90.Distantes

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Ethan e tia Charlotte saíram da casa, antes de entrar no carro acenamos para Mary e ela fez o mesmo. Seguimos então viagem de volta para o hotel, o silêncio pairava dentro do automóvel, parecíamos todos estar perdidos em nossos próprios pensamentos e sentimentos.

— Hanna querida. - Tia Charlotte quebra o silêncio.

— Sim? - Saio de meus pensamentos.

— Como você está? - Ela pergunta.

— Eu...Eu não sei, parece que esse sensação, esse sentimento nunca vai embora. - Tento explicar. - E cada vez  que eu descubro mais coisas sobre a minha origem, mais ele aumenta.

— Eu conheço esse sentimento tão bem. Essa sensação de...Essa sensação de abandono, de vazio. - Ethan suspira. - Mas agora eu tenho vocês, a minha família. - Ele sorri de forma genuína.

Era incrível a sensação que eu sentia ao olhar para Ethan, um laço forte o bastante para me manter de pé, um conforto. Ele conseguia sorrir até em um momento como esse, mesmo depois de descobrir tudo aquilo. Ethan me lembrava tanto ela, ela era assim, alegre, gostava de viver a vida, e eu gostaria muito de que só esses seus momentos bons ficassem em minha memória.

— Como você consegue? - Pergunto.

— O que? - Ele me olha.

— Sorrir depois de tudo isso. - Encosto a cabeça no banco.

— Eu já chorei demais por todos esses anos. Agora que eu encontrei você eu só quero sorrir. - Coloca sua mão por cima da minha.

— Cada vez mais eu vejo o quanto você lembra ela. - Sorrio para ele. - Ela vive dentro de você Ethan.

[...]

Após um tempo chegamos ao hotel e subimos para o suíte. Descasamos um pouco, mas assim que a noite caiu todos já estavam de pé novamente. Ethan se concentrava em seus livros.

Tia Charlotte ouvia música enquanto lia o jornal e eu bebia observando a vista da janela

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Tia Charlotte ouvia música enquanto lia o jornal e eu bebia observando a vista da janela. Eu estava mais pensativa do que nunca, eu era diferente de Ethan. Tinha sim alguns traços que lembravam minha mãe, como muitos diziam eu e ela temos a mesma energia cativante. Mas eu no fundo eu também e percebia alguns traços de William Cooper em mim, meu pai.

Mesmo não querendo eu era filha dele, tinha o seu sangue e ele fazia parte de um lado meu, um lado que eu não gostava. E eu tinha medo, medo de me tornar cada vez mais parecida com ele, de ser a sua igual, a descendente perfeita. Ethan havia puxado os cabelos escuros e olhos azuis de minha mãe, já eu havia puxado a ele. Olhos mais escuros e cabelos castanhos, eu tenho certeza de que toda vez que minha mãe me olhava ela lembrava dele.

— Eu não entendo...! - Tia Charlotte joga o jornal com impulso na mesa.

— Não entende o que? - Ethan arquea a sobrancelha confuso.

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