Consegui acender a lareira depois que senti os meus dedos congelando, foi difícil dormir, fiquei rolando na cama, pensando nos meus filhos, em Oliver, queria saber como estão, mas a escolha que fiz, tenho que manter, se não qualquer notícia deles me faria voltar, como sou uma boba, penso que jamais conseguirei me impor, minha vida toda foi assim, as pessoas mandavam e eu obedecia, mas o que estou fazendo? É hora de esquecer tudo isso e seguir, chega de me fazer de vítima. Levanto-me, arrumo a cama, os lençóis são brancos, e estavam bem cheirosos, alguém os lavou, mas quem? Vou até à cozinha e faço um chá, como umas torradas, depois vou para o banho, pelo menos o banheiro tem o piso com aquecimento, a água quente cai em mim, me fazendo relaxar, passo as mãos em minha barriga, falo com meu bebê, não sei o que será de nós daqui em diante, mas estou feliz por conseguir pela primeira vez, enfrentar meus medos.
Sentei-me a frente de lareira que ainda arde, e pego um livro na mesinha ao lado sofá, e escuto um barulho lá fora, alguém está cortando lenha, pelo menos o som parece ser isso.
Ao abrir a porta me deparo com um homem bonito, com uma jaqueta cinza, e um machado em suas mãos que param no ar quando me vê. Dá-me um sorriso, em seguida deixa o machado de lado, e se dirige até a mim, faço menção de entrar com dois passos para trás, ele para imediatamente e diz:Will Green
— Não tenha medo! Eu só estou aqui para ajudar, fui eu quem deixei a cabana preparada para recebê-la, espero que esteja tudo ao seu gosto, eu não queria te assustar, só estava deixando mais lenha cortada para não faltar. Oh! Falei tanto que esqueci de me apresentar, eu me chamo Will. Quando termina ele abaixa as mãos parece nervoso, eu fico parada por alguns minutos e depois prossigo, devido sua expressão me dizer, que ele espera que eu diga algo.
— Eu... quem o mandou? Eu pergunto, e ele diz com um sorriso.
— Um amigo, me pediu que eu deixasse tudo pronto...
— E quem é esse amigo? Pergunto, arrumando o xale em minhas costas.
— Você saberá assim que ele vier te visitar, por enquanto, é a única coisa que posso dizer. Mas se precisar de qualquer coisa, por favor não hesite em me dizer, bom, agora preciso ir, quero deixar meu celular caso precise falar comigo... Amy, eu virei de qualquer forma amanhã de manhã, deixar mais algumas lenhas cortadas, e desculpe se a acordei com o barulho. Ele, tira um papel do bolso em sua calça e depois a caneta em sua camisa que se escondia embaixo de sua jaqueta cinza, em seguida escreve o número do celular e estende para eu poder pegar, eu penso um pouco, e depois pego o papel, o olho e depois pergunto:
— Não me acordou... Ele continua me olhando sem dizer nada. — O barulho não me fez acordar. Ele dá um sorriso e se vira, e eu pergunto antes que ele se vá.
— Não tem cartão Will? Ele, me olha novamente. Eu gaguejo um pouco e continuo:
— Eu...quero dizer é só Will? Não tem sobrenome? Ele, dá um sorriso e diz:
— É só Will... até logo Amy... foi um prazer conhecê-la.
Assim, que ele entra em seu carro, eu o observo fazendo a manobra e indo embora, então dou uma olhada ao meu redor, o lugar é mágico, parece o paraíso, mas parece ser afastado de tudo, em seguida eu me pergunto, quem está me ajudando e porquê?
Após dar uma volta pelo espaço, eu volto para dentro, embora o sol tenha saído bem tímido, o vento que sopra embora lento é bem gelado, volto para a cabana e me aqueço próximo à lareira, em seguida preparo um almoço com que eu encontro na geladeira e na dispensa, enquanto eu cozinho eu me pergunto, como está os meus filhos, a saudade e a dor por deixá-los me aperta o peito, então as lágrimas rolam, e eu tento esquecer no decorrer do dia, mas as lembranças teimam e se tornar presente, como se punisse pelo que lhes fiz, me fazendo lembrar que uma mãe não abandona os filhos, não, uma mãe que ama, e eu os amo muito, eu quero muito que eles estejam bem, e que Oliver tenha paciência com eles, e os faça sentir amados de uma forma que eles não sofram com minha ausência, assim como eu sofri com falta que a minha fez, é injusto quem foi abandonada, abandonar também, e o pior de tudo, eles foram abandonados duas vezes, pelas mães que a vida lhes deu, como posso ter feito isso? Como posso ser tão egoísta a ponto de pensar que eu tenho esse direito de tentar ser feliz quando os deixei infelizes? Chorei, o dia todo, e começo a sentir que apesar de ter sido forçada a ir embora, não tinha o direito de sacrificar duas crianças, sentirem ser rejeitadas por duas vezes. Como pude ser tão cruel! O que devo fazer, meu pai! Eu não vou suportar viver assim, eles vão me odiar se eu não voltar para eles, assim como odeio minha mãe, me ajuda a decidir. Não posso fugir para sempre!
Eu durmo no final da tarde por quase uma hora, e não percebo que escureceu lá fora, me levanto e como uma fruta e depois faço um chá, e volto a ler o livro que comecei na parte da manhã, depois vou me deitar, e como a noite interior demoro a dormir.
Na manhã seguinte, eu repito o mesmo que fiz no dia anterior, e logo escuto a lenha sendo cortada, então após preparar duas xícaras de chá, eu saio, assim que ele me vê, para imediatamente.
— Bom dia! Eu trouxe uma xícara de chá. Ele se aproxima, e pega a xicara das minhas mãos e não desvia os olhos dos meus. Eu, desvio o olhar e ele responde:
— Bom dia! Espero que tenha dormido bem, e que sua estadia esteja sendo agradável.
— Sim, eu dormi bem, está sendo agradável, espero que eu não esteja atrapalhando você.
— De forma alguma, está sendo um prazer ajudá-la com a lenha, e se precisa de algo do mercado, é só falar que eu trago-lhe.
— Eu agradeço, mas se eu precisar de algo eu vou buscar.
— Para uma fugitiva, não tem medo de se arriscar, se eu fosse você não ficaria por aí me expondo, pelo menos por enquanto.
— O que sabe, sobre mim Will? Ele, baixa a caneca que iria levar a boca e diz com um sorriso:
— Não se preocupe não sei mais que isso, que está fugindo de alguém, mas que tem muita coragem também.
— Obrigada...
— Pelo quê? Ele, pergunta devolvendo a xícara.
— Por não fazer, perguntas. Eu, respondo segurando a xícara, e percebo que ele não a solta até que eu olhe em sua mão.
— Obrigado, pelo chá.
— Por nada!
— Bom, eu tenho que ir, mas estarei aqui de manhã.O dia foi mais produtivo, dei uma limpada na cabana, e depois fui para fora escolher um lugar para plantar uma hortaliças, encontrei alguns pacotes de sementes de hortaliças variadas e decidi plantar, para que eu ocupe o meu dia.
Após, escolher o lugar que fica na lateral da cabana que dá para a janela do meu quarto, eu pego uma ferramenta e afofo a terra, para semear, seguindo as instruções do pacote.
Votem e comentem muito. 💋💋💋
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Amor no outono
عاطفيةTudo o que Amy tinha na bagagem era esperança, depois de ser rejeitada por todos que conheceu ao longo dos seus vinte anos, ainda sofreria quando conhecesse Oliver Green, um viúvo que tinha como companhia a solidão, tristeza e a falta de esperança. ...