Capítulo 50 - Amy MacDowell

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Ao entrar no quarto, eu paro no centro dele, e fico de costas para Oliver, não quero contato, mas sei que não tenho, escolha.

— Eu, quero fazer amor com você, Amy. Diz, e se aproxima, tira os meus cabelos para o lado, e cheira o meu pescoço, depois o beija, e sinto arrepios.

— Você cheira bem, eu gosto de fazer com você, precisa ser boazinha, não quero machucá-la, podemos ser felizes por algum tempo em cima dessa, cama. Não, consigo impedir as lágrimas, ele me vira, e diz:

— Por que, está chorando? Eu, não consigo responder e um soluço escapa da minha garganta. Mas ele insisti, e me faz o encarar segurando o meu rosto com sua, mão.

— Estou, com medo! Estou infeliz, não consigo me entregar a você espontaneamente, você conseguiu matar o meu desejo, e está conseguindo mais que isso, fazer o amor que sentia por você minar, já não quero mais estar em seus braços, antes tinha necessidade, eu não queria que nada disso acontecesse, sei que não acredita, mas só quis ser sua mulher, amar e ser amada, você destruiu tudo, não tenho como mudar isso, porque você não quer saber a verdade. Eu, tinha planos para nós, queria ter uma família com você, e pensar que eu sonhei sozinha com isso, me magoa ainda mais.

— Não, me quer mais? Pergunta-me, em seus olhos posso ver tristeza.

— Eu não sei, mas não é como antes, não consigo sentir o que sentia, o gelo na barriga, borboletas no estômago, quando você se aproximava de mim, quando me beijava, o meu corpo incendiava, sua voz me acalmava, agora não sinto mais, tenho pavor do seu toque, tenho medo de você, eu sempre acreditei que o amor compensava tudo, mas descobri que não, ele também cansa de tentar. Eu, quero ir embora Oliver, e vai me ter ao seu lado a força, e se isso é o suficiente para me fazer pagar pelo que acredita que eu tenha feito, já matou metade de mim, porque outra parte resiste, devido aos nossos filhos, mas até mesmo isso está me vencendo, estou abrindo mão deles, apesar de amá-los, você não quer filhos comigo, eu não quero passar o resto da minha vida, com um homem que não consegue amar, o único erro que cometi, foi ter vindo para a sua casa e me apaixonar, por você. Eu, renuncio a qualquer direito que eu tenha no divórcio, entrei sem nada, e da mesma forma quero sair, embora isso seja impossível após conhecer os meus filhos. Se, tiver dentro desse coração um pouquinho que seja de humanidade me deixa ir embora, me dê o divórcio, vamos seguir com nossas vidas, a minha já está se esvaindo, mas ainda me sobrou a dignidade de tentar em outro lugar, não posso pagar por algo que não fiz, não posso ser culpada por um passado seu onde só você pode resolver, precisa entender de uma vez por todas, que mesmo que eu fosse culpada do que me acusa, eu tenho direito a defesa, e você tirou qualquer possibilidade disso, não tenho vontade de me defender principalmente, por ser inocente. Fazer amor com você agora, não será prazeroso para mim, e sei que também não será para você, é um lugar de intimidade que precisa a entrega de duas pessoas, elas precisam querer estar ali, e eu não quero mais, ter isso com você. Eu, precisava dizer tudo isso, mesmo sabendo que não vai adiantar nada, mesmo sabendo que você vai me bater quando eu terminar, não me importa mais, a dor da alma é pior que a dor física. Ele, continua me olhando, sem me interromper, depois eu me viro e abro o meu vestido, o deixando cair no chão, ouço um barulho de porta batendo, e quando olho na direção Oliver já não está mais no quarto, isso me dá um alívio e também uma frustração, porque ele não entendeu nada, do que eu falei. Mas, de qualquer o desencorajei, e isso basta.

Coloco, o meu vestido novamente, e desço, Kira está no pé da escada assustada, ela ia subir, mas desiste ao me ver e diz:

— O que houve? Eu, não entendo a pergunta:

— Do que está falando?

— Oliver, parecia um furacão, não tenho certeza, mas me pareceu chorar.

— Você, deve estar enganada, Oliver não chora, ele jamais faria isso, principalmente por mim. Eu lhe disse tudo que queria dizer, ele ouviu calado, e depois saiu, mas nada que mude minha situação, ele não vai mudar, porque argumentei com ele.

— Você, não constatou o que eu vi, seja lá qual foi seu argumento, mexeu com ele.

— Tem certeza? Não sei se algo que eu disse abalaria Oliver. Segunda-feira assim que ele sair, eu vou embora, e nunca mais ele vai me ver, e jamais saberá do bebê, quero estar longe daqui, quando ele nascer.

