One Shots Futebol

Benzevini?

Era mais um dia normal no CT, pelo menos pra mim, até começar a ouvir um burburinho e todos os caras, com exceção de Karim estavam muito animados.
Perguntei pra Marcelo que passava o que estava acontecendo
- Ah, cria, Marcela Benzema está em Madrid. A mulher é simplesmente o motorzinho desse time. Hoje vamos nos encontrar a noite na casa do Karim. Estamos ansiosos para vê-la.

E saiu pulando bem ao estilo Marcelo.

A noite chegou e eu me arrumei para a recepção. Ao chegar lá, encontrei Karim na porta conversando com Sérgio, abracei os dois e vi que estavam todos curtindo a festa.
Sérgio estava mais bem humorado do que eu nunca tinha visto, sorrindo até pro vento, quando ouvi um grito alto:
- SESÉ! - eu pensei que nesse momento  a festa ia acabar em pancadaria, porque o capita odiava esse apelido, mas para minha surpresa, ele abriu um sorriso ainda maior e se virou em direção da voz, logo enlaçando um corpo pequeno em seus braços.
- Oi Marce, que saudade de você, pequena. - o capitão comentou.
Olhei para Karim que queria fuzilar o amigo e logo Marcelo chegou e também a abraçou, depois todos os meninos fizeram fila e a festejaram.
Eu estava de lado, parece que era o único ali que não a conhecia.
Quando Vallejo se soltou da mulher, ela olhou pra Karim e disse:
- Desamarra essa cara, Benze. Isso tudo é ciúme?
- Você é minha irmã, falou com todo mundo menos comigo, Marcela, quer o quê?
- Meu amor, eu dividi toda minha vida com você desde o útero. Não seja egoísta - caminhou até o irmão e o abraçou. Ele relaxou e ficou todo felizinho
Acho que aí ela me viu.
- Oi Vinícius. É um prazer conhecer você. - caminhou até mim estendendo a mão.
Pareceu ficar tensa de repente, mas talvez seja porque eu sou um estranho, né?
- o prazer é todo meu, Marcela. Conhecer a única pessoa do planeta que chama o capita de Sese sem que ele queira matar um - sorri pra ela
- Eu sou privilegiada, eu sei - sorriu - e, a propósito, pode me chamar de Marce.

Eu fiquei instantaneamente encantado.

Ela não se parecia em quase nada além dos olhos com meu companheiro de time. Era pequena e, ainda sendo gêmea do camisa 9, não parecia em nada ter a idade que tinha.
Na hora que ela sorriu pra mim, entendi o que Marcelo quis dizer com "ela é o motorzinho do time", como mágica, eu fiquei estranhamente motivado. Queria ganhar tudo só pra vê-la sorrir outras vezes.

A festa transcorreu animada, Gareth ficou muito bêbado e apostou o cabelo que não perderia no FIFA pro Marco e adivinha? Presenciamos Gareth ficar careca no meio da sala do francês. Eu nem queria estar perto quando ele acordasse amanhã.

Lá pelas 3h eu resolvi ir embora. Ao passar pelo jardim, vi Sérgio abraçado com Marcela, eles pareciam encaixar. Fiquei me perguntando se eles tinham algo. Mas de qualquer modo eu sabia que ela era muita, mas muita, mas muita areia pro meu caminhãozinho de Malvadeza.

Os dias foram passando e ela era presença constante em nossos treinos, jogos e viagens e assim fomos nos aproximando. Ela tinha muita curiosidade sobre mim, porque segundo ela eu era "muito diferente do brasileiros que eu conheço" em relação à festas e coisas desse nipe. Eu sempre fui mais quieto, na minha. Ela, por outro lado, parecia ligada no 220 em todo instante.

Sua energia alta era quase um imã pra mim. Eu estava sempre grudado nela nas semanas que se passavam. Um dia, estávamos passeando por Madrid, já era mais de 1 da manhã, e gostávamos de fazer isso pra relaxar depois de momentos estressantes.

Até que o celular dela tocou. Vi no visor "Sesé" e imediatamente fiquei incomodado, ele estava sempre cercando a Marce como um cão.

Fiquei ouvindo

- Oi, Sesé - ela pendurou o celular no ouvido
- Calma. O que houve? - ela se ajeitou no banco parecendo preocupada
- Estou indo aí, fica tranquilo.
- To com o Vinícius - soltou uma risadinha.
- Chego já,  Sesé. Libere minha entrada. Tô aqui perto.