Sem nenhuma opção resolvo aceitar seu convite meio que forçado para ficar, eu também não sei para onde eu iria se acaso tivesse que sair de sua casa a essa hora da noite.
— Siga me por favor senhorita. Então eu sigo Goethe que me mostra o quarto, diz que eu posso tomar um banho que ela irá providenciar o meu jantar.
Depois de duas horas que cheguei a essa casa eu já tomei banho, jantei e estou pronta para dormir e claro a mais importante, dispensada antes mesmo de começar.
Mas eu rolo de um lado pro outro e não consigo dormir, estou com o coração apertado já chorei algumas vezes durante esse tempo que até a minha garganta secou, então olho para o relógio e percebo que já são quase duas horas da madrugada, e eu então coloco o meu robe e desço para tomar água, e entro na cozinha e acendo umas das luzes que ilumina um ponto estratégico da cozinha, então pego um copo e me viro para me sentar à mesa, e percebo que já tem alguém sentando me dando um susto que derrubo o copo em minhas mãos e mais que depressa eu me ajoelho para recolher os cacos enquanto ele acende a luz e caminha em minha direção, pedindo que eu deixe do jeito que está, mas eu acabo me cortando com um dos cacos, o meu joelho e minha mão direita, um corte de nada, mas o suficiente para sangrar.
Então ele cuidadosamente me ajuda a levantar e em seguida me ajuda a sentar em uma das cadeiras, mas eu protesto.
— Está tudo bem eu vou para o quarto lá eu cuido disso, não se preocupe. Digo olhando para minhas mãos.
Mas ele vai até uma porta que imagino eu ser a dispensa e volta com maleta com um símbolo de uma cruz vermelha indicando ser de primeiros socorros.
Então tira de dentro dela gases e um vidro que contém um liquido dentro e quando ele põe sobre a ferida me faz gemer de dor, então ele delicadamente assopra e continua o procedimento. E a todo tempo ele me olha e continua o que está fazendo em silêncio, e eu observo cada movimento seu, ele é um homem atraente e tem uma beleza de tirar o folego, imagino que todas as mulheres estão a seus pés. Um viúvo assim só pode estar sozinho porque quer, então escuto a sua voz me tirando do meu devaneio.
— Terminei, amanhã estará melhor, mas pode incomodar um pouco o joelho o corte foi pequeno, mas com um pouco de profundidade, na sua mão foi bem superficial. Então me levanto e sinto uma ardência me fazendo sentar logo em seguida.
— Tudo bem fica quietinha vou pegar um copo de água pra você e depois te ajudo a subir as escadas.
Então ele me entrega o copo de água pegando um pra ele também, e tomando um gole de água ele me pergunta:
— Onde você morava senhorita MacDowell? Eu me surpreendo com sua pergunta, mas logo respondo.
— Nova Iorque senhor, na verdade eu ainda moro lá, lembra o senhor me rejeitou. Digo e ele me olha nos olhos e isso me incomoda um pouco me fazendo desviar o olhar.
— Não a rejeitei, apenas não era a pessoa que eu esperava. Diz e depois toma mais um gole de água.
— Isso tem razão eu não sou quem o senhor esperava. Acredito que eu nunca fui alguém que os outros esperavam.
— Está se fazendo de vítima Amy, não pode ficar na defensiva. E continua. — É uma moça inteligente, mas tente entender que nunca será nada para alguém enquanto não estiver satisfeita com você mesma.
— Eu sei, não me faço de vítima, é que quando você me disse que eu não era quem esperava, me fez lembrar tudo que já passei, e então foi mais forte que eu. Eu sempre procuro ver o lado bom das coisas e das pessoas, mas é que hoje foi um dia difícil, e então eu não esperava ter que voltar para os Estados Unidos. Eu pensava em começar uma vida nova aqui na Inglaterra, quero muito terminar os meus estudos de onde parei, queria poder guardar um dinheiro para talvez fazer uma faculdade ou até mesmo comprar uma casa, eu não esperava que fosse aqui em Rye, mas acabei me recebendo bem assim que cheguei, é como se eu me esperasse aqui sabe?
Ele me olha com as mãos apoiando o queixo, então percebo que falei demais com alguém que mal conheço e me desculpo com ele.
— Me desculpe acabei falando demais, eu não queria que tivesse uma impressão errada da minha pessoa.
— Senhorita MacDowell, não se desculpe por isso, não tem problema algum em falar o que está sentindo. Diz e dá um sorriso, é lindo demais.
— Eu vou subir agora preciso descansar, e acredito que o senhor também deva estar cansado. Assim que falo me levanto fazendo uma careta de dor, então ele se apressa e passa a mão pela minha cintura o que me assusta e me ajuda a subir as escadas até o quarto me deixando na porta.
— Bom espero que tenha bons sonhos senhorita MacDowell, de manhã nos veremos. Me diz saindo logo em seguida.
Eu entro no quarto e me deito, penso em tudo o que aconteceu até o momento, e sei que tudo que estou vivendo deva ter um significado, eu nunca fiz ou desejei o mal de alguém, eu sempre tentei ao máximo ver o lado bom das coisas, mas certamente a minha vida não termina aqui, eu irei para Nova Iorque e lá vou tentar começar de novo, talvez eu encontre resposta pra tudo isso.
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Amor no outono
RomanceTudo o que Amy tinha na bagagem era esperança, depois de ser rejeitada por todos que conheceu ao longo dos seus vinte anos, ainda sofreria quando conhecesse Oliver Green, um viúvo que tinha como companhia a solidão, tristeza e a falta de esperança. ...