— Vou sentir a sua falta! Ainda mais agora, que recebo um telefonema de Goethe, parece que ela está de volta, chega na terça-feira, não será fácil com ela dando ordens nessa casa.

— Eu, também vou sentir a sua falta! E, Goethe mudou muito antes de ir para Londres, deixa ela falar o que quiser, e tudo ficará bem.

— Não sei, mas de qualquer forma, fará falta. O almoço está quase pronto, eu ia te perguntar sobre a sobremesa, não deu tempo de preparar nada, que tal sair e comprar algo, assim você pode dar uma volta e se distrair um pouco.

— Está bem, eu estou precisando mesmo, eu vou até à loja de doces, compro algo.

Aviso o motorista para tirar o meu carro, e quando ele o posiciona não sai da direção, eu o confronto, ele diz serem ordens de Oliver para me acompanhar, então não vejo saída a não ser ir com ele.

O motorista me deixa em frente a loja de doces, portanto ele não pode ficar estacionado ali, o que me deixa aliviada, porque vou precisar de um lugar assim, se eu tiver que fugir, com um motorista me vigiando, dei uma olhada boa nos doces e bolos, escolhi algo que nunca havia experimentado, a atendente pede para que eu me sente em uma das mesas, para preprarar, o pacote.

Quando me sento, o pai de Oliver entra, ele vem em minha direção e me cumprimenta, e senta logo em seguida sem mesmo o ter, convidado.

— Não pude me desculpar, pelo meu jeito ontem à noite, quero que me desculpe, eu pensei muito essa noite e percebi que sofreu muito com o abandono da sua mãe. Eu, fico olhando ele gesticulando enquanto falava, parecia sincero e muito sem jeito para tocar no assunto.

— Eu, estou bem, essa história já me machucou demais, hoje tenho outros problemas bem mais doído. Eu, precisava ouvir tudo aquilo, virei uma página na minha vida, quero esquecer essa mulher e você inclusive. Eu, quero viver longe de tudo aquilo que me, machuca.

— Está falando de Oliver agora? Eu, me assusto por deixar isso tão aparente, e tento disfarçar, mas ele me interrompe.

— Não se preocupe, Jamie me deixou a par do que está acontecendo com você, e não concordo do jeito que Oliver a trata, apesar de me sentir enganado por sua mãe, eu nunca a agredi fisicamente, embora não possa dizer o mesmo verbalmente, ela me tirou do sério, não se preocupe Oliver não ficará sabendo de nossa, conversa.

— O que pretendia com minha... com aquela mulher, antes de sentir obrigado a viver com ela.

— Eu, gostava dela, me fazia sentir muito bem, era feliz quando estava com ela, o meu casamento com a mãe de Oliver, já estava fadado ao fracasso, mas mesmo assim eu não pretendia deixá-la.

— Porquê? Já que o casamento estava com os dias contados?

— Ela, foi o grande amor da minha vida, e somente isso era o suficiente para continuar tentando, mas quando conheci sua mãe, ficou mais difícil a convivência, o meu afastamento foi natural, mesmo porque ela tinha se afastado, primeiro.

— Por que achava isso?

— Eu, e a mãe de Oliver nos casamos, por imposição de seu pai, eu completamente apaixonado, ela se apaixonou com o tempo, fomos felizes enquanto nossos filhos chegavam, o problema foi quando eles se tornaram adulto, ela protegia o mais velho, apostava tudo nele, eu já via Oliver mais empenhado nos negócios, ela queria que o primogênito assumisse a direção das empresas quando eu me aposentasse, embora ele desse todos os sinais que isso não era sua vocação.

— O que houve, entre seu filho mais velho e Stephanie? Não quero ser indiscreta, mas ninguém me conta nada.

— Oliver, era ocupado demais com as empresas, estava crescendo nos negócios, era muito solicitado em reuniões, muito mais que eu mesmo, embora eu já estava frouxando as rédeas, sua mãe estava cada vez mais presente em minha vida, e com Oliver tocando os negócios, isso me deixava com mais tempo de viajar com sua mãe. Oliver confiava em seu irmão, pedia qualquer coisa para ele, a que se referia a Stephanie, sempre ajudando, levando ela em todos os lugares, ela carente, ele cheio de testosterona, não sei como começou, ou quem começou, mas eu acabei flagrando os dois no carro, enfim o resto você já sabe.

— Não sei, gostaria de saber, para entender porque tanta agressividade de Oliver.

