Quarenta e um

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                Uma amizade nova

                         Taylor

  Estava soltando fumaça pelas orelhas.  Ao menos tempo que desejava me jogar nos seus braços, queria socar o seu rostinho adorável na parede. Will não saia de hipótese alguma da minha cabeça, nem ele e nem o sutiã rosa da Jaqueline Cooper. Estava a ponto de botar um ovo. Tia Francine estava morrendo de culpa por ter me pressionado a conversar com ele, por isso se manteve calada durante o caminho até o aeroporto. Addie retirou as malas do bagageiro e as colocou no carrinho.

  — Senhorita, não falamos sobre o que irá acontecer comigo. — comentou receosa. Addie manteve a postura rígida.

  — Por enquanto você continuará trabalhando para mim. Continuarei vindo a Nova Iorque, em viagens reduzidas, porém vou precisar de uma motorista. — falei, acalmando-a. — Thomas e Mak vão precisar de você. Não se preocupe com o seu salário.

  Lhe dei um sorriso calmo, e reforcei o quanto ela havia feito um bom trabalho  nos últimos anos. Enquanto esperava que a minha tia fizesse o chekin-g, sentei em uma mesa na Coffe. O atendente colocou o meu cappuccino na mesa redonda com um arranjos de rosas. Estava usando um máscara rosa e fones de gatinho da mesma cor, a tristeza tava estampada nos meu olhos. A minha playlist estava me matando internamente. Algumas pessoas me encaravam de forma desconfiada e outras sussurravam algo. Addie permaneceu do lado de fora para garantir a minha segurança. Pela primeira vez pensei: Realmente quero ir embora?
  Estava com raiva e muito triste. Não queria ir, mas as circunstâncias e a dor me forçaram a tomar a decisão. Vi Jannet passar por Addie e adentrar a cafetaria. Ela estava usando um vestido vermelho e saltos azuis. A cumprimentei com a mão e a convidei para sentar comigo.

  — Como tem estado? — perguntou.

  — Você me viu ontem. — disse, retirei a máscara. Ela suspirou entristecida. — Eu estou bem.

  Coloquei a minha mão sobre a dela. Contei para a Jay que Mak e eu fizemos as pazes.

  — Que bom minha querida, fico feliz que algo bom tenha acontecido. — sorriu.

  — O que quer me dizer?

  Jay olhou para mim.

  — Quero pedir desculpas.

  — Por que?

  — Pelo meu egoísmo.

  Suspirei.

   — Eu disse coisas ruins, sinto muito. — falei.

   — Taylor, você teve os seus motivos.

  Tentou me confortar.

   — Estou com ódio do doutor Brasart. Descontei em todos, mas esqueci que a culpa também é minha. Era minha responsabilidade manter tudo profissionalmente.

   — Will, gosta de você. — confirmou.

  Neguei com a cabeça.

   — Talvez goste de mim como paciente, mas não como mulher. Vamos  ser sinceras, William Brasart está acostumado com mulheres como Jaqueline Cooper, se formos comparar, o que eu poderia oferecer. Uma vida? — neguei com a cabeça novamente e rir. — Nem isso tenho. Jaqueline é saudável, linda e...

   — Desde quando começou a se comparar com Jaqueline Cooper?

   — É apenas um fato.

   Tinha certeza que os sentimentos que Will havia dito sentir por mim, era apenas a culpa. Homens são bons em mentir, e mulheres são ótimas ouvintes. Ele falou sobre manipulação da mente uma vez comigo, então cada vez que parava para pensar em nossas memórias, resoava na minha cabeça o quão mentirosas elas haviam sido. O meu café já estava frio. Jay e eu permanecemos conversando.

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