Capítulo 38 - Amy MacDowell

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Depois de colocar as crianças na cama e me certificar que já haviam dormido, vou até a cozinha conversar um pouco com Kira já que Oliver provavelmente vai demorar a chegar, não sei onde foi, ou que está fazendo, e não ouso perguntar, mesmo porque tenho receio que minhas perguntas o aborreça, embora ele tenha estado mais calmo, eu prefiro não me arriscar.

— Kira sabe alguma coisa sobre a Goethe? Digo assim que entro na cozinha.

— Sim, ela ligou ontem, ela pode demorar mais um pouco a irmã está em fase terminal, enfim ela está muito abalada.

— Eu sinto muito por ela, sabe apesar de ser um pouco rabugenta estava me dando bem com ela um pouco antes dela viajar.

— Ela perguntou por você, e como está tudo aqui...

— O que disse a ela?

— Que estava tudo bem, mas parece que ela já sabia de tudo.

— Mesmo! Oliver deve ter falado com ela, sobre o que aconteceu.

— Sim, ele é bem próximo de Goethe, ela é sua confidente, se Oliver tem um segredo, a única pessoa que pode saber é Goethe.

— Com certeza. Eu abaixo minha cabeça assim que respondo, porque de certa forma me entristece afinal eu sou a esposa, e isso só demostra que ele não confia em mim.

— Está tudo bem Amy? Eu te deixei triste com meu comentário?

— Sim...

— Amy. Quando olho para porta vejo Oliver parado na porta com as mãos no bolso e muito sério também. Então eu me levanto e vou em sua direção, ele se vira depois de me encarar por uns minutos, o que me dá um frio na barriga.

Eu o sigo até o quarto, ele abre a porta e espera que eu entre, mas não me diz nenhuma palavra. Então resolvo testar seu humor.

— Demorou chegar, onde estava?

— Por que quer saber? Estava preocupada comigo, ou apenas quer saber o que faço quando estou fora?

— Apenas preocupada...

— Eu vi o quanto estava preocupada, na cozinha fazendo fofoca com a cozinheira.

— Oliver eu não estava fazendo fofoca, você...

— Eu o quê! Estou errado? Você não sai daquela cozinha, antes com a desculpa de ajudar Kira, mas agora temos mais uma funcionária, e você vive enfiada lá. O que tanto conversa com ela, fora as fofocas?

Eu fico quieta, tentando achar palavras que não o aborreça ainda mais.

— Por que não reponde? 

— Por que eu fico sem saber o que dizer, diante de tantas ofensas, eu só estava conversando... as vezes preciso conversar com alguém e Kira é uma companhia agradável. Se tivesse chegado em casa mais cedo eu não estaria lá com ela.

— Ah! Agora eu tenho que chegar em casa mais cedo pra que você não fique na cozinha? Porque não lê um livro, faz um bordado, inventa alguma coisa pra fazer. Então uma raiva me invade diante de suas palavras.

— Você só sabe criticar e me controlar, sempre fez isso, eu fugi de você porque estava impossível viver com você, não percebe que é grosseiro com as palavras e que isso me machuca, não percebe que eu evito ao máximo falar com você, porque tenho medo de aborrecê-lo. Estou cansada de você...

Então ele vem em minha direção me segura pelo braço e diz:

— É uma pena querida, mais não pode e não vai embora, então terá que suportar as minhas grosserias, a não ser que queira ver seus filhos doentes. Chega de ser vítima o tempo todo, isso também tem me cansado bastante. Agora prepare o meu banho, e depois se prepare porque a quero à noite toda.

Amor no outonoOnde histórias criam vida. Descubra agora