72.Uma Promessa

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Me vejo em uma floresta, olho para os lados e não vejo nada além de várias árvores. Olho para frente e percebo que estou no meu de um caminho de flores, um sorriso genuíno se forma em meu rosto e eu o sigo. O caminho de flores era extenso, parecia nunca ter fim. Assim como a floresta que parecia nunca mudar, todos os lugares pareciam ser iguais.

Chego então em um riacho, a correnteza estava agitada. Me aproximo e me abaixo em sua beirada, coloco então minha mão na água para sentir seu frescor. Foi então que a partir do meu toque uma coloração vermelha contaminou toda água que outra hora era azulada.

— O que... - Me assunto e dou um pulo para trás, me sentando na grama.

O rio todo agora estava vermelho, um vermelho forte como sangue. Encarei minhas mãos assustada e ofegante, o que eu havia feito com a água que agora parecia ter se tornado sangue. Sentada na grama eu permanecia encarando minhas mãos de maneira incrédula, até ouvir uma voz dizer de maneira alta.

— Não se preocupe, isso é normal na temporada de caça. Quando o caçador avança e a caça é atingida, ela sempre tenta fugir e acaba espalhando sangue por ai. - Dominic diz do outro lado do riacho, me encarando com um sorriso no rosto.

— Você...Não pode ser... - Começo a me arrastar para trás.

— A temporada ainda não acabou! - Abre seu sorriso diabólico.

— FICA LONGE DE MIM!!! - Grito em desespero e me levanto.

Sem nem olhar para trás começo a correr em desespero, era como se estivesse em um labirinto aonde tudo é idêntico, as flores, as árvores, até os caminhos pareciam os mesmos. Enquanto corria pela enorme floresta, a risada de Dominic se fazia alta por toda a parte, como se ele estivesse presente em qualquer lugar.

— ME DEIXA EM PAZ! - Gritei colocando as mãos nos ouvido.

Olhei para trás para ver se o mesmo estava por perto, e em questão de segundos quando voltei a olhar para frente, bati de frente Dominic. Não deu tempo nem de nossos corpos baterem um contra o outro, de maneira certeira o mesmo agarrou meu pescoço com brutalidade.

— Achei você...! - Ele diz de forma vitoriosa.

Ele então coloca sua outra mão em meu pescoço e começa a apertar, apertar e apertar...Até que eu começasse a ficar sem ar, eu tentava de todas as formas me soltar, mas era em vão! E ele apertava, apertava como se fosse quebrar meu pescoço.

.....

Sinto meu corpo saltar contra a cama e acordo assustada puxando o ar, com as mãos presas ao pescoço. Encaro o teto enquanto permaneço no estado de choque e percebo que tudo não passou de um pesadelo, aos poucos vou acalmando minha respiração e a fazendo voltar ao normal. Olho para o lado e encaro John a dormir, sem rosto era sereno e tranquilo, a visão mais bela que já vi.

Eu me sentia muito sortuda por o ter ao meu lado, por muito tempo comparei a aparência de Theo a de um anjo, e realmente eu não estava errada. Porém sempre fui mais fã das obras de artes, da arte feita pela própria mão do homem. E assim era John, imperfeito, mas único. Carregava a beleza mais bela para se admirar, daquelas que você não se cansa, que te prendem e que vocês quer levar para si.

Eu não queria acorda-lo e o incomodar por algo tão fútil, pensando que na manhã seguinte ele teria um dia longo de trabalho e precisava descansar. Com cuidado me levanto da cama e vou até a cômoda perto da lareira, pego a jarra de água e encho um copo. Sem que percebesse encaro minha mão a qual segurava o copo, estava trêmula, um vacilo meu e o copo cairia no chão.

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