88.Passagem de ida

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[ P.O.V JOHN ]

Abro meus olho lentamente e sinto uma grande dor em meu pescoço, com dificuldade em me levanto e me sento sobre a cama. Com uma das mãos massageando o pescoço dolorido, eu olho ao redor e percebo ainda estar no quarto da pensão. A ressaca não estava tão forte, mas por todo o estresse que passei ontem, a sensação do meu corpo era como se uma caminhão tivesse passado por cima de mim, eu estava um caco.

Levantei da cama e retirei minhas roupas, afim de tomar um banho e ver se aquela ressaca ia embora de uma vez. Assim eu fiz e por incrível que pareça deu certo, eu me sentia melhor, pelo menos por fora, eu estava mais apresentável. Decidi ficar apenas com a camisa branca de dentro e larguei o blaser do terno por ali, eu não precisaria dele mesmo.

Peguei então meus poucos pertences e sai do quarto, desci as escadas e fui até o balcão da pensão.

— Passou bem a noite rapaz? - A dona perguntou.

— Sim, claro! - Respondi com ironia e lhe dei o dinheiro combinado pelo quarto.

— Vai ficar por mais uma noite? - Ela guarda o dinheiro.

— Não, aonde eu posso achar um lugar pra comer por aqui? - Deixei a chave do quarto sobre o balcão.

— De você dirigir por mais uns 30 minutos, ao lado da estação tem alguns comércios. - Ela explica.

— A estação...Obrigado. - Faço uma breve reverência com a cabeça e saio dali.

O som estava bem forte, o que me fez logo colocar meu chapéu. Meu carro estava intacto do outro lado da rua, o que me surpreendeu. Em um lugar como esse, um desconhecido como eu seria um alvo fácil para os trombadinhas. Mas alguém deve ter me reconhecido e espalhado a todos.

Entrei em meu carro e logo comecei a dirigir em direção a estação que ficava um pouco afastada dai. Tentei não pensar muito enquanto dirigia, mas era inútil tentar fugir, tudo que aconteceu não havia sido um sonho, talvez um pesadelo, o pior de todos.

[...]

Finalmente cheguei ao pequeno centro, aonde ficava a estação. Escolhi logo um lugar para comer e entrei, pedi algo e me sentei em uma mesa afastada próxima a janela. Eu estava tentando agir normalmente, ignorar todos os milhares de sentimentos que estavam dentro de mim prestes a explodirem a qualquer momento. Da janela do restaurante eu vi um casal passar, eles estavam felizes andando pelas ruas, sorriam como bobos.

Poderia ter sido um sonho, mas foi a pura realidade, talvez eu e Hanna estivéssemos destinados a não ficar juntos. Se não podemos parar o sangramento, não temos que cura-lo, não temos que ficar. Mas eu a amarei de qualquer forma, estando juntos ou não...

Minha comida não demorou a chegar e eu sem demora comecei a comer a torta que não estava tão ruim assim. Enquanto eu comia acabei por ouvir a conversa de duas mulheres que estavam na mesa ao lado, pareciam ser duas universitárias, um pouco mais velhas que Finn.

— Eu estava em dúvida para onde ir, mas ouvi dizer que o lugar certo para relaxar e esquecer do mundo é Brighton! - Ela diz animada.

— Ouvi dizer que as paisagens de lá são lindas, é o lugar perfeito para descansar e esquecer dos problemas. - A outra complementa.

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