66.O retorno

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[ P.O.V HANNA ]

Me vi em um lugar familiar, olhei ao redor e reconheci imediatamente o lugar, era o meu quarto. Mas não um de meus quartos atuais, era o quarto em que eu dormia em minha infância. Me levantei da cadeira de balanço e comecei a andar pelo quarto, com o olhar de desacreditada eu olhava todos os detalhes.

Estava tudo ali, toda a minha infância, o começo de minha história, aonde tudo começou. Avistei em meio aos brinquedos em cima da cômoda, um quadro, era uma foto minha com meu tio. Não demorei muito e a peguei, eu não sabia se sorria ou se estava chorando, era uma mistura.

— Você se foi antes mesmo de eu ter a chance de deixa-lo orgulhoso. E isso me mata, todos os dias. - Falei passei os dedos na foto, deixando acidentalmente uma lágrima cair na mesma.

— Hanna! - Ouvi uma voz me chamar.

Rapidamente olhei pela janela que dava a visão do jardim e lá estava ele, meu tio olhava para mim com um sorriso no rosto e me chamava com as mãos. Eu não podia acreditar no que estava vendo, meus olhos estavam mais arregalados que nunca e eu não conseguia dar nem sequer um passo.

— Vamos Hanna antes que a comida esfrie! - Ele gritou, colocando as mãos sobre a testa, protegendo sua visão do sol.

— Tio James... - Sussurrei para mim mesma.

Quando vi eu já estava fora do quarto, corri feito uma maluca e desci as escadas ás pressas, saindo para o lado de fora da casa. Assim que sai parei de andar e o encarei de longe, ele estava ali, e carregava aquele sorrisão no rosto. Corri feito uma criança para os seus braços e ele me abraçou forte, eu fiz o mesmo, aconchegando minha cabeça em seu peitoral. Foi então que me dei conta de minha situação, não era real, era um sonho, mas não me importava.

— Estou tentando dar orgulho a você e a mamãe, mas... - Falei com os olhos fechados, o abraçando fortemente. - Estou tão cansada de tudo que, acho que não aguentei mais. - Cai no choro.

Ele permanecia calado, apenas me abraçava e a passava sua mão por meu cabelo, como de costume. Ele sempre sabia quando eu estava entalada com algo, sempre sabia quando eu tinha algo a mais a dizer e por isso toda vez que eu desabafava ele permanecia calado a me escutar, pois sabia que eu ainda não havia colocado tudo para fora.

— Eu me tornei uma Cooper, eu fiz tudo... - Continuei. - Mas parece que nada adianta, nada! Eu sempre acabo desapontando, eu sempre acabo perdida. Aonde foi que eu errei tio...? - Falei de maneira manhosa aos prantos.

— O que eu te falei quando você foi morar naquela casa? - Segurou em meu rosto.

— Esteja no meio deles, mas nunca se torne uma deles... - Falei pensativa.

— Esse foi seu erro, se esqueceu que você não é uma deles. - Disse encarando meus olhos. - Olhe para mim, você faz seu próprio caminho, você escreve a sua própria história! Você não é uma Cooper Hanna, você é uma Clarke. - Disse de maneira encorajadora, referindo-se ao sobrenome do nosso lado da família.

— Eu sou uma Clarke... - Cai na real, encarando seus olhos.

— Você é uma Clarke. E você é forte! - Falou em um tom alto. - E nós Clarke nunca somos esquecidos, mesmo que muitos odeiem isso, nós nascemos para sermos lembrados!

Ele tinha razão, meu errou foi esquecer e ter me deixado misturar entre aqueles que um dia me negaram. Meu legado sempre esteve no sobrenome Clarke, e mesmo que muitos odiassem isso, um Clarke nunca era esquecido. Meu tio sempre será lembrado em meio aos Peaky Blinders, e minha mãe nunca será esquecida por todos os seus inimigos. E eu...Eu estava escrevendo a minha própria história, e com certeza seria eterna na memória de muitos, até daqueles que querem meu fim.

Meu Eterno Shelby Onde histórias criam vida. Descubra agora