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A porta então foi aberta, me dando a visão de Polly, não me virei para olha-la, mas a vi pelo reflexo do espelho. Continuei a encarar meu reflexo no grande espelho, eu estava um caco, sentia nojo e vergonha só de me olhar.

— Você tinha razão Polly, esse mundo pode te machucar. Te cortar profundamente e deixar cicatrizes. - Passei a não levemente na cicatriz em meu braço. - As coisas podem desmoronam, mas nada quebra como um coração. - Suspirei com os olhos cheio de lágrimas.

Com os olhos cheios de lágrimas e com a feição completamente vazia, como se estivesse em transe, me virei e me sentei na ponta da cama. Polly permanecia calada, até se aproximar mais e ficar de pé ao meu lado.

— Hanna, olha pra mim. - Ela me chamou.

Com o olhar vazio eu permanecia olhando para o chão.

— Hanna, olha pra mim! - Ela disse com autoridade e assim eu o fiz.

Assim que nossos olhares se encontraram ela me olhou com ternura e soltou um profundo suspiro, ela analisava com o seu olhar cada detalhe de minha face e eu fazia um grande esforço para continuar a encarando e não deixar uma lágrima sequer cair.

— Só vou perguntar uma vez, então ficarei ciente do que você sofreu naquele lugar. - Ela disse com firmeza. - Eles te intimidaram das piores formas possíveis e tocarem em você sem seu consentimento?

No momento em que ouvi sua pergunta, deixei com que as lágrimas escorressem e respondi balançando a cabeça positivamente. Não consegui mais a encarar e comecei a chorar, olhando para minhas mãos.

 Não consegui mais a encarar e comecei a chorar, olhando para minhas mãos

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As cenas se repetiam várias e várias vezes em minha memória. A sensação das mãos em meu corpo e o cheiro forte do álcool estava vívido em mim.

— Você está viva! Vai sobreviver a isso, eu sei disso. - Ela segurou minhas mãos. - Porque eu sobrevivi, e você também sabe disso.

— Polly... - Falei com dificuldade.

— Tentaram destruir você! Atingindo seu orgulho e sua força, mas essas coisas não podem ser tiradas de nós! - Apertou minha mão, passando segurança. - Vamos trocar sua roupa, pentear seu cabelo, vamos apagar qualquer sinal de que tocaram em você. - Passou a mão em meu rosto. - Eles tentaram diminuir você naquele lugar, degradando sua fragilidade, mas eles não conseguiram! Porque o mundo nunca saberá o que fizeram com você, porque vai sair daqui amanhã e enfrentar todos  que ficarem no seu caminho, não deixe eles vencerem!

— Eu não sei se eu consigo mais Polly... - Encarei ela. - Eu estou tão cansando de lutar... - Falei em meio ao choro.

— Ei ei, como você acha que eu sobrevivi por todos esses anos? Não foi porque eu era uma Shelby, é porque eu nunca olhei para trás! - Disse firmemente. - Não seja idiota, sobreviva!

Como uma criança aprendendo com seu mestre, assenti com a cabeça, secando minha lágrimas. Ela sorriu assim que me viu tomar tal atitude, com sua ajuda me levantei da cama. Em frente ao espelho retirei o vestido vermelho que tanto me aterrorizava, o deixando escorrer por meu corpo até parar no chão.

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