netflix, Kiara -explicou ele, sem deixar de me observar. - E bem mais seguro navegar por lá do que pelos dvds do meu tio.

Bufei.

- Ah, jura? – semicerrei os olhos. - Se você não tivesse me dito eu nem teria percebido.

- Outch. Tudo bem, eu mereci.

JJ me convidou para mais perto com um olhar sutil e breve. Continuei de bruços, me arrastando pelo colchão até encaixar o corpo entre o seu. Descansei o rosto em seu peito nu, repousando a mão sobre o seu abdômen forte e definido. Com a ponta dos dedos, tracejei a linha de costura do seu calção verde xadrez enquanto ele permanecia concentrado na televisão.

- O que acha de... Sexo sem compromisso? sugeriu.

Franzi o cenho, apoiando o queixo em seu peito.

- Desde quando você gosta de sexo sem compromisso? achasse que filmes românticos fossem coisas de - perguntei.– Pensei que você menininhas.

Ele deu de ombros.

- Sou confiante o suficiente na minha masculinidade e sexualidade para assumir que Ashton Kutcher está um gato nesse filme.

Dei uma risada, voltando a me aconchegar em seu corpo quando o filme começou. Era quase como se... Estivéssemos assistindo a nossa história se desenrolando ali, por trás daquela tela minúscula e assustadora. As regras, o acordo... Tudo.

- Parece com a gente - disse sem pensar, mordendo o canto do meu dedo.

-É, mas a diferença... - JJ virou o rosto para me analisar. –É que, no filme, ele se apaixona primeiro. Aqui nós dois sabemos que você já está caidinha por mim.

Eu paralisei. Minha respiração ficou presa e... Ele riu. De novo.

- Relaxa, princesa. - sussurou ele, passando a mão pelas minhas costas. -Eu só estou brincando.

Revirei os olhos.

- Acordou com patati e patatá hoje, foi? – resmunguei.

O sorriso em seus lábios aumentou em alguns centímetros.

- Você fica gata quando está irritada.

- Por isso que você me irrita o tempo inteiro?

Ele se moveu sobre a cama e, então, ficamos frente a frente, com os olhos presos um no outro e no mais absoluto silêncio. Dei graças a deus por estamos deitados porque, no segundo em que a mão de JJ subiu pela parte de trás da minha camiseta, todo o meu corpo amoleceu debaixo do toque quente de seus dedos. Nem mesmo a sensação fria dos seus anéis percorrendo a minha pele foi capaz de me fazer desviar os olhos dos seus.

- Não olhe para mim desse jeito - sussurrei.

- De que jeito?

- Como se não quisesse estar em qualquer outro lugar no mundo.

Ele sorriu de canto, tão lindo.

-E eu não quero. Estou exatamente onde queria estar.

Meus olhos se fecharam por um momento, quando JJ se inclinou. A palma da sua mão repousou sobre a minha bochecha, acariciando-a com gentileza ao mesmo tempo que sua testa tocava a minha. Ele cheirava a sabonete e loção pós barba.

Meus sentidos foram dominados. Tudo rondava ao redor dele.

JJ, JJ, JJ.

Meu coração estava disparado quando seus lábios cobriram os meus. Tomando coragem, apoiei as mãos em seu peito e abri a boca. Sua língua me dominou por completo, me consumiu. Nunca tinha sido beijada daquela forma por qualquer outra pessoa antes. Era intenso e doce ao mesmo tempo, de um jeito que deixava os meus batimentos instáveis e as minhas pernas vacilantes.

Afastei o corpo em busca de ar, mas minhas mãos continuaram nele.

- E as regras, J? - perguntei.

- Foi uma exceção – explicou, ofegante.

Seus olhos fitaram os meus por alguns segundos antes de se voltarem para a minha boca.

- E isso aqui também é uma exceção.

E me beijou. De novo. De novo. De novo. JJ Maybank reivindicou cada centímetro dos meus lábios e da minha boca até que não sobrasse mais ar.

Dormi com a cabeça em seu peito, ouvindo o som melódico dos seus batimentos.

the deal - jiara!Onde histórias criam vida. Descubra agora