— Ela, foi embora enquanto Oliver estava viajando, meu filho foi embora com ela, quando Oliver chegou precisei contar a história, ele me odiou por isso, porque eu sabia e demorei contar, eu não sabia como dizer a um filho que seu irmão, está dormindo com sua mulher. Bom, fui fraco, escondi durante uns dois meses, eu fui obrigado a contar, sabendo que seria evidente para ele, seu irmão foi embora e sua mulher também, juntando um mais um, tinha o resultado, poderia ter fingido não saber de nada, mas ele iria ficar procurando para ter certeza que os dois estavam juntos, eu o poupei dessa busca, após tudo isso sua mãe Amy, me conta da gravidez, eu já estava enfrentando problemas no meu casamento, depois de tudo isso, ficou pior a convivência, eu disse estar saindo de casa, a minha esposa não pediu para eu ficar, não me pergunto porque ou com quem, acredito que ela não se, importava.

— Eu, sinto muito por tudo isso...

— Não sinta, não fomos cuidadosos, ninguém estava se importando com os relacionamentos, Oliver, também tem sua parcela de culpa, desdenhou a sua mulher, não cuidou, mas não é por causa dela a sua amargura, mas é devido ao irmão tê-lo traído, eles eram próximos, tinham apenas um pouco mais, de um ano e oito meses de diferença, eu brincava serem quase gêmeos, foi muito difícil.

Eu, percebo que as horas passaram, e eu preciso voltar para a casa, então pego o pacote que a atendente deixou em cima da mesa, me levanto me despedindo, e saio da loja de doces quase correndo, o motorista está estacionado do outro lado da avenida entro no carro e seguimos para a casa, ao chegar o carro de Oliver está estacionado, sei que vai ficar zangado com minha, demora.

— Que demora, para comprar um doce! Ele, diz assim que entro.

— Desculpe, fiquei sentada lá pensando e provando doces. Vou, levar até a cozinha.

— Peça para Kira servir o almoço. Eu, concordo com a cabeça e sigo até a cozinha.

— Faz tempo, que ele chegou, Kira?

— Acredito, que meia hora atrás, fica tranquila, ele somente pergunta onde estava, eu lhe disse, mas não esbravejou.

Ao voltar com Kira para a sala de refeição, a ajudo com a mesa, assim que fica pronto, eu o chamo e busca as crianças, nos sentamos para almoçar e todos em silêncio, até que Oliver quebra o silêncio.

— Amanhã eu vou ter que viajar a negócios, provavelmente terça-feira ou quarta Goethe estará de volta, eu devo chegar na quinta-feira, quero tirar umas férias longe dessa cidade, gostaria de conhecer algum lugar especial? Ele, me pergunta e não sei o que dizer.

— Não sei, nunca pensei sobre isso, aliás nunca pensei que fazer uma viagem seria possível, por isso nunca pesquisei.

— Então, posso escolher? Eu, concordo com a cabeça.

— O que acha crianças, de fazermos uma viagem com a mamãe? Chloe fica entusiasmada e Gael segue a euforia da irmã, eu nem sei o que dizer e isso me pegou de surpresa. Após o almoço, as crianças saem da mesa e eu pergunto porque isso agora.

— Vamos, começar de novo... nunca a levei a lugar nenhum e lhe devo a lua de mel, mas se quiser podemos viajar sozinhos e logo faremos depois uma viagem com as, crianças.

— Por que, isso agora? O que foi que mudou? Quer começar de novo? E, quanto eu ser uma vadia, mentirosa e sei lá, mais o que você pensa de mim.

Ele, me olha e seus olhos estão fixos nos meus, eu não sei o que pensar, onde ele quer chegar com tudo isso.

— Você, não quer viajar? Não, quer passar um tempo longe de, tudo isso? Esquecer, sua mãe, meu pai e todos à nossa volta?

Eu, penso um pouco se eu aceitar estarei comprometida com ele, e não quero mais me comprometer nesse relacionamento, eu preciso ir embora, e se depois dessa viagem a chave em sua cabeça vira novamente como vou fazer, estou ficando sem tempo, minha barriga está crescendo.

— Vamos, falar sobre isso quando voltar de sua viagem, terei um tempo para pensar no, assunto.

— Está bem, como quiser. Diz, e se levanta da mesa, logo Kira entra, fica parada me olhando, e quando eu vou falar algo, ela diz:

— Eu, ouvi tudo, o que está pensando Amy?

— Não sei, o que pensar... porque isso agora?

— Eu, não tenho essa resposta, espero que analise as possibilidades, ninguém muda assim de um dia para outro, algo mexeu com ele, e se você não sabe, eu muito menos.

Votem, e comentem muito. 💋💋💋

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