One Shots Futebol

Kim-Verratti

Beijar Marco Verrati foi o maior e melhor erro que eu cometi na vida.
Não só porque somos melhores amigos a vida toda, ou porquê aquele era um momento de fragilidade depois da perda do mundial, mas principalmente porque Marco foi meu primeiro amor... Sabe aquela paixonite adolescente que deixa marcas para sempre? Pois é... foi assim
Eu devia ter uns 14 anos e ele 15 quando eu me dei conta de que ser só melhor amiga dele não era suficiente, mas, ao que parece, para ele sempre foi, pois tão logo assinou o primeiro contrato profissional (aos 16), Verrati se encarregou de beijar todas as meninas de 15 anos pra cima que existiam na cidade (o que incluía minhas melhores amigas, minhas primas e vizinhas também) - menos eu.
Se há uma coisa que Marco jamais pode alegar é que não aproveitou a fama... Eu sempre estive do seu lado, nos grandes momentos e títulos, nas lesões e expulsões também (o que vocês já devem saber que ocorre com bastante frequência).
E era isso que eu tinha ido fazer em sua casa naquele domingo a noite. A final do mundial no Catar havia sido no dia anterior e, para a surpresa de todos, o PSG havia perdido o título para um time vermelho e preto da América.
Quando vi sua mensagem sinalizando que estava em casa, eu sabia que nas entrelinhas estava um "venha para cá, antes que eu faça alguma bobagem" e eu me arrumei e fui.
Lá pelas 2 da manhã enquanto assistíamos ao 8 episódio (seguido) de The Chosen, eu vi que Marco dormia... ja fazia mais de meia hora que ele tinha apoiado o rosto no meu pescoço, mas eu só percebi que ele dormia quando sua mão foi para a cabeça num cafuné inconsciente que ele se auto fazia enquanto dormia.
Rapidamente, tirei sua mão e me encarreguei daquela tarefa, senti-o relaxar ainda mais e naturalmente continuei a assistir a melhor série já feita.
Sei lá que horas eram quando eu despertei de um cochilo que sequer sabia que tinha tirado. E, em seguida, Marco acordou também... passamos o resto da noite entre conversas sobre como era frustrante perder e eu dizendo o quanto isso não os definia... quando os primeiros raios de sol surgiram, resolvemos ir para a varanda ver o nascer do sol.
Pegamos as cobertas e nos sentamos lado a lado na mesma poltrona.
Quando o sol finalmente saiu por completo, olhei para Marco e ele ja me olhava. Suas íris claras estavam divinas naquela luz e quando me dei conta ele olhava para minha boca.
Eu até pensei me afastar mas nenhum dos meus neurônios realmente faz sinapse perto desse italiano, então eu retribuí seu olhar e, sem demora, senti seus lábios se juntando aos meus.
Aquele foi o melhor beijo da minha vida, e fez ressurgir coisas que eu prometi jamais deixar aparecer de novo. Aquele beijo me desnorteou por completo, como eu sempre achei que seria.
Assim que recobrei o controle do meu corpo, eu corri dali, não era justo me aproveitar dele naquele momento de fragilidade. Ele só estava grato pela companhia e pela amizade, eu não podia confundir as coisas.

Voltando ao presente...

Estou no sofá quando a campainha toca, me arrasto até lá e me surpreendo ao ver Marco aqui... ele me disse que demoraria dias para sair de casa, pois estava com receio de ser hostilizado pelos torcedores na rua.
- O que você tá fazendo aqui? - me apoiei na porta aberta
- Precisamos conversar. Eu posso entrar?
-Claro - fiz o movimento com as mãos
Fechei a porta e o convidei a se sentar
- Não, tô bem em pé.
- Certo, o que houve? Por que está tão sério?
- Eu que te pergunto o que houve. Pq você fugiu de mim, Kim? - ele não parecia bravo, só curioso ou decepcionado talvez.
- Do que você tá falando? - fiz a Katia
- Você sabe... por que fugiu depois do beijo?
- Por que não é certo Marco. Eu não podia me aproveitar da sua gratidão e do seu momento de fragilidade. Acredite, você devia me agradecer.
- Não devia, não. Porque pela primeira vez em 15 anos eu consegui fazer o que eu queria. O que te leva a pensar que você correr de mim é motivo de gratidão? Poxa, Kim. Eu ganhei tudo que um jogador pode querer. Eu sou rico, todos dizem que tenho uma boa aparência e sou amado por muita gente, mas de que adianta se eu não consigo ter você? - seu nariz estava vermelho, isso quer dizer que ele estava prendendo o choro (o que me deixou chocada, mas eu já estava com toda a situação mesmo)
- Mas você me tem, Verratti. Eu sou tua melhor amiga!
- Mas isso não é suficiente pra mim. (Falou um tom mais alto... logo depois respirou fundo e, no tom normal, prosseguiu) Nunca foi. Confesso que fui um adolescente imaturo e que fiz coisas que eu não me orgulho. Eu mudei pra caramba todos esses anos, você mesmo viu meus cabelos já espaços indo embora de vez (riu) mas sabe o que o Marco do interior da Itália e o Verrati da seleção tem em comum?
- Além do péssimo gosto pra roupas? - quebrei um pouco a tensão
- Hey, eu me visto muito bem, tá? - revirou os olhos enquanto ria. Mas continuando, a única coisa que temos em comum é que nós dois somos total e completamente apaixonados por você. - sorriu docemente
-E por quê isso agora? -inquiri, resistindo ao ímpeto de me jogar em seus braços
- Por que anteontem eu perdi o título que o torcedor mais queria e o gosto foi horrivelmente amargo. E, guardadas as devidas proporções, claro... você vale bem mais que uma taça... eu imaginei que perder você seria tão mais terrível que aquilo que eu não poderia suportar.
- Mas como você sabe que eu vou querer algo com você?
- Eu li o poema que você escondeu debaixo do travesseiro dois dias antes da final da Champions... e você se referia ao cara com o mesmo apelido que se refere a mim: piccolo piantagrane. E tenho certeza que não existem dois pequenos encrenqueiros na sua vida. Sabe que quando me selecionaram para bater o pênalti naquela final, eu pensei que se convertesse, usaria a câmera pra te chamar para um encontro... Mas graças aos adversários, nem passamos da 3a cobrança. E é claro que ainda é uma escolha sua. Não posso e nem quero te obrigar a nada........ UFA! Falei demais - ele se sentou como se tivesse tirado um lutador de sumô das costas.
- Pois bem, se você já sabe o que eu sinto por você, o que espera que eu faça? - olhei diretamente em seus olhos
- Sai comigo... me dá uma chance de provar que nós esperamos tempo demais para experimentarmos a melhor parte de nossas vidas. (Sorriu)
- Sabe que aquele foi o melhor beijo da minha vida, né? - Marco continuou sorrindo ao dizer
- Você tem bastante experiência pra comparar, então fico lisonjeada - fiz graça - porque, afinal de contas, você já beijou todas as mulheres que conheço, e quando achei que não tinha mais ninguém, vem a última... Eu... (disse com ar de deboche)
Ao que ele respondeu no mesmo tom:
- É que o melhor a gente guarda pro final...

Hello, boleiraaaaas
One Sjort do nosso bebê italiano e não tem nada a ver com a história do paredes (lá ele ficou com a Antonella mesmo) Mas como eu não queria abrir outra história apenas pra isso aqui. Resolvi colocar aqui mesmo por afinidade.
Enfim... não esqueçam a estrelinha
Beijos da Lu💜