Rodrigo De Paul pt 2

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Para alegria de todos e felicidade geral da nação, Rodrigo e Yanna, parte 2.
Quero ver vocês interagirem em final feliz, viu?

Depois de 5 meses daquele fatídico domingo, eu estava em Madrid novamente. Hoje era meu aniversário e eu simplesmente resolvi cruzar o mundo pra vir ao meu restaurante favorito e comer minha sobremesa favorita que é uma torta de ameixa e framboesa e esse é o único lugar que eu conheço que faz uma digna.
Mas talvez eu não tenha vindo só pela torta, esse era o meu primeiro aniversário em 5 anos sem Rodrigo. Mesmo antes de namorar ele, éramos vizinhos e quando eu perdi meus pais, a mãe dele me adotou, me encheu de amor. Então mesmo antes ele sempre foi presença no meu aniversário. E a torta me lembrava dele e da mulher que eu carinhosamente chamava de Mamá, a torta dela sim é a melhor do mundo.
E eu pensava em tudo isso enquanto olhava o tremular da chama da vela no pedaço de torta à minha frente.
De repente já não tinha apetite e meus olhos se encheram de lágrimas. Que saudade de casa! Naquele momento eu descobri de forma muito dura que Madrid não era meu lar, ela era tão fria quanto Tokyo porque o que eu estava realmente sentindo falta não era dela, era dele.
Sim, ele me dispensou e eu ainda não esqueci. Vai me julgar?
Até que alguém sentou ao meu lado e me estendeu um potinho azul e me tirou do transe. Ergui os olhos e dei de cara com as esferas castanhas mais amáveis de toda a América Latina. Eu segurei o pote, e deixei ele em cima da mesa quando me joguei nos braços daquela mulher.
Mamá estava ali, me olhando com um brilho de saudade nos olhos e eu nem me importei se estava fazendo uma cena no meio do restaurante.
A abracei como se minha vida dependesse disso e ela prontamente retribuiu.
- Que saudade, Mamá. - solucei ainda abraçada
- Saudade também, hija. - acariciou minhas costas mais uma vez.
A apertei ainda mais sentindo seu cheirinho de mãe.
- Agora que tal ver o que eu trouxe pra você? - ergueu meu rosto até próximo ao seu
- Tudo bem.
Abri o pote e tinha uma mini-torta de ameixa e framboesa ali. Decorada de duas mini-velinhas com os números da minha nova idade.
- Você pensou em tudo, Mamá. Obrigada! - a abracei de novo - Mas como sabia que eu estava aqui? Eu só avisei que viria pra Madrid... - franzi a testa em confusão.
- Rodrigo disse que se você fosse passar seu aniversário nessa cidade não teria outro lugar onde você estaria. Então eu tentei a sorte e achei você. O obriguei a me trazer, inclusive ele está lá fora nos esperando. - acariciou minhas bochechas.
- Nos esperando? - indaguei confusa.
- Eu não vou deixar você passar seu aniversário sozinha num quarto de hotel. Você vai lá pra casa do Rodrigo comigo e eu vou te mimar muito porque você merece, meu amor - ela sorriu
- Mas mamá, talvez Rodrigo não fique confortável comigo lá.
- Ele não vai ficar em casa. Tem um compromisso com sei lá quem. - revirou os olhos e me deu o ultimato. Não tive como negar.
Respirei fundo ao sair do lugar e vê-lo encostado no carro. Estava ainda mais bonito do que eu me lembrava. Sua barba estava maior, havia uma tatuagem com a taça do mundo no único espaço vazio de seu braço esquerdo e estava todo de preto. Assim que me aproximei seu perfume me embriagou. Grande dia, Yanna! Parabéns.
Quando nos viu, ele entrou no carro sem dar uma palavra e mamá e eu fomos no banco de trás. Ela me abraçava e me dizia palavras de carinho enquanto eu não conseguia tirar os olhos do retrovisor.
O caminho era curto, eu sabia e assim que chegamos, ele só buzinou pra mãe e saiu de novo. Acho que tá na hora de superar.
Mamá veio com mais torta de dentro de casa e nos sentamos na sala de estar com elas e uma garrafa de vinho tinto.
Comemos e bebemos demais, eu imagino. Nem sei que horas dormi. Só acordei com o movimento do dono da casa pegando a mãe no colo pra levar pro quarto.
Assim que ele subiu, eu sentei no sofá tentando raciocinar. O problema é que álcool e açúcar é uma péssima combinação pra mim, me deixa sonolenta demais.
Quando ele desceu, eu prontamente me levantei pra ir embora. A única pessoa que me queria aqui não estava, então não tinha porquê eu ficar.
- Tô indo embora, De Paul. Diga pra mamá por favor que eu adorei a noite. - já fui pegando minhas coisas.
- Você não vai sair daqui nesse estado às 3 da manhã, Yanna - ele comentou firme.
- Por mais confortável que seja o seu sofá, que eu escolhi inclusive, não há nada que vá me fazer trocar minha cama confortável no hotel por ele. - apontei teimosa
- E quem foi que te convidou pra dormir no sofá, Yanna? - revirou os olhos.
Agora prestando atenção via que ele não tava 100% sóbrio.
- Nem ferrando vou dividir a cama com a mamá. Deus sabe que eu amo aquela mulher mas ela parece estar no meio de uma luta de UFC enquanto dorme e pelo que eu saiba essa casa só tem dois quartos. -teimei de novo.

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