Amor no outono

Capítulo 33 - Amy MacDowell

Jamie chega em casa eu e Colin estamos na sala. Ele me olha por alguns minutos e somente depois se aproxima de Colin que está do meu lado e a beija, depois senta a nossa frente e diz:

— Amy, preciso que me conte tudo sobre a sua vida, desde da época em que sua mãe partiu, enfim qualquer detalhe, é muito importante para descobrir porque a agência está mentindo.

— O que tem a ver isso tudo com a minha mãe Jamie?

— Nada! Mas eu conversei com Oliver hoje, e preciso entender desde do princípio com tudo foi desmoronando pra você. Olha eu acredito em você, mas Oliver não, então eu preciso saber de tudo, está bem?

Eu concordo e depois eu continuo.

— Minha mãe engravidou do meu pai, para poder prender ele, bom isso é o que minha avó e tia falavam o tempo todo. O que pode presumir não deu certo, então depois de uns três anos, ela conheceu um homem, e quando completei quatro anos, bem a verdade depois de um mês de eu haver completado quatro anos, ela foi embora com ele, e nunca mais voltou, não sabíamos para onde ela tinha ido, enfim nada.

— Você se lembra desse homem?

— Vagamente, eu era muito pequena, mas me lembro o dia em que ela foi embora, minha avó chorava muito e minha tia somente a xingava, não me lembro do que, ou porque exatamente, somente quando cresci entendi, que minha avó não queria que ela se fosse, principalmente por minha causa, dizia que eu não tinha pai, como poderia ficar sem mãe, e minha tia dizia que ela era interesseira, me trocou por dinheiro e não exatamente por uma paixão, amor, enfim...

— O homem que sua mãe fugiu era rico?

— Era o que minha tia dizia, que ele era rico, e que ela fugiu com ele por causa disso, e não por amor.

— E nunca mais soube nada? Não teve curiosidade em procurar por ela?

— Na verdade, eu sempre sonhava que ela voltaria para me buscar, sonhava acordada, tanto é, que quando alguém batia na porta, eu corria toda feliz, porque realmente eu acreditava que era ela, mas a decepção sempre acontecia depois da porta ser aberta, nunca era ela, ela nunca voltou.

— E o seu pai? Soube alguma coisa dele?

— Somente o que minha tia contava, que também era rico, mas tinha família, e nunca iria largar para ficar com minha mãe. 

— Você sabe quem ele é?

— Nunca me falaram quem era, minha avó me brindou o quanto pode, depois que morreu minha tia fazia questão de me jogar na cara, que as pessoas me abandonava porque eu era sem importância, e eu quase acreditei nisso muitas vezes, mas ela também morreu sem me dizer nada.

— E quando foi parar naquela agência?

— Nós vivíamos com que minha tia ganhava, depois de sua morte, eu fui morar com uma amiga, a casa em que morávamos havia sido hipotecada para pagar o tratamento dela. Então minha amiga me indicou nessa agência onde fiquei um ano até que estivesse apta para ser babá, e o resto você já sabe.

— Sim, mas precisamos descobrir porque a agência está negando, não tem sentido isso.

— Você é o policial aqui, poderia pedir para alguém verificar isso, eu sei que Oliver foi pessoalmente, mas se tiver interferência da polícia de Nova Iorque, talvez eles se expliquem o porquê de tudo isso, não concorda?

— Eu vou verificar com meu chefe, se ele consegue contatar alguém de lá, porque isso não pode ser oficial Amy, não há crime nenhum nisso.

— Eu sei, mas talvez ele conheça alguém que pode nos ajudar, e... como está Oliver? Ele falou alguma coisa sobre as crianças?

— Oliver está sentindo sua falta e a quer de volta de qualquer jeito. E as crianças também é óbvio né.

— Eu não posso voltar pra lá Jamie, tenho muito medo dele, sabe do que ele é capaz, se eu voltar ele vai me bater de novo.

— Ele me garantiu que não... mas tem razão em ter medo, eu vi o soco que ele te deu.

— Viu como? 

— Amy, ele sabe de tudo, que estivemos naquele quarto e você por duas vezes, da visita de Stephanie, enfim, você deveria ter falado, não é normal uma mulher descobrir que seu marido tem um arsenal de sua esposa morta e agora viva, e você não perguntar, questionar nada.

— Na primeira vez que entrei, eu pensei sim em confrontá-lo, depois queria descobrir mais coisas, tive medo dele não me falar tudo e trocar a fechadura sei lá, e eu não conseguir descobrir tudo, na segunda vez, foi quando você nos pegou lá dentro, ele estava muito bravo, então fiquei com medo de contar e ele você sabe...

— Mas isso só piorou a sua situação, deveria ter contado.

— Mas como ele sabe tudo isso? E como você viu quando ele me bateu?

— Tem câmeras na casa toda, então...

— Eu não acredito nisso, eu nunca percebi câmeras dentro da casa, você sabia?

— Não sabia, deve ser microcameras, mas não se preocupe com isso agora, já passou. Preciso ir agora Amy, depois conversamos mais.

Depois que Jamie sai, eu vou comer alguma coisa, fiquei enjoada o dia todo, não comi quase nada na hora do almoço. Fui até a cozinha e fiz um lanche, depois de uma hora mais ou menos vomitei tudo o que havia comido, e Colin, ficou preocupada comigo.

— Amy, quantos dias vem sentindo enjoos?

— Acho que foi ontem que começou, mas acredito que o estresses seja o problema.

— Bom, geralmente quando isso acontece do nada em uma mulher é porque provavelmente ela está grávida.

— Está doida Colin, isso não pode acontecer agora...

— Está tudo certinho? Tem menstruado com regularidade?

— Sabe, eu nunca fui regulada, e com tudo isso que está acontecendo nem sei quando foi a última vez que menstruei. Mas não pode ser, eu sempre...

— Você sempre? Me questiona Colin.

— Acho que falhei os comprimidos, nos últimos dias que Oliver esteve em casa, devido as surras, enfim acabei esquecendo de tomar. Não pode ser... eu não posso engravidar agora, está uma loucura a minha vida.

— Vamos fazer um teste, se acaso der positivo, terá que contar a Oliver.

— De jeito nenhum! Já estou com problema em tirar as crianças de lá, se ele souber disso, aí que as coisas não vão ser favoráveis a mim.